Parte da infância de muita gente, o desenho animado He-Man and the Masters of the Universe, da Filmation, está fazendo aniversário de 40 anos. Foi em setembro de 1983 que estrearam nos Estados Unidos as aventuras do “homem mais poderoso do universo”. O personagem havia sido criado em uma linha de brinquedos da Mattel em 1982 e também havia histórias em quadrinhos. Mas foi sua encarnação televisiva que virou um dos fenômenos pop mais curiosos dos anos 1980.
Foto: Reprodução
O estúdio Filmation tinha tido alguns sucessos, como a série animada de Star Trek e a série cômica Archie. Embora tivesse chegado a ser a produtora de animações para tevê com mais pessoal contratado nos EUA, o sucesso estrondoso de He-Man chegou a ser surpresa.
A história de He-Man foi criada pela própria Filmation a partir do brinquedo. O herói era um super-herói do planeta Etérnia, um mundo fantástico que mesclava em iguais doses o visual medieval, a magia e a ficção científica. Havia naves e raios, mas também reis e feiticeiras. Graças a uma espada mágica, o jovem príncipe Adam se transformava em He-Man. Seu apavorado tigre de estimação virava o feroz Gato Guerreiro. Para se transformar, ele pronunciava o clássico bordão “Pelos poderes de Grayskull, eu tenho a força!”.
Foto: Reprodução
Como estava ligado a uma linha de brinquedos, He-Man tinha muitos personagens icônicos. A galeria incluía o vilão Esqueleto e seus aliados Mentor, Feiticeira e Teela, além do personagem cômico Orko. Havia o Castelo de Grayskull e a fortaleza do vilão, todos recorrentes na série.
Todos os episódios tinham uma lição no final, na qual um dos personagens se dirigia à criança que estava assistindo e explicava um aprendizado possível durante a história. Às vezes a lição vinha do próprio He-Man, às vezes de Teela ou até de Orko.
Foram duas temporadas de 65 episódios cada uma. He-Man chegou a originar um spin-off, She-Ra. A produção seguiu até 1985. Apesar de todo o sucesso, a Filmation não duraria muito tempo. Algumas decisões mercadológicas prejudicaram o estúdio, uma delas a insistência em manter toda a produção nos EUA, quando os concorrentes estavam migrando para o Japão, para diminuir custos. Eventualmente, a Filmation seria comprada por uma empresa francesa, que em 1989 fechou a produtora, embora tenha mantido as propriedades intelectuais.
He-Man ganhou filme live-action de cinema em 1987, estrelado por Dolph Lundgren, mas com história fraquinha e que não fez muito sucesso. Em 1990, já após o fim da Filmation, a Mattel tentou reativar o interesse em 1990, com As Novas Aventuras de He-Man, produzida pelo estúdio Jetlag, mas só durou uma temporada. Houve um remake em 2002. E, em 2021, nova animação pela Netflix, que ainda está em produção.
