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ESTRATÉGIA COMERCIAL

Fim do WhatsApp ilimitado? Acesso irrestrito ao aplicativo entra na mira de gigantes da telefonia; entenda

Vivo, Claro e TIM reavaliam oferta de pacotes de internet móvel com uso de aplicativos sem cobrança de tráfego de dados

Joyce Heurich
Publicado em: 18/07/2023 às 19h:17 Última atualização: 17/10/2023 às 14h:23
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O uso ilimitado do WhatsApp, sem cobrança de tráfego de dados, oferecido como benefício a consumidores que contratam um pacote de internet móvel no Brasil, corre risco de acabar. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, executivos das gigantes da telefonia Tim, Vivo e Claro indicaram que as empresas já debatem o fim do acesso irrestrito a esse e outros aplicativos.

Gigantes da telefonia rediscutem modelo de pacotes de dados | Jornal NH



Gigantes da telefonia rediscutem modelo de pacotes de dados

Foto: Reprodução/Pexels

Atualmente, as operadoras comercializam planos com um teto de consumo, mas excluem o acesso a algumas redes sociais da contagem de dados consumidos, graças a tratativas com empresas de tecnologia.

Em um evento de inovação em telecomunicações em junho deste ano, o presidente da Claro Brasil, José Felix, classificou a estratégia como um erro por parte das companhias. Segundo o executivo, sua empresa tem gastos na casa dos milhões para manter o consumo de dados em plataformas como WhatsApp, Waze, Instagram e Facebook.

Os custos desse acesso ilimitado a redes sociais para atrair clientes acabam sendo assumidos pelas próprias operadoras ou pelas big techs fornecedoras dos aplicativos.

Debate avança

À medida que a discussão avança em outros lugares do mundo, o tema também ganha força no Brasil. A União Europeia já discute, por exemplo, obrigar as empresas de aplicativos a dividirem os custos de investimentos em rede com as empresas de telecomunicação.

Por aqui, o compartilhamento de investimentos entre operadoras e big techs está na fase de “tomada de subisídio” na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que funciona como uma pré-consulta pública, com perguntas e reflexões, sem texto formatado.

Na última década, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), responsável pela regulação da concorrência no Brasil, posicionou-se sobre o tema, alegando que o “zero rating” feria a neutralidade de rede, que prevê que todos os consumidores tenham igual acesso a velocidade de internet sem discriminação.

Na ocasião, a Anatel e o Ministério das Comunicações entenderam que a prática não feria o Marco Civil da Internet e que, portanto, deveria seguir de acordo com a estratégia de cada empresa.

As estratégias de TIM, Claro e Vivo

Nos bastidores, executivos da Vivo, TIM e Claro defendem a ideia de divisão de investimentos com as big techs donas dos aplicativos.

Atualmente, a Claro oferece, sem descontar do volume de dados da franquia, pacotes controle e pós-pagos com acesso ilimitado a aplicativos como WhatsApp e Waze. Para consumidores que optam por planos mais caros, há ainda o o chamado “zero rating” para Twitter, Instagram, Facebook e TikTok.

Já a TIM tem planos com acesso ilimitado ao WhatsApp. No caso do Instagram, Twitter, Facebook e Messenger, o benefício vale apenas por três meses nos planos controle e de forma ilimitada nos planos pós-pagos.

A Vivo, por sua vez, faz um uso mais tímido do recurso. Hoje, a operadora oferece acesso ilimitado apenas para o WhatsApp em seus planos. Um dos caminhos que as empresas vêm fazendo é criar pacotes já em parceria com as empresas de streaming, como Amazon Prime, Globoplay, Spotify e Netflix. Essa alternativa, contudo, limita o total do tráfego de dados dentro dos pacotes de internet móvel.

Entre os planos pré-pagos (cartão), o WhatsApp é o único aplicativo ilimitado aos clientes.

O executivo de uma das teles afirmou que a mudança vem sendo gradual de forma a fazer uma “transição suave”. Ele destacou que a expectativa é iniciar o fim de aplicativos ilimitados nos planos pós-pagos e controle. Já no pré-pago, a mudança deve ocorrer em um segundo momento, ainda sem data.

(*) Com informações de Folha de S.Paulo e O Globo

 

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