Após 27 anos, o “repórter secreto” do Fantástico mostrou o rosto pela primeira vez durante o programa. Na entrevista, ele explicou o motivo de nunca ter aparecido nas câmeras enquanto trabalhava com reportagens especiais. Naquela época, Eduardo Faustini realizou uma série de investigações e denúncias, sendo considerado um dos mais premiados jornalistas do Brasil.
“As pessoas fazem muita confusão achando que eu não mostro meu rosto pra me proteger. Mas, na realidade, eu nunca mostrei meu rosto para proteger o meu trabalho. É o meu trabalho que eu tento proteger”, falou o jornalista.
Faustini é especialista na apuração de casos de corrupção e crimes policiais. Ele afirmou que o anonimato foi essencial para o sucesso de seu trabalho. “Porque o fato de eu não ser conhecido me possibilitou fazer muitas matérias de infiltração, de frequentar lugares sem ser reconhecido. Então, esse é o motivo. E agora eu acho que já está na hora de descansar um pouco. Eu não tenho mais por que me esconder”, continuou antes das luzes se acenderem.
O jornalista também admitiu estar nervoso para mostrar o rosto em frente às câmeras e revelar sua identidade. “Eu estou nervoso, estou agitado. Tentando me encontrar nesse universo aqui. Estou extremamente desconfortável fazendo isso. Agora, quando estou fazendo meu trabalho, não sinto nada (nenhum nervosismo). Sei que não posso tremer ou gaguejar.” Essa entrevista foi exibida como parte das comemorações de 50 anos do programa.
Mas o seu trabalho não era o único motivo que o mantinha anônimo. Faustini explicou que não quis revelar a sua identidade para preservar os familiares, já que chegou a ser ameaçado por conta das investigações. “Eu sabia o peso da minha responsabilidade. Eu sacrifiquei a minha família, minha mulher, meu filho – e eles nunca me cobraram. Mas eles sabem o que passaram. O meu filho fez a faculdade com policiais na porta da sala de aula”, contou.
Algumas das reportagens mais marcantes do jornalista, foi: a prisão do ex-coronel da Polícia Militar Hildebrando Pascoal, acusado de comandar grupos de extermínio, e a exposição de diálogos que mostravam corrupção explícita de agentes da prefeitura de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Faustini também comunicou a queima de documentos da época da Ditadura Militar em Salvador, cobriu conflitos entre policiais e traficantes do Rio e investigou denúncias sobre desvios de dinheiro público.
Eduardo Faustini atuou no Fantástico de 1997 a 2021, quando deixou a emissora. Ele entrou na leva de funcionários veteranos que tiveram de sair da empresa, como Ari Peixoto, Renato Machado, Isabela Assumpção, Francisco José e Alberto Gaspar.
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— WWLBD ????? (@whatwouldlbdo) August 21, 2023
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