CASO CHOCOU OS EUA
O que aconteceu com Laci Peterson? Conheça o caso que virou documentário da Netflix 20 anos após o crime
Entenda os fatos mais importantes que aconteceram, desde o desaparecimento de Laci, até a condenação do marido dois anos depois
Última atualização: 20/08/2024 15:13
Laci Peterson estava grávida de oito meses quando, na véspera de Natal, em 24 de dezembro de 2002, desapareceu misteriosamente da casa onde morava com o marido. Seu corpo e o do filho, Connor, foram encontrados somente em abril de 2003 e o esposo, Scott Peterson, foi condenado à morte. Mas afinal, o que aconteceu com Laci?
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Mais de 20 anos depois do caso ter chocado os Estados Unidos, a história ganha novamente os holofotes, desta vez do mundo, com o novo documentário da Netflix: Homicídio nos EUA: Laci Peterson (2024).
Contando a história do desaparecimento até a condenação Scott, a série de quatro episódios traz novos detalhes do caso e a primeira entrevista da mãe de Laci, Sharon Rocha, para um documentário. Entretanto, algumas partes desse quebra-cabeça nunca foram totalmente elucidadas.
A véspera de Natal
Na véspera de Natal de 2002, Scott Peterson saiu de casa por volta das 9h30 no horário local, vendo pela última vez a esposa Laci. Ele teria ido pescar na Marina de Berkeley, pouco mais de 1h30 longe de onde moravam, em Modesto, na Califórnia, conforme contou aos policiais depois.
Por volta das 14h15, ele deixou uma mensagem para Laci, afirmando que estava saindo da marina. "Oi, linda. São 14h15, estou saindo de Berkeley."
Quando chegou em casa, encontrou apenas o cachorro da família, o golden retriever McKenzie, sozinho no jardim dos fundos da casa. O carro de Laci estava lá, na garagem, mas ela não.
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Primeiros relatos do desaparecimento
Scott afirmou que teria ligado para a mãe de Laci, perguntando se ela teria visto a filha recentemente. "Não, ela não está aqui", respondeu Sharon. Imediatamente, ele afirmou que a esposa então estaria desaparecida.
"Eu lembro de me sentir um pouco agitada com aquela palavra, a palavra que ele usou, 'desaparecida'. Como você pode desaparecer? Ela não está desaparecida", disse Sharon em uma entrevista à ABC News, em 2022.
Os vizinhos contaram para os policiais depois que viram o cachorro de Laci andando sozinho, com a coleira suja de lama, em diferentes momentos após as 10 horas.
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Suspeitas e contradições
Foi o padrasto de Laci que ligou para a polícia. Enquanto isso, Scott foi tomar banho e colocou as roupas que estava usando para lavar.
Durante as primeiras conversas com a polícia, contou que estava pescando e onde. Entretanto, membros da família de Laci e vizinhos do casal afirmaram que ouviram ele dizer que estava jogando golf.
Com as contradições dele e a forma como reagia ao desaparecimento da esposa grávida de oito meses, as suspeitas aumentavam de que ele teria algo a ver com o crime.
O documentário detalha as contradições de Scott, como equipamentos que disse ter comprado para usar na pesca, mas que estavam inclusive embalados, entre outras informações.
A busca pela jovem de 27 anos começou. Helicópteros, unidades de cães farejadores, policiais montados e de bicleta, além de voluntários procuraram por Laci nos dias após o desaparecimento.
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Traições
Embora as suspeitas sobre Scott fossem grandes, a mãe de Laci e toda a família ainda apoiavam o genro. Até que a polícia descobriu que ele estava tendo um caso extraconjugal com uma jovem também de 27 anos, de Fresno. A partir dali, eles retiraram o apoio.
Amber Frey contou para a polícia que decidiu expor o caso após descobrir pela TV que Scott era uma pessoa de interesse na investigação. Ela afirmou que eles se conheceram em novembro de 2020, dois anos antes, e que, duas semanas antes do desaparecimento, ele afirmou que era viúvo e aquele seria o primeiro Natal sem a esposa.
E ela não foi a única. Antes de Amber, Scott havia traído Laci com outras duas mulheres e sabia de pelo menos um dos casos, já que teria pegado os dois no flagra na cama, de acordo com o detetive Craig Gorgan durante o futuro julgamento do caso, afirma a CourtTVNews.
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Os corpos são encontrados
Em 13 de abril de 2003, um casal estava passeando com o cachorro quando ele encontrou o corpo de um feto já formado, na costa do Parque Regional Point Isabel, na cidade de Richmond. Era Connor Peterson, o bebê de Laci.
Um dia depois, o corpo de uma mulher aparentemente recentemente grávida também foi encontrado à oeste, na baía de São Francisco. Ele estava em decomposição, sem cabeça e os braços e a maioria das pernas. Resultados do exame de DNA comprovaram que se tratava de Laci.
O corpo de Connor não estava tão decomposto quanto o de Laci, que mal parecia humano. Aparentemente, segundo legistas, o bebê teria nascido após a mãe já estar na água.
Os documentos das autópsias não foram revelados ao público e permanecem selados, mas uma fonte disse à ABCNews, no final de maio de 2003, que a placenta e o cordão umbilical não foram encontrados.
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Acusação e julgamento
Scott foi preso em 18 de abril de 2003 e, no carro, foram encontrados U$ 15 mil em dinheiro, entre outros objetos que fizeram com que a polícia achasse que ele pretendia fugir.
No dia 21, ele foi acusado de duplo assassinato, com os agravantes de premeditação e circunstâncias especiais. Ele afirmou não ser culpado, de acordo com uma reportagem de 2004 do NY Times.
Em 12 de novembro de 2004, Scott Peterson foi julgado e no dia 13, de dezembro, foi condenado à morte pelo assassinato em 1º grau de Laci Peterson e em 2º do filho que ainda não havia nascido.
A acusação alegou que ele teria matado ambos para se livrar da vida de casado e de paternidade, conforme a CNN.
Como está Scott Peterson atualmente
Atualmente, Scott cumpre uma sentença de prisão perpétua na penitenciária de Prisão Estadual de Mule Creek, em Ione. Ele continua afirmando que é inocente.
Ele não está mais no corredor da morte desde meados de 2020, quando a Suprema Corte da Califórnia mudou a sentença após encontrar erros na escolha do júri. Apesar disso, ele não pode pedir liberdade condicional, conforme o jornal norte-americano Today.
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O caso dele foi pego em janeiro deste ano pela Los Angeles Innocence Project, uma organização sem fins lucrativos dos EUA que costuma representar presos que teriam tido condenações injustas, conforme informações da ABCNews.
A mãe de Laci também lançou um livro sobre o caso, For Laci: A Mother's Story of Love, Loss and Justic, em 2006.