Opinião
Free way com free flow
O pedágio eletrônico, sem praças de pedágios com as filas enormes, é a solução necessária para amenizar os congestionamentos na rodovia entre a capital e o litoral norte
Última atualização: 18/11/2024 23:58
Para quem é mais antigo, as mudanças na free way (BR-290 ou Rodovia Osvaldo Aranha, como queiram) foram muitas desde sua inauguração em 1973 (51 anos de muitas histórias). Nem se inclui aí a "Estrada Velha", a RS-030, antigo caminho antes da BR-290 ser uma realidade.
Mas, por incrível que pareça, o que não mudou na rodovia federal - apesar de todas ampliações - foi o drama dos engarrafamentos em feriados, festas de fim de ano e fins de semana dos verões.
O feriadão da República, no último fim de semana, comprovou este problema que duplica e até triplica uma viagem que seria de uma hora (para quem percorre os quase 100 quilômetros entre a capital e entrada de Osório) a quase duas horas (para quem vem de mais longe, como do Vale do Sinos).
A rodovia não tem nada de free way (caminho livre) nestas situações de feriadões ou de fins de semana da temporada de verão. E olha que saltamos de pista dupla para tripla e até com quatro faixas em alguns pontos.
Ficou evidente que as duas praças de pedágio (em Gravataí e Santo Antônio da Patrulha) são um dos entraves ao fluxo de veículos. Sim, o fluxo de veículos hoje está no limite da rodovia em alguns momentos desta migração ao litoral e de volta do litoral, mas as praças contribuem - e muito - neste processo de tranqueira.
Convenhamos que é um absurdo o afunilamento que ocorre quando se sai das 10 a 15 cancelas de pagamento do pedágio para as três faixas da rodovia.
E as filas, então? O movimento do feriado foi tão grande que em alguns horários as cancelas da cobrança automática, que deveriam ser de passagem livre rápida, tinham filas.
Por isso, tudo indica que parece ser inevitável a adoção do pedágio eletrônico, o free flow, com pórticos de cobrança automática sem parada, assim como a CSG implantou nas RSs 122 e 240, por exemplo.
Ao invés de praças, nos dois pontos atuais das cancelas, teríamos pórticos com equipamento que cobrariam a mesma tarifa atual (ida e volta) a partir da leitura da placa do veículo, sendo paga a tarifa via sistemas eletrônicos (como tags ou aplicativos) ou até presenciais em pontos fora das pistas.
Aliás, vale dizer que as tags parecem ser o meio ao qual teremos que nos adaptar para o pedagiamento. E aí seria necessário se dar fim a taxas por uso das tags. Afinal, ninguém paga hoje uma taxa adicional pela passagem nas praças.
Seja como for, a verdade é que o sistema free flow é o inevitável futuro do pedagiamento nas nossas rodovias.
Pagar pedágio é inevitável. Então, que seja por um método mais ágil como o free flow, o pedágio eletrônico que vem sendo melhor regrado pelos governos federal e estadual. Vai eliminar todo congestionamento? Não. mas vai amenizar.
Ainda vai ter algum tranqueira em alguns pontos. Até porque o fluxo de veículos em alguns momentos chega no limite da rodovia. São carros demais. Como resolver? Mais faixas nas pistas? Horários de placas pares e ímpares? É de se pensar. Mas com o pedágio eletrônico já vai dar para amenizar um pouco este calvário rodoviário para termos, de fato, free way.
Esta medida teria que ser urgente na nossa free way, até, se for possível, já pensando nesta temporada de verão. Quem sabe, na virada do ano...
A cratera assustadora
Além dos problemas de fluxo gerados pelo grande movimento do feriadão, a grande cratera que se abriu na rodovia entre os quilômetros 46 e 47, sentido litoral-capital, tornou o retorno das praias uma experiência terrível - teve gente que levou mais de seis horas para chegar em casa na região.
Sorte que apenas um veículo foi atingido e sem vítimas. Poderia ter sido bem pior se a cratera com quase cinco metros de profundidade tivesse sido aberta com mais veículos sendo “engolidos” por ela.
Mas é preciso apurar a clara falha na leitura da manutenção da rodovia. Este buraco não se abriu de uma hora para outra. Sim, houve a enchente de maio, mas desde o ocorrido se passou meio ano. Se a cheia afetou a rodovia, logicamente que neste tempo todo uma inspeção mais minuciosa deveria ter pego este buraco se abrindo sob a rodovia, que, aliás, apresenta desníveis e áreas "descascadas" de asfalto em alguns pontos.
Mas, por incrível que pareça, o que não mudou na rodovia federal - apesar de todas ampliações - foi o drama dos engarrafamentos em feriados, festas de fim de ano e fins de semana dos verões.
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Mas, por incrível que pareça, o que não mudou na rodovia federal - apesar de todas ampliações - foi o drama dos engarrafamentos em feriados, festas de fim de ano e fins de semana dos verões.