DOENÇAS

Pneumologista explica a diferença entre asma e bronquiolite

Médico Tadeu Baglio conta como a asma se manifesta e quais são os principais cuidados em casos graves

Publicado em: 15/05/2023 10:20
Última atualização: 26/03/2024 21:54

Maio é lembrado como mês de conscientização para os cuidados com a asma. Para lançar luz sobre o assunto, a data, que é uma iniciativa da "Global Initiative for Asthma", traz como tema este ano os "Cuidados com a asma para todos".


Pneumologista explica a diferença entre asma e bronquiolite Foto: Adobe Stock

Pneumologista do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento, Pierangelo Tadeu Baglio explica como a doença se caracteriza e aponta as diferenças entre a asma e bronquiolite.

Embora a doença possa ser controlada com tratamento, há situações que requerem cuidados. Baglio aponta em que casos o paciente precisa buscar atendimento imediato.

"Se os sintomas do paciente são muito intensos, como falta de ar incapacitante, baixa oxigenação e insuficiência respiratória ou dor no peito, a pessoa deve procurar um serviço de emergência, para um pronto atendimento e avaliação mais imediata do quadro clínico."

Como se manifesta

O especialista pontua que a asma é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias, que tem uma base genética. O indivíduo já nasce com predisposição e, a partir da interação com fatores como poluição, alérgenos ou vírus, acaba desenvolvendo sintomas relacionados à enfermidade.

"É comum encontrar outros asmáticos na família de um paciente. Entretanto, é importante observar que a asma resulta da interação dos dois fatores: a predisposição somada à interação do meio ambiente."

Baglio também explica que a asma ou bronquite asmática são duas formas diferentes de denominar a mesma doença. O nome oficial da patologia é asma brônquica, mas, popularmente, ela é conhecida como bronquite asmática ou, simplesmente, asma.

"Atualmente, temos a doença controlada, a não controlada, e os casos graves. Não falamos mais em asma leve, pois ela pode dar uma falsa sensação de controle e, se não tratada, pode apresentar uma piora do quadro, com uma crise."

Casos graves

Paciente com asma grave é aquele que, mesmo com tratamento regular, não consegue controlá-la e, como consequência, acaba internado com frequência. Esses casos correspondem de 3% a 5% do universo geral de asmáticos.

"Para eles, existem as terapias-alvo: são os chamados imunobiológicos, que vão atuar sobre as rotas inflamatórias da doença", explica o pneumologista Tadeu Baglio.

O médico diz ainda que para evitar crises de asma é preciso tomar medidas conjuntas e, principalmente, ter acompanhamento médico. "A prescrição deve ser seguida à risca e de forma contínua."

Bronqueolite está relacionada a vírus

De acordo com o médico, a asma é uma doença não infecciosa, que se caracteriza pela inflamação crônica das vias respiratórias.

Já a bronquiolite costuma se desencadear de uma situação causada por uma infecção que acomete frequentemente crianças, na faixa etária pré-escolar ou escolar, geralmente, causada por um vírus (sincicial respiratório).

"Portanto, a bronquiolite, normalmente, é uma condição infecciosa, enquanto a asma brônquica é uma condição inflamatória não infecciosa."

A asma é uma doença crônica que não tem cura. No entanto, o pneumologista explica que os tratamentos tiveram avanços especialmente nos últimos anos.

"Contamos com um arsenal terapêutico amplo, como corticoides e broncodilatadores inalatórios, que podem oferecer uma qualidade de vida excelente ao paciente."

O médico também ressalta que pacientes asmáticos podem, e devem, praticar atividades físicas. "Com a asma controlada, não se espera que o paciente tenha dificuldade para praticar qualquer tipo de esporte."

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