AMNÉSIA DOS GLÚTEOS

Síndrome do bumbum morto: Entenda os riscos de ficar muito tempo sentado e como prevenir

Especialista explica o que causa a síndrome do bumbum morto, quais os sintomas e como prevenir

Publicado em: 25/10/2024 12:42
Última atualização: 25/10/2024 12:43

Há mais de 10 anos, estudos indicam que passar tempo demais sentado traz diversos malefícios para a saúde. Além de estar ligado à propensão de diversas doenças, o sedentarismo está diretamente relacionado à síndrome do bumbum morto.

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Síndrome do bumbum morto pode acontecer após passar muitas horas sentado Foto: Freepik

Apesar do nome ser diferente, despertando a curiosidade da população, a também chamada síndrome da amnésia dos glúteos é real, e pode levar a dores em diversas partes do corpo, até a consequências mais sérias para os idosos, por exemplo.

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O que é a síndrome do bumbum morto?

Ao passar muitas horas sentado, a musculatura dos glúteos fica inativa e os nervos que estão espalhados pela região ficam pressionados. É então que pode ser desencadeada a síndrome do bumbum morto, como explica o professor de fisioterapia da Universidade Feevale Leonardo Fratti Neves.
Ao contrário de quando o braço fica dormente, por exemplo, a pessoa não irá sentir fisgadas. O que acontece, na verdade, é o surgimento de dores ao se movimentar e até inabilidade de se manter equilibrado, como ao tentar ficar em um pé só.

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"Quanto menos ativa a pessoa for, menos contração ela vai ter nessa musculatura, maior disfunção e perda de qualidade ela vai ter", explica Fratti. Isso porque os músculos da região dos glúteos são estabilizadores da região do quadril, auxiliando até no momento de caminhar ou agachar.

Desta forma, se a pessoa tende a passar horas sentada, sem levantar, assim que ela precisar da coordenação e da força, ela não conseguirá contrair a musculatura do glúteo e pode até acabar se machucando.

E essa fraqueza da musculatura vale tanto para o movimento ao fazer algo do dia a dia quanto para praticar algum esporte. "E isso em indivíduos saudáveis", lembra ele. Em idosos, as consequências podem ser até mais sérias.

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Síndrome pode ter consequências mais graves para idosos

Enquanto a síndrome da amnésia dos glúteos pode refletir de forma negativa na vida ativa de pessoas jovens, nos idosos, isso pode afetar até a expectativa de vida. "Em pessoas mais idosas, que passam muito tempo sentadas, isso repercute de maneira mais importante. Na longevidade, inclusive", afirma.

O professor de fisioterapia explica que, ao passarem muito tempo sentados, eles acabam possuindo cada vez menos capacidade de se movimentar. "Pensando em indivíduos mais velhos, a pessoa vai ter dificuldade para levantar e sentar no sofá, ir sozinha no banheiro, se deslocar dentro de casa, subir um lance de escada, e assim por diante", diz.

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Sintomas da síndrome do bumbum morto

Dentre os principais sintomas da síndrome da amnésia glútea, estão:

  • Dores nos joelhos e quadril;
  • Brucite;
  • Tendinite;
  • Dores na região lombar;
  • Perca de força da extensão de quadril e abdução de quadril;
  • Perca do equilíbrio adequado ao ficar em um pé só.

"Por exemplo, vai ficar na posição em pé, com um pé só no chão. A pessoa não consegue manter o equilíbrio adequado, perde um pouco de quadril", explica Fratti.

Em casos mais graves, a pessoa pode acabar não conseguindo ou sentido muitas dores ao fazer elevações pélvicas, por exemplo. Nesses casos, a pessoa precisa "tirar o bumbum do apoio, na posição deitada, de bumbum pra cima".

Já em casos menos intensos, isso pode passar batido no dia a dia. "Porém, se essa pessoa é mais ativa fisicamente, ela pode começar a desenvolver outros sintomas, em outras regiões, inclusive", afirma.

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Como termo "bumbum morto" e "amnésia glútea" surgiu

O professor salienta ainda que a síndrome se tornou popular nos últimos meses, mas não existe em artigos científicos.

Ainda assim, "esse termo chama atenção porque a gente tem hoje um estilo de vida muito sedentário, muitas pessoas passam muitas horas por dia trabalhando ou estudando sentados", conta Fratti.

Tudo começou com um livro sobre disfunções da coluna vertebral, escrito por um pesquisador de biomecânica norte-americano chamado Stuart McGill. Por 32 anos, ele foi professor na Universidade de Waterloo, onde pesquisou sobre o assunto.

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"Em algum determinado momento, ele estava falando sobre algumas disfunções de glúteo médio e glúteo mínimo", conta Fratti. "E falando sobre a relação disso com a dor lombar, ele acabou usando o termo de adormecimento dessa 'musculatura glútea' e relacionou isso com estar muito tempo sentado", completou.

"Do ponto de vista biomecânico, isso faz sentido", continuou o professor. A partir dessa citação, o termo acabou se popularizou e foi até modificado "porque acaba chamando atenção".

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Tratamento da síndrome de amnésia glútea existe?

Uma boa notícia é que existe tratamento. Conforme Fratti, o principal é que a pessoa procure um profissional da saúde, que irá avaliar o caso dela especificamente, para então encontrar a melhor forma de tratamento.

O professor de fisioterapia cita como exemplo uma pessoa que chega ao consultório sentindo dores nos joelhos, na região lombar e até no quadril, sem ter sofrido uma lesão. A partir disso, é feita uma avaliação de força e mobilidade.

"Uma das coisas que a gente pode constatar nessa avaliação é se realmente há daquele indivíduo uma inatividade, uma incapacidade, de contrair a sua musculatura glútea", explica. Se constatado, são feitas atividades físicas para reeducar o músculo.

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Para prevenir a síndrome do bumbum morto, se movimente

Para a prevenção, não há segredo ou receitas milagrosas. De acordo com o fisioterapeuta, a melhor forma de evitar a síndrome da amnésia dos glúteos é se movimentar.

A principal recomendação de Fratti é fazer pausas programadas durante a rotina a cada 40 minutos. "Para que a pessoa levante, se movimente, volte a contrair o glúteo, tire um pouco daquela compressão dessa inervação, e até melhora a oxigenação da região glútea e etc."

"São coisas simples", afirma. "É simplesmente se movimentar. E buscar um estilo de vida mais ativo, de preferência", recomenda o fisioterapeuta. Caso os sintomas não melhorem, mesmo ao se movimentar mais, a recomendação é procurar um profissional da saúde para investigar a fundo.

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CategoriasBrasilSaúde
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