Você provavelmente já acordou às 3 horas da madrugada e não conseguiu voltar a dormir profundamente, com a mente cheia de preocupações, de natureza angustiante ou punitiva.
Para o psicólogo que estuda o sistema circadiano Greg Murray, da Universidade de Tecnologia de Swinburne, na Austrália, o motivo está ligado à nossa neurobiologia, que entra em um ponto de virada entre as 3 horas e as 4 horas da manhã.
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“A temperatura corporal começa a aumentar, a vontade de dormir diminui (porque dormimos bastante), a secreção de melatonina (o hormônio do sono) atingiu o pico e os níveis de cortisol (um hormônio do estresse) aumentam à medida que o corpo se prepara para começar o dia”, explica em artigo publicado no site Hull Live.
Segundo Murray, o sono fica mais leve na segunda metade da noite, mas não notamos os vários despertares que ocorrem todas as noites. “Mas adicione um pouco de estresse e há uma boa chance de que acordar se torne um estado totalmente autoconsciente.”
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Como resolver o problema?
Murray descreve que os pensamentos neste horário são muito focados na própria pessoa, o que chama de “estado de extremo egocentrismo”.
“Circulando em torno do conceito “eu”, podemos gerar sentimentos dolorosos e retrógrados, como culpa ou arrependimento. Ou transformar nossos pensamentos cansados no futuro sempre incerto, gerando medos infundados”, diz.
Meditações simples podem ajudar. Uma das dicas de Murray é prestar atenção nos sentidos, com foco na respiração. Sempre que notar novos pensamentos surgindo, retome, de forma gentil, a atenção para a respiração.
“Às vezes, essa meditação funciona. Às vezes, não. Se ainda estou preso em pensamentos negativos depois de 15 ou 20 minutos, sigo o conselho da terapia cognitivo-comportamental, levanto, acendo a luz fraca e leio”.
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Estresse e insônia
O especialista ainda lembra que o estresse também afeta o sono “quando as pessoas ficam hipervigilantes sobre estarem acordadas”.
Essa preocupação de que se deveria estar dormindo leva a um estado de vigilância ansiosa durante a fase de sono leve. Em casos como este, Murray indica consultar com profissionais da área de saúde mental.
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