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Intolerância religiosa

ACEITA: Anitta lança música sobre candomblé e perde mais de 200 mil seguidores

Videoclipe foi lançado nesta terça-feira (14); cantora lamenta a "debandada" de pessoas indignadas com a temática visual do clipe

Guilherme Schmidt
Publicado em: 14/05/2024 às 18h:05 Última atualização: 14/05/2024 às 18h:23
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Foi lançado pela cantora e compositora Anitta, nesta  terça-feira (14), o clipe da canção Aceita (em inglês e espanhol),  single do álbum Funk Generation (2024), que traz uma homenagem da artista ao candomblé, religião que ela adotou. E mais uma vez o trabalho dela levantou polêmica.

Anitta homenageia sua religião, o candomblé, em cenas de Aceita | abc+



Anitta homenageia sua religião, o candomblé, em cenas de Aceita

Foto: Reprodução

E desta vez não foram por cenas sensuais (que até estão no vídeo com direito a nudez) ou até sexuais que sempre provocam reações (adversas e também de admiração) em seus clipes; a intolerância religiosa foi a tônica do lançamento de Aceita.

A música não é exatamente sobre religião, apesar das imagens serem nesta direção, em meio a ritos e dança, com a batida do candomblé na abertura. É verdade que o vídeo também traz imagens de outras religiões, mas o candomblé é a mais destacada por ser sua fé.

Em 2 minutos e 26 segundo ela canta repetidamente “Eu acho que você não sabe como me chamam” em inglês/espanhol (“I don’t think you know cómo me llaman a mí”) e fala, em espanhol, que “Eu decido em cima de quem eu vou rebolar  / Oh, eu vou morrer assim, nunca vou mudar”.

 

Ao anunciar o lançamento, que seria nesta quarta (15) e acabou antecipado para esta terça-feira (14), Anitta falou: “Estamos aqui vivendo no mundo material e o maior segredo da vida é encontrar o equilíbrio entre o espírito e a matéria. Minha vida é buscar esse equilíbrio, então se nos outros vídeos a gente só rebolou a raba e falou sacanagem, nesse a gente pode se arrepiar ou até mesmo se emocionar”.

Rejeição de seguidores

Já na segunda-feira (13), ao divulgar o novo projeto, Anitta chegou a perder mais de 200 mil seguidores nas redes sociais. E, segundo ela, esta evasão foi em apenas duas horas.

Esta perda de seguidores gerou um desabafo da cantora – com direito a textão, mas sem tom de ataque – em seu Instagram em meio ao lançamento do clipe.

Videoclipe de Aceita traz cenas religiosas e destaca ritos do candomblé | abc+



Videoclipe de Aceita traz cenas religiosas e destaca ritos do candomblé

Foto: Reprodução

“Quando anunciei o lançamento deste clipe, perdi mais de 200 mil seguidores em menos de 2 horas. Eu já falei da minha religião inúmeras vezes, mas parece que deixar um trabalho artístico pra sempre no meu catálogo foi demais para quem não aceita que o outro pense diferente”, escreveu Anitta.

E ponderou em parte do texto: “Se continuarmos exigindo que o outro pense igual a você, se seguirmos com a intolerância, se não aprendermos a abrir mão de uma coisa ou outra em nome da paz, encontrando um meio termo, nosso mundo vai se acabar em guerra, matando uns aos outros pra ter razão no final da discussão. Talvez até se esqueçam como começou a discussão. Simplesmente fica a briga pela briga.”

Polêmica musical-religiosa não é algo novo no mundo popstar

A polêmica que Anitta vive hoje lembra a história de uma outra popstar: Madonna. De criação católica, a cantora lançou em 1989 o clipe de Like a Prayer, misturando uma abordagem religiosa e racial. O lançamento cercado de grande expectativa na MTV gerou reações diversas pelo mundo afora.

Madonna teve que enfrentar uma onda de ataques ao clipe, que tinha imagens sacras e cruzes em chamas, e, em uma época em que não existiam redes sociais ou mesmo Internet, a repercussão foi gigante e alcançou até patrocinadores da cantora. 

Na época, Madonna disse à Billboard: “É a história de uma garota que estava loucamente apaixonada por um homem negro, retratada no sul, com esse caso de amor inter-racial proibido. E o cara pelo qual ela está apaixonado canta em um coral. Ela está obcecada por ele e vai para a igreja o tempo todo. E isso se transformou em uma história maior, que era sobre o racismo e a intolerância. (…) E aí surgiu uma história que incorporou mais simbolismo religioso do que eu havia colocado na canção”.

 

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