Novidade no mundo da tecnologia, o programa de inteligência artificial (IA) conhecido como ChatGPT está sendo considerado para muitos como uma ferramenta revolucionária. Trata-se de um assistente virtual que estabelece uma conversa com o usuário a partir do processamento de um grande volume de dados. O programa é capaz de responder perguntas, resolver equações, escrever e traduzir textos, entre outros. Você entra no aplicativo ou no navegador, faz um questionamento sobre pirâmides do Egito, por exemplo, e ele responde com um texto detalhado.
De acordo com o professor do Ensino Superior do Instituto Ivoti, Jorge Feldens, o ChatGPT está gerando apreensão entre os educadores devido ao impacto provocado em sala de aula. “Já se especula que o programa poderia ser usado para fazer provas, redações e deveres de casa, além de pesquisas pedagógicas, comprometendo o processo de ensino e de aprendizagem”, explica. Por isso, lembra Feldens, assim como ocorreu no início dos anos 2000 com a popularização da internet, é necessário criar formas de tornar a IA uma ferramenta de apoio e não um obstáculo.
Essa preocupação motivou a criação de um curso, promovido pelo Instituto Ivoti e projeto Ser Educação, que ocorrerá no sábado (25) em formato de videoconferência.
Nesta entrevista, Feldens resume os impactos do ChatGPT e como os professores podem usar a tecnologia em sala de aula.
Qual é o impacto da inteligência artificial no sistema de ensino?
Jorge Feldens – Como um modelo de linguagem treinado para gerar conteúdos coerentes e relevantes, a IA pode ser usada na criação de textos e solução de problemas. No entanto, seu uso apresenta alguns perigos potenciais à educação. O primeiro é o plágio, porque há como os estudantes copiarem e colarem respostas geradas sem entender o conteúdo. Isso resulta em falta de originalidade, o que não é benéfico ao aprendizado.
Quais os outros perigos que merecem atenção?
Feldens – Outro problema é a dependência. Se os estudantes se acostumarem a usar o ChatGPT para tudo, tornam-se reféns da ferramenta e não aprendem a pensar criticamente ou a resolver problemas por conta própria. E um terceiro perigo é a falta de feedback, pois a inteligência artificial não fornece retorno personalizado e específico a cada aluno, o que é importante para ajudá-los a entender como podem progredir.
Como evitar as distorções de aprendizado causadas pelo ChatGPT?
Feldens – Como forma de resolver esses problemas, os educadores precisam ensinar os estudantes como usar os mecanismos de inteligência artificial, de forma eficaz e ética, como uma ferramenta de apoio à aprendizagem, em vez de um substituto a ela. Também é importante os professores continuarem a fornecer feedback individualizado e personalizado, mesmo que os alunos usem essa ferramenta.
Qual papel a inteligência artificial pode ter na metodologia de ensino?
Feldens – O uso da inteligência artificial é um complemento ao ensino e avaliações, incentivando o pensamento independente e o questionamento constante, em vez de depender exclusivamente das respostas geradas pelo modelo de linguagem. Para isso, os educadores podem desenvolver avaliações que não sejam facilmente resolvidas com o ChatGPT, a fim de evitar a dependência da ferramenta. Devem estimular os jovens a pensarem criticamente, estabelecerem comparações e desenvolverem contrapontos.
Alguma dica de aplicação prática?
Feldens – Um exemplo é incentivar os estudantes a analisarem e a debaterem a respeito das respostas geradas pela inteligência artificial, explicando essas respostas geradas por ela. Isso os estimulará a pensar sobre as implicações de suas respostas e a justificá-las com base em evidências.
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Curso sobre ChatGPT ocorre no sábado
O curso on-line “Chat GPT em Aulas de Língua Portuguesa: Caminhos Possíveis” será realizado em formato de videoconferência no sábado (25), das 9 às 12 horas. Comandado pelo professor Jorge Feldens, o encontro é uma realização do Instituto Ivoti e do projeto Ser Educação, que está em sua 4ª edição.
O treinamento tem como públicoalvo professores da educação básica e superior, estudantes de curso normal, alunos de graduação e de pósgraduação, profissionais de outras áreas que atuam em educação e demais interessados.
A proposta da atividade é demonstrar aos participantes as funcionalidades da ferramenta e, principalmente, apresentar sugestões de atividades práticas para o uso positivo do ChatGPT em aulas de Língua Portuguesa.
O treinamento é gratuito aos parceiros do projeto Ser Educação. Para o público-geral o valor é R$ 50. A inscrição deve ser feita acessando este link: Chat GPT em Aulas de Língua Portuguesa
Sobre o projeto Ser Educação
O 4º Ser Educação é realizado pelo Grupo Sinos e conta com os parceiros:
Patrocínio máster:
– Conselho Reg. dos Técnicos Industriais (CRT-RS)
– Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo
– Fundação Escola Superior do Ministério Público
– Fundação Liberato
– Fundação Logosófica
– Prefeitura de Esteio
– Prefeitura de Novo Hamburgo
– Sesi/Senai
Patrocínio:
– Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE)
– Sicredi Pioneira
Apoio:
– Colégio Sinodal
– Instituto Ivoti
– Prefeitura de Campo Bom
– Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac
– Universidade Feevale
Apoio institucional:
– 2ª Coordenadoria Regional de Educação
– OAB São Leopoldo
– Associação Comercial e Industrial (ACI NH/CB/EV/DI)
Site do projeto: gruposinos.com.br/sereducacao
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