199 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul

199 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul

ARTE DE GABRIEL RENNER TEXTO DE MOACIR FRITZEN

Em 25 de julho de 1824, 39 imigrantes alemães (33 evangélicos luteranos e seis católicos) chegaram a São Leopoldo. O grupo ficou alojado provisoriamente na Casa da Feitoria, única construção da região que tinha condições de abrigá-los até que recebessem seus lotes coloniais.

João Daniel Hillebrand fazia os registros de todos que chegavam. Foi ele quem relacionou todas famílias imigrantes que chegaram à Colônia Alemã de São Leopoldo de 1824 a 1853. A lista está em poder do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

Grupos se locomoviam pelas matas e rios para ir até o local onde ficavam seus lotes. Depois de conhecido o local, as famílias montaram suas primeiras habitações, no início bem simples, espécies de choupanas (ou cabanas) com telhado de palha e paredes como de pau a pique.

As famílias então começavam os primeiros cultivos.

Ao mesmo tempo, nativos habitavam a região, principalmente da etnia caingangue. A convivência nem sempre foi amistosa e aconteceram confrontos com perdas para ambos os lados, com episódios como o rapto da família Versteg pela tribo do Luís Bugre em São Vendelino, o massacre da família Goellner no Rosental (Roseiral), entre outros.

O Governo da Província batizou o núcleo de imigrantes de Colônia Alemã de São Leopoldo, uma homenagem ao santo padroeiro da imperatriz Leopoldina.

A Colônia Alemã de São Leopoldo se estendia por mais de mil quilômetros quadrados, abrangendo na direção sul-norte, de Esteio até Campo dos Bugres (hoje Caxias do Sul), e em direção leste-oeste, de Taquara até o Porto dos Guimarães, no Rio Caí (hoje São Sebastião do Caí).

Os lotes inicialmente mediam 75 hectares, mas com o tempo, passaram a ser de 50 hectares e, por fim, 25 hectares. Eram as chamadas colônias. O conhecimento que tinham também influiu para que prosperassem e superassem as dificuldades...

...como, por exemplo, o uso de arados de ferro ao invés dos de madeira, o que era comum naquele tempo por aqui.

Desde o início da colonização, o espírito comunitário esteve presente nas picadas que foram surgindo.

As famílias se uniam para construir suas casas, igrejas e clubes. A religiosidade também era marcante e muitos liam a Bíblia com frequência e iam a cultos (evangélicos luteranos) ou missas (católicos).

Os imigrantes eram, na sua maioria, agricultores, artesãos com diferentes habilidades, comerciantes, soldados e professores.

Profissionais como moleiros (construtores de moinhos), marceneiros, padeiros, alfaiates, ferreiros, sapateiros, fabricantes de bebidas, entre outros, tiveram um papel muito importante nas comunidades. As mulheres também se envolviam nos afazeres domésticos e com o trabalho nas lavouras.

Como as colônias não eram grandes, geração após geração, as famílias migraram em busca de terras...

Assim foram se espalhando pelos Vales do Sinos, Caí, Paranhana e Rio Pardo, Serra, litoral, Missões... Posteriormente, foram inclusive para outros Estados (Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e outros) e até países (Paraguai e Argentina, por exemplo).

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