SEM SPOILERS!
Ricos 'vomitam' futilidades e são obrigados a sair de suas bolhas no filme Triângulo da Tristeza
Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, longa é uma sátira ao mundo da moda e ao modo de vida de grupos de milionários
Última atualização: 02/02/2024 14:13
O filme Triângulo da Tristeza, que entrou no catálogo da Amazon Prime há poucos dias, traz em sua bagagem indicações ao Oscar e a Palma de Ouro em Cannes, de 2022 – a segunda de seu diretor sueco Ruben Östlund. A primeira foi por The Square: A Arte da Discórdia (2017).
Tal currículo é motivo de curiosidade para ir lá na plataforma e assistir. E será que vale o esforço? Para começar, assim como o celebrado Tudo em Todo Lugar mais ao Mesmo Tempo, é outro filme na prateleira dos “ame ou odeie”. Menos qualificado em comparação ao vencedor de Oscar, Triângulo da Tristeza tem seus altos e baixos e seu veredito depende da força de vontade de quem o assiste.
A trama começa acompanhando o casal de modelos Carl, vivido por Harris Dickinson, e Yaya, interpretada por Charlbi Dean, atriz que infelizmente morreu no ano passado vítima de uma infecção causada por uma bactéria. Carl é instável profissionalmente e ela mais bem-sucedida na carreira de modelo, além de influencer nas redes sociais.
Nos primeiros minutos de filme, há uma cena didática sobre o direcionamento do roteiro dali em diante. Carl está sentado nas primeiras poltronas de um espaço onde acontecerá o desfile de sua namorada. De repente, ele e outras pessoas são convidados a sair para darem lugar para pessoas “mais importantes”. Carl senta mais atrás e quando o desfile começa, o telão mostra a frase “todos são iguais”.
Em crise no relacionamento, o casal parte para um cruzeiro em um iate juntamente com outros passageiros, todos ricos e cafonas. No grupo, há figuras caricatas, como um russo produtor de fertilizantes, um atrapalhado novo rico, que vendeu uma start-up de tecnologia, e um casal dono de uma empresa de armamentos. Nesse cruzeiro, haverá uma série de acontecimentos que vão tirar os presentes de sua bolha.
Tudo na narrativa é uma sátira, desde o início, quando o destaque é dado ao mundo da moda, até as cenas de rotina dos milionários no iate, com suas conversas e ações superficiais.
O jantar dos passageiros com o comandante é a parte mais engraçada. Enquanto a embarcação balança muito por causa de uma tempestade – os movimentos de câmera conseguem fazer o espectador sentir aquela situação angustiante –, as pessoas estão na mesas comendo pratos chiques, conversando sobre assuntos de dar sono, algumas se embebedando e outras passando mal a ponto de vomitarem. É uma cena bem pastelão e metafórica do jeito de viver daquele grupo.
Triângulo da Tristeza, embora com seus momentos de sátira inteligente, peca no ritmo com conversas um tanto extensas. Você torce para que terminem logo. Porém, sua construção gera interesse sobre o final. O problema é ter paciência para chegar lá. Em meio a essa jornada, o espectador pode se entreter com a crítica social, em forma de sarcasmo à bolha dos ricos, incluindo uma possível mudança de hierarquia.
O filme Triângulo da Tristeza, que entrou no catálogo da Amazon Prime há poucos dias, traz em sua bagagem indicações ao Oscar e a Palma de Ouro em Cannes, de 2022 – a segunda de seu diretor sueco Ruben Östlund. A primeira foi por The Square: A Arte da Discórdia (2017).
Tal currículo é motivo de curiosidade para ir lá na plataforma e assistir. E será que vale o esforço? Para começar, assim como o celebrado Tudo em Todo Lugar mais ao Mesmo Tempo, é outro filme na prateleira dos “ame ou odeie”. Menos qualificado em comparação ao vencedor de Oscar, Triângulo da Tristeza tem seus altos e baixos e seu veredito depende da força de vontade de quem o assiste.
A trama começa acompanhando o casal de modelos Carl, vivido por Harris Dickinson, e Yaya, interpretada por Charlbi Dean, atriz que infelizmente morreu no ano passado vítima de uma infecção causada por uma bactéria. Carl é instável profissionalmente e ela mais bem-sucedida na carreira de modelo, além de influencer nas redes sociais.
Nos primeiros minutos de filme, há uma cena didática sobre o direcionamento do roteiro dali em diante. Carl está sentado nas primeiras poltronas de um espaço onde acontecerá o desfile de sua namorada. De repente, ele e outras pessoas são convidados a sair para darem lugar para pessoas “mais importantes”. Carl senta mais atrás e quando o desfile começa, o telão mostra a frase “todos são iguais”.
Em crise no relacionamento, o casal parte para um cruzeiro em um iate juntamente com outros passageiros, todos ricos e cafonas. No grupo, há figuras caricatas, como um russo produtor de fertilizantes, um atrapalhado novo rico, que vendeu uma start-up de tecnologia, e um casal dono de uma empresa de armamentos. Nesse cruzeiro, haverá uma série de acontecimentos que vão tirar os presentes de sua bolha.
Tudo na narrativa é uma sátira, desde o início, quando o destaque é dado ao mundo da moda, até as cenas de rotina dos milionários no iate, com suas conversas e ações superficiais.
O jantar dos passageiros com o comandante é a parte mais engraçada. Enquanto a embarcação balança muito por causa de uma tempestade – os movimentos de câmera conseguem fazer o espectador sentir aquela situação angustiante –, as pessoas estão na mesas comendo pratos chiques, conversando sobre assuntos de dar sono, algumas se embebedando e outras passando mal a ponto de vomitarem. É uma cena bem pastelão e metafórica do jeito de viver daquele grupo.
Triângulo da Tristeza, embora com seus momentos de sátira inteligente, peca no ritmo com conversas um tanto extensas. Você torce para que terminem logo. Porém, sua construção gera interesse sobre o final. O problema é ter paciência para chegar lá. Em meio a essa jornada, o espectador pode se entreter com a crítica social, em forma de sarcasmo à bolha dos ricos, incluindo uma possível mudança de hierarquia.
Tal currículo é motivo de curiosidade para ir lá na plataforma e assistir. E será que vale o esforço? Para começar, assim como o celebrado Tudo em Todo Lugar mais ao Mesmo Tempo, é outro filme na prateleira dos “ame ou odeie”. Menos qualificado em comparação ao vencedor de Oscar, Triângulo da Tristeza tem seus altos e baixos e seu veredito depende da força de vontade de quem o assiste.