Maio é lembrado como mês de conscientização para os cuidados com a asma. Para lançar luz sobre o assunto, a data, que é uma iniciativa da “Global Initiative for Asthma”, traz como tema este ano os “Cuidados com a asma para todos”.
Pneumologista do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento, Pierangelo Tadeu Baglio explica como a doença se caracteriza e aponta as diferenças entre a asma e bronquiolite.
Embora a doença possa ser controlada com tratamento, há situações que requerem cuidados. Baglio aponta em que casos o paciente precisa buscar atendimento imediato.
“Se os sintomas do paciente são muito intensos, como falta de ar incapacitante, baixa oxigenação e insuficiência respiratória ou dor no peito, a pessoa deve procurar um serviço de emergência, para um pronto atendimento e avaliação mais imediata do quadro clínico.”
Como se manifesta
O especialista pontua que a asma é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias, que tem uma base genética. O indivíduo já nasce com predisposição e, a partir da interação com fatores como poluição, alérgenos ou vírus, acaba desenvolvendo sintomas relacionados à enfermidade.
“É comum encontrar outros asmáticos na família de um paciente. Entretanto, é importante observar que a asma resulta da interação dos dois fatores: a predisposição somada à interação do meio ambiente.”
Baglio também explica que a asma ou bronquite asmática são duas formas diferentes de denominar a mesma doença. O nome oficial da patologia é asma brônquica, mas, popularmente, ela é conhecida como bronquite asmática ou, simplesmente, asma.
“Atualmente, temos a doença controlada, a não controlada, e os casos graves. Não falamos mais em asma leve, pois ela pode dar uma falsa sensação de controle e, se não tratada, pode apresentar uma piora do quadro, com uma crise.”
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Casos graves
Paciente com asma grave é aquele que, mesmo com tratamento regular, não consegue controlá-la e, como consequência, acaba internado com frequência. Esses casos correspondem de 3% a 5% do universo geral de asmáticos.
“Para eles, existem as terapias-alvo: são os chamados imunobiológicos, que vão atuar sobre as rotas inflamatórias da doença”, explica o pneumologista Tadeu Baglio.
O médico diz ainda que para evitar crises de asma é preciso tomar medidas conjuntas e, principalmente, ter acompanhamento médico. “A prescrição deve ser seguida à risca e de forma contínua.”
Bronqueolite está relacionada a vírus
De acordo com o médico, a asma é uma doença não infecciosa, que se caracteriza pela inflamação crônica das vias respiratórias.
Já a bronquiolite costuma se desencadear de uma situação causada por uma infecção que acomete frequentemente crianças, na faixa etária pré-escolar ou escolar, geralmente, causada por um vírus (sincicial respiratório).
“Portanto, a bronquiolite, normalmente, é uma condição infecciosa, enquanto a asma brônquica é uma condição inflamatória não infecciosa.”
A asma é uma doença crônica que não tem cura. No entanto, o pneumologista explica que os tratamentos tiveram avanços especialmente nos últimos anos.
“Contamos com um arsenal terapêutico amplo, como corticoides e broncodilatadores inalatórios, que podem oferecer uma qualidade de vida excelente ao paciente.”
O médico também ressalta que pacientes asmáticos podem, e devem, praticar atividades físicas. “Com a asma controlada, não se espera que o paciente tenha dificuldade para praticar qualquer tipo de esporte.”
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