Não consegue se desligar do trabalho mesmo estando em casa? Está de férias, mas é incapaz de relaxar por conta da profissão? Se cobra muito e acaba trabalhando muito além do que deveria? Pode ser burnon.
A síndrome de burnout, já conhecida e amplamente discutida há alguns anos, atinge 31% da população brasileira, ao menos, de acordo com a International Stress Management Association (Isma).
Agora, um novo termo chega à luz para falar sobre as péssimas consequências que o excesso de trabalho: o burnon. Mas o que é isso? E o que ele tem a ver com burnout?
Para começar, ambos os termos são parecidos, tanto na nomenclatura, quanto em relação às causas. Entretanto, não querem dizer a mesma coisa, de acordo com o site do doutor Drauzio Varella.
O que é burnon?
O burnon é um termo novo, usado para se referir às situações em que há uma dedicação excessiva ou uma obsessão pelo trabalho, fazendo com que a pessoa não consiga se desconectar das responsabilidades profissionais e, por isso, fique esgotada física e emocionalmente.
As consequências do fenômeno podem ser terríveis ao bem-estar da pessoa, que deixa de lado e até rompe as relações pessoais e atividades de lazer para se dedicar totalmente à profissão.
Principais diferenças entre burnon e burnout
A síndrome de burnout é caracterizada por um esgotamento físico e emocional, resultado de atividades, ou mesmo o trabalho em si, muito estressantes e prolongadas. Já o burnon é um estado de “hiper-engajamento no trabalho” que leva às mesmas consequências, explica o portal.
Por fim, “a principal diferença entre burnout e burnon reside na causa e na manifestação do estresse”. Ou seja, enquanto o burnon é o excesso de preocupação com o trabalho, levando a uma obsessão, que pode acarretar em esgotamento, o burnout é a exaustão, levando à baixa produtividade.
Os sinais também marcam uma diferença entre ambas. Confira os sintomas abaixo:
Principais sintomas do burnon:
- Incapacidade de relaxar;
- constante sensação de que deveria estar trabalhando;
- exigências extremamente altas para si, que resultam em frustração e autocrítica;
- dificuldade de se concentrar;
- perda de criatividade;
- dificuldade para dizer “não”.
No caso do burnon, a pessoa que sofre com o distúrbio pode permanecer eficiente, mas se sentindo desmotivada e descontente. Um problema que pode ser facilmente confundido com dedicação e comprometimento.
Principais sintomas de burnout
- Cansaço excessivo, físico e mental;
- dor de cabeça frequente;
- alterações no apetite;
- insônia;
- dificuldades de concentração;
- sentimentos de fracasso e insegurança;
- negatividade constante;
- sentimentos de derrota e desesperança;
- sentimentos de incompetência;
- alterações repentinas de humor;
- isolamento;
- fadiga;
- pressão alta;
- dores musculares;
- problemas gastrointestinais;
- alteração nos batimentos cardíacos.
Conforme o Ministério da Saúde, os sintomas descritos podem começar de forma leve e se intensificarem conforme o tempo, caso não seja percebido e tratado antes.
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Os perigos do burnon
“O burnon pode levar a um estado de alerta constante, resultando em níveis elevados de cortisol, o hormônio do estresse”, diz o portal. Consequentemente, isso pode resultar em problemas cardiovasculares e impactar o sistema imunológico de maneira negativa.
Já psicologicamente, o portal explica que ele pode se manifestar como “ansiedade crônica e insônia”. Eventualmente, essa carga elevada de trabalho auto-imposta junto à incapacidade de relaxar pode levar a um burnout.
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Enquanto a síndrome de burnout já foi incluída na lista de doenças do trabalho como CID-11 e é amplamente discutida, ainda não há muitos estudos sobre o burnon.
a dedicação excessiva e a incapacidade de se desconectar das responsabilidades profissionais levam ao desgaste físico e mental”.