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Opinião

As novas pontes da BR-116: Uma solução que ainda precisa ser aprimorada

Sem placas de sinalização para instruir motoristas, liberação das novas pistas sobre o Rio dos Sinos, que já ajuda a desafogar o tráfego, apresenta problemas no trânsito

Guilherme Schmidt
Publicado em: 26/09/2024 às 17h:32 Última atualização: 26/09/2024 às 17h:44
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A liberação das novas pontes da BR-116 sobre o Rio dos Sinos, em São Leopoldo, representa um marco rodoviário, que influi em questões de mobilidade que não afetam apenas a região do Vale do Sinos, inserida dentro da Região Metropolitana de Porto Alegre, mas também o tráfego que vem e vai em direção à Serra. 

Apesar de histórica (uma obra aguardada há anos e anunciada há uma década, com início em 2021), a liberação das novas pontes ocorreu nesta quinta-feira (26 de setembro), sem pompa ou ato especial de inauguração.

BR-116: Novas pontes sobre o Rio dos Sinos estão liberadas em São Leopoldo



BR-116: Novas pontes sobre o Rio dos Sinos estão liberadas em São Leopoldo

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

As novas pistas das quatro travessias (duas sobre o Sinos e duas sobre sua várzea nos sentidos capital-interior e interior-capital) foram simplesmente abertas aos motoristas  da mesma maneira como já vinha ocorrendo com os trechos entre São Leopoldo e Novo Hamburgo que tiveram a pista ampliada de duas para três faixas.

Com mais faixas, logicamente o tráfego já flui melhor. Afinal, quando a terceira faixa das pistas centrais se encerra na chegada às pontes o motorista pode optar pelas novas pistas.

Sinalização

Mas aí é aí que está o problema. Sem as placas de sinalização vertical indicando os novos caminhos os motoristas ainda não “se arriscam” a usar as novas pontes pois não têm certeza do caminho a tomar.

Sim, há sinalização horizontal (aquela pintura sobre as pistas, com linhas contínuas e tracejadas). Ela foi feita, apesar de ainda haver alguma confusão nos locais onde antes existiam as faixas antigas que tiveram que ser “obscurecidas” (mas ainda ficando visíveis) para a pintura de novas. 

A pintura de linha contínua entre as faixas indica que o motorista não deve migrar de uma faixa para outra. Ou seja, não deve cruzar de uma faixa da pista para outra. Mas, sem uma sinalização mais visível, os motoristas seguem como faziam antes, cruzando faixas para sair às laterais ou acessar entradas e saídas da rodovia.  

A visualização destas linhas da sinalização horizontal, em meio à chuva desta quinta-feira (26), ficou prejudicada – aliás, o alagamento sob a elevada que fica junto à empresa DalleAço e atravessa em direção à Rua Adão Hoefel (que virou mão única) é lamentável, assim como os acessos a esta travessia sob a rodovia, que ficou só no sentido bairro Campina- Rio dos Sinos, já que o acesso inverso é, agora, contramão. Vale dizer também que nestas laterais da BR foram colocadas algumas placas de mão única ou sentido proibido ou obrigatório, avisando que as laterais, a partir de agora, seguem o mesmo sentido das pistas centrais.

É preciso destacar que  o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), apesar de destacar a importância da sinalização horizontal, a coloca como forma de “complementar os sinais verticais de regulamentação, advertência ou indicação”.

E esta sinalização é inexistente ou deficiente, tanto nas novas pontes do Sinos como no Complexo da Scharlau (onde moradores, comerciantes e motoristas cobram placas sinalizadoras nas pistas, acessos e viadutos novos) e também no trecho das novas terceiras faixas.

Atravessando perigosamente as faixas

Com esta falta de placas de sinalização vertical, por exemplo, muitos motoristas seguem saindo de São Leopoldo no sentido capital-interior atravessando perigosamente as novas faixas para pegar as pontes antigas, ao invés de pegar as novas e acessar a BR-116 mais adiante, próximo à passarela da Caxias do Sul (pouco antes da entrada de um posto de gasolina às margens da BR).   

Outro exemplo, é para entrar em São Leopoldo pelo viaduto que dá acesso à Avenida Dom João Becker. Os motoristas, no sentido interior-capital, saem das pontes antigas e cruzam as faixas das novas pontes, arriscando acidentes nesta travessia que agora é proibida, conforme mostram as linhas de faixa contínua pintadas na pista. 

Enfim, é preciso comemorar a abertura das pontes, mas é preciso que as autoridades rodoviárias providenciem urgentemente as placas de sinalização vertical (seja de advertência ou indicação) para as diversas mudanças geradas pelas melhorias da BR-116, desde os limites de velocidade a indicações de acessos e proibições de troca de faixa ou conversão.

 No mais, é destacar a entrega da importante obra da BR-116 e esperar que ela seja uma solução para aliviar os gargalos, apesar de ser importante já providenciar novas obras, como a quinta ponte de São Leopoldo (originalmente prevista para ser na Avenida Thomas Edison ligando os bairros Campina e São Miguel) e também a extensão da BR-448 de Esteio/Sapucaia do Sul a Portão, na RS-240.

Mas aí já são outras histórias, outras obras, outras liberações.  

 

 

 

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