HISTÓRIAS PARA RIR

ENTREVISTA: Fábio Porchat revela aventuras hilárias em shows pelo Estado

Humorista apresenta peça stand-up "Histórias do Porchat", em que relata situações divertidas de sua vida

Publicado em: 05/09/2024 12:57
Última atualização: 05/09/2024 12:58

Quando o humorista Fábio Porchat deixou a emissora Record, onde apresentava um talk show, parte do público esperava que ele surgisse em outra emissora fazendo a mesma coisa. Ou, talvez, que ele se dedicasse exclusivamente às esquetes do canal no Youtube Porta dos Fundos, do qual é um dos sócios fundadores.

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Humorista sobe ao palco do Teatro Feevale na noite desta sexta-feira Foto: Davi Nascimento/Divulgação

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Só que o humorista conhecido pelo seu jeito acelerado, fala rápida e realização de vários projetos ao mesmo tempo, sempre disse que não gostava de se repetir. Pouco antes de ser anunciado como novo contratado da Globo, ele ensaiou um retorno ao stand-up, aliás, dos motes de piadas do Porta dos Fundos. Porchat preparou um texto sobre viagens e a vida seguiu.

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Novo contratado global, ele apresentou um novo formato para a televisão brasileira, quando surgiu o programa "Que História é Essa Histórias Porchat", que já tem seis temporadas no canal GNT, disponível nos streamings da Globo. Em entrevistas concedidas na época para divulgar o novo programa, o ator contou que sua concepção era de fazer um programa em que as opiniões ficassem um pouco de lado para dar vez justamente aos causos mais interessantes das pessoas.

E o modelo funcionou, mesmo em meio às discussões e polarizações que envolvem o meio artístico. Inquieto, Porchat então resolveu unir o texto de seu retorno ao stand-up e contar histórias engraçadas, “quando deram errado, porque a gente gosta quando dá errado”.

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Mas, dessa vez, ele mudou de palco, e sai da televisão para o teatro com a peça "Histórias do Porchat", que chega nesta sexta-feira (6) em Novo Hamburgo, parte de uma pequena turnê gaúcha que passa por Canoas no sábado (7) e Caixas do Sul, no domingo (8).

Antes de se apresentar na cidade, o humorista concedeu uma entrevista exclusiva à reportagem, em respostas enviadas por áudios via WhatsApp, em que fala sobre a peça, que é assinada e dirigida por ele, além de refletir sobre as novas formas de comunicação e trabalho para artistas. Confira:

Grupo Sinos - Em entrevistas de divulgação do Que História é Essa, Porchat?, você explicou que a ideia do programa era deixar de lado as opiniões e conhecer as histórias das pessoas. Naquele momento, já existia alguma forma, mesmo embrionária, de levar essa proposta para o teatro?

Fábio Porchat - A ideia da peça, de levar para o teatro as minhas histórias, foi depois. Depois que o programa já era um sucesso e que as pessoas já estavam gostando e querendo ouvir as histórias é que eu pensei [na peça]. Bom, no teatro, eu já sou um contador de histórias. Por que não, então, falar disso? Contar histórias do Porchat pro público e dar risada? Porque a verdade é que, no meu programa, claro que de vez em quando eu conto uma história ou outra, mas o que acontece na maioria são as pessoas, meus convidados, que contam as histórias deles lá. Então, eu pensei em fazer exatamente no teatro pra quem gosta do programa e gosta de ouvir as minhas histórias, para poder ter um programa só pra eles.

GS - O público que está mais acostumado a ver você na tela (seja internet ou televisão) pode esperar o que dessa sua versão no palco? Como você preparou este texto?

Porchat - A ideia é exatamente um show de stand-up. É assim que o público já está acostumado a me ver, a estar no palco fazendo piada sem parar. É uma metralhadora, na verdade, é um show de stand-up que tem 1h20 e tem uma risada a cada 10 segundos. A gente fez essa medida. Então, é um show para a família toda, para todo mundo dar risada junto, porque eu falo das minhas viagens, das coisas mais malucas que aconteceram comigo e que deram errado. Que a gente gosta quando dá errado, não quando dá certo. É aí que a gente dá risada mesmo.

GS - Quanto tempo e como foi a elaboração do material que você leva agora ao palco?

Porchat - Eu comecei a pensar que histórias divertidas, são aquelas que os meus amigos gostam que eu conte. Quando eu 'tô' na mesa do bar, eu sempre conto umas histórias, falo, vou dizendo das minhas experiências, mesmo quando eu volto de viagem, as coisas engraçadas que aconteceram. E eu comecei a selecionar aquelas histórias que todo mundo adorava que eu contasse, e me dei conta de que todas eram histórias envolvendo viagem. E aí eu falei: Bom, eu posso realmente costurar esse espetáculo todo falando das histórias de viagem. Então, eu criei um show de stand-up sobre viagem com as minhas histórias pelo Brasil e pelo mundo.

GS - Uma das características que marcam seu trabalho desde que ficou mais autoral é a capacidade de rir de si mesmo. Isso foi algo que, como artista, você trabalhou durante sua carreira, ou sempre foi uma característica natural?

Porchat - Eu sinto que, como comediante, tenho que poder rir de tudo e de todos, inclusive de mim mesmo. Porque quando a gente começa a rir de si é que podemos rir também dos outros. Quando você fica só rindo dos outros, apontando os dedos pros outros, você acaba sendo antipático, você acaba sendo um cara chato que ri da cara de todo mundo. Agora, quando você primeiro, se coloca no lugar do risível e depois parte pra rir de todo mundo, as pessoas entendem que elas estão no mesmo barco que você. E quando a gente fala ri da gente, não é rir de um detalhezinho, uma 'bobagenzinha' ou outra. É poder rir de todas as características, de todas as coisas que você é, que você tem, que você faz. Quando você não se leva a sério, aí é mais fácil para as pessoas toparem que você não leve a sério elas também.

GS - Há muitos anos, em uma entrevista concedida para uma revista do Rio Grande do Sul, você declarou, na época, que a televisão era um meio já ultrapassado e já decretava que ia acabar. Os anos passaram e você se tornou um apresentador de televisão, o que mudou na sua avaliação a respeito deste meio de comunicação?

Porchat - A televisão, como simplesmente emissoras, que é como a gente conhecia muitos, muitos anos atrás, ela realmente acabou. A gente tem na televisão agora o aparelho de televisão, ele é tudo. Ele toca música, ele tem os streamings, ele acessa internet, também tem ali as emissoras de TV que a gente assiste. Mas a verdade é que a televisão se transformou completamente. E hoje mesmo, as redes sociais, os streamings, tomaram conta, falam com todo mundo. Tanto é que a gente tem televisões portáteis na mão. Eu trabalho na televisão, mas trabalho no cinema, na internet, no teatro. Eu trabalho em todas as plataformas possíveis. Eu sinto que, hoje, aquela televisão de muito tempo atrás, morreu completamente. A gente está falando de uma outra coisa, com outra concorrência, com outra gente fazendo, com outro jeito de fazer televisão, inclusive concorrendo com outras pessoas. Então, a verdade é que a televisão existe, claro. Assim como a televisão não matou o rádio, nada vai matar a televisão. Mas, o que ela representava, para o que ela é hoje, mudou muito.

GS - Ainda falando em televisão, o que mudou em relação ao seu público e a relação com ele a partir do momento em que você começou a ser um rosto mais frequente na TV aberta, fosse na Record como apresentador, ou agora nos canais da Globo?

Porchat - A televisão aberta é um canhão, porque chega de graça em todos os rincões do País. Você acaba se tornando mais conhecido, mais popular. Seu rosto entra na casa das pessoas e as pessoas vão tendo uma afinidade, ou não, com você. Depois de fazer meu talk show na Record, e agora o programa na Globo, eu percebo que atinjo um número muito grande de pessoas que têm a sua casa aberta, justamente para entrada das pessoas. É muito legal poder atingir todo esse público. É importante estar na TV, mas é importante também estar na internet. É importante estar se comunicando. Então, eu fico muito feliz de poder estar na Globo e fazer tanta gente dar risada.

Serviço

O que: Histórias do Porchat (stand-up)
Onde: Teatro Feevale, Novo Hamburgo
Quando: Sexta-feira (7), a partir das 21 horas
Ingressos: Entre R$ 60 e R$ 75, mais taxas

Ficha Técnica

Texto, direção e atuação: Fábio Porchat
Cenógrafo: José Dias Iluminador: Aurélio de Simoni
Figurinista: Roberta Tozato
Produção: Sergio Sayd

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