29 de março de 2008, um dia que ficou marcado para sempre. Dia em que Isabella Nardoni, de 5 anos, foi jogada do sexto andar do edifício London, em São Paulo. A garotinha estava passando o final de semana com o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá. Dois anos após a morte da menina, o casal foi levado a júri popular e condenado pelo crime. O novo documentário da Netflix, Isabella: O caso Nardoni, será lançado nesta quinta-feira (17), e conta com uma entrevista inédita com a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira.
Em uma entrevista divulgada pela Veja, os diretores do documentário, Claudio Manoel e Micael Langer, relembraram como foi o primeiro contato com Ana Carolina. “Ela falou que era difícil falar sobre isso, mas que pensaria e iria falar com a mãe dela, a Dona Rosa”, diz Cláudio. Os diretores realizaram uma segunda conversa, desta vez com a avó materna da menina junto.
Eles também tentaram contatar Antonio Nardoni, pai de Alexandre. No entanto, “eles não acharam que o projeto do filme seria interessante”.
Por outro lado, a família materna topou participar do projeto, para reviver a memória de Isabella. “Acho que a maneira com que a gente propôs o filme facilitou o processo”, conta Micael. Assim que a produção ficou pronta, Cláudio realizou uma exibição com a mãe e a avó de Isabella. Ele diz que estava apreensivo pois o documentário apresenta também a versão da defesa, além de mostrar falhas na investigação.
“Eu não fiz o filme para que ela gostassem, mas era importante para mim que gostassem. Tentamos um equilíbrio ao trazer as versões, as contradições e até os problemas na construção do resultado. Elas viram e entenderam que tínhamos o compromisso de contar a história com suas camadas diversas”, aponta Claudio.
O projeto revive o caso com detalhes, mostrando as reconstruções feitas pela perícias durante a investigação, depoimentos do promotor Francisco Cembranelli, de advogados envolvidos no processo, delegados, jornalistas, e da família materna de Isabella. O documentário não traz novos elementos à investigação, encerrada há mais de uma década com a condenação dos Nardoni. Mas se mostra a repercussão do caso na mídia, a comoção popular, que pode ter ocasionado fragilidades durante o processo.
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