Opinião
A origem da Fantástica Fábrica
Vale a pena se deliciar com o filme que conta a origem do personagem Willy Wonka, criado há quase 60 anos no livro Charlie and the Chocolate Factory, do escritor galês Roald Dahl
Última atualização: 15/12/2023 18:16
Já há uma semana em cartaz, Wonka se sobressai entre os filmes nos nossos cinemas por dois motivos: primeiro por se tratar da origem de uma das fábulas cinematográficas mais legais da infância de muita gente (A Fantástica Fábrica de Chocolates, seja ela com Gene Wilder ou Johnny Depp); e, segundo, porque é cativante, criativo e literalmente delicioso como degustar um bom chocolate, principalmente nesta época de encantos natalinos.
A produção dirigida por Paul King traz a história do excêntrico Willy Wonka anos antes da Fantástica Fábrica, mostrando ele como um mágico jovem sonhador confeiteiro, papel do talentoso Timothée Chalamet (de Duna), seja atuando, dançando ou cantando. Sim, porque como nas aventuras de 1971 e 2005, baseadas no livro de 1964 (Charlie and the Chocolate Factory, do escritor galês Roald Dahl), a história se desenvolve em meio a quadros musicais.
Para alcançar seu sonho, Wonka terá que encarar o cartel dos donos do ramo de doces, que, vendo a genialidade do rapaz, farão de tudo para que ele não conquiste seu espaço. É nessa trajetória, com crítica social, sarcasmo e bom humor, que a produção se desenrola apostando em uma simplicidade cativante que desafia a mesmice.
Mas o ingrediente principal de Wonka é a paixão, seja do personagem por tornar o seu sonho achocolatado realidade, ou do diretor King em dar ao espectador um espetáculo de cores, extravagâncias e magia, mas sem perder o passo e o ritmo.
Misture tudo isso a um elenco que tem nomes como Hugh Grant (na pele do icônico Oompa-Loompa), Olivia Colman, Rowan “Mr. Bean” Atkinson e ascendente Calah Lane, e pronto, temos a receita para um belo filme que não se perde em sua ambição de contar uma nova fábula (sim, porque apesar de ter o livro de Dahl como base, esta origem não está lá) de forma elegante e singela.
Curiosamente, o Wonka de Chalamet, apesar de se parecer fisicamente e no figurino mais com o Wonka de Depp, parece ter uma personalidade mais doce puxada para o Wonka de Wilder. Seja como for, ele ainda não é tão “esquisito” e solitário como nas suas versões adultas. E esta construção do gênio inventor e dono da futura Fantástica Fábrica de Chocolates é que fascina em Wonka. E, como um bom chocolate, dá aquele gostinho de quero mais. Quem sabe não tem mais uma barrinha vindo aí...