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O Menu é suspense psicológico perturbador e prato cheio para interpretações distintas

Filme disponível no Star+ coloca frente a frente as estrelas Anya Taylor-Joy e Ralph Fiennes

Publicado em: 08/02/2023 às 12h:26 Última atualização: 23/01/2024 às 12h:43
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Sem spoilers

“É oficial. Esta noite será insana”, afirma um dos personagens logo no início do filme O Menu, suspense psicológico disponível no Star+. A produção pode até não estar entre as mais comentadas na mídia, mas vale muito a pena dar uma conferida. (Veja o trailer abaixo).

Filme coloca frente a frente as estrelas Ralph Fiennes e Anya Taylor-Joy



Filme coloca frente a frente as estrelas Ralph Fiennes e Anya Taylor-Joy

Foto: Divulgação

Dirigido por Mark Mylod, com roteiro de Will Tracy e Seth Reiss, O Menu é estrelado por Anya Taylor-Joy (A Bruxa, O Gambito da Rainha, Fragmentado) e Ralph Fiennes (A Lista de Schindler, Dragão Vermelho, Harry Potter).

A história começa com um grupo de pessoas reunido para jantar em um restaurante de alto padrão, localizado em uma ilha e comandado pelo famoso chef Slowik (Fiennes). A turma é composta basicamente por figuras um tanto antipáticas e esnobes. Integram a roda uma crítica gastronômica com seu parceiro de trabalho, um ator em decadência e sua assessora, um casal em crise, três homens do mercado financeiro e ainda Tyler (Nicholas Hoult), um aprendiz de gourmet deslumbrado com o chef Slowik.

Tyler está acompanhado de Margot (Anya Taylor-Joy), esta se sentindo um peixe fora d’água naquele lugar. “Chegamos à base do monte do papo-furado”, diz a moça, referindo-se às conversas fúteis e notando que seu acompanhante é o mais empolgado e alienado de todos.

O pano de fundo é o universo gourmet e toda sua linguagem característica. A câmera detalha como os pratos são montados cuidadosamente, como se estivéssemos assistindo àqueles programas gastronômicos de TV. O chef e os garçons dão detalhes para impressionar, como: de onde vêm os ingredientes e qual a história por trás de cada um. Porém, erra quem espera um filme sobre comida. A temática é só uma máscara escondendo algo bem mais complexo.

Em vez de vivenciarem uma experiência gastronômica luxuosa, os clientes experimentam um menu cheio de surpresas desagradáveis. E há um problema: mesmo não se sentindo à vontade, são impedidos de ir embora.

A figura central da narrativa é Slowik, celebrado como um artista na cozinha e que, no encontro, age como um místico. Ele se apresenta como uma espécie de justiceiro, guardião do bem e do mal, julgando os convidados por seus comportamentos e expondo suas fraquezas.

Sua adversária é Margot, que, na verdade, não deveria estar ali, porque foi convidada de última hora por Tyler. O chef não sabe nada sobre ela e a vê como um obstáculo para executar seu plano.

Em parte, O Menu lembra produções clássicas, como A Doce Vida (1960), o surrealista O Anjo Exterminador (1962), o argentino Relatos Selvagens (2014) e até o mais recente Glass Onion (2022).

Perturbador, o filme mostra o quanto as pessoas podem ser superficiais. Boa parte não está no restaurante desejando ter uma experiência única de degustação, mas se vangloriar por frequentá-lo. Para o chef Slowik, isso não pode ficar assim, elas precisam receber o que merecem. E ele também não está livre de julgamentos. O filme deixa margem para diferentes interpretações, e este é um bom atrativo.

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