SOLIDARIEDAE E SAÚDE
Medicina da Ulbra atende abrigados no centro humanitário em Canoas
Universidade que acolheu 7,8 mil pessoas segue ajudando vítimas das cheias
Última atualização: 15/08/2024 18:02
A Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) intensificou os esforços humanitários em apoio aos desabrigados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A equipe de Medicina da Família e Comunidade da Ulbra, composta por professores, médicos residentes e estagiários, está na linha de frente do atendimento no Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, em Canoas.
O Centro, com 126 casas modulares, foi planejado para abrigar mais de 600 pessoas. Desde a abertura, a Ulbra tem fornecido atendimento médico e apoio psicológico.
São cem consultas médicas por semana. Estão no local, atualmente, 386 abrigados. Também 120 crianças, que recebem um trabalho de resgate com a unidade de saúde. Muitas estão com problemas respiratórios.
LEIA TAMBÉM: Entenda o que causa sensibilidade dentária e como pode ser solucionada
"É uma experiência única”, diz médica que atua no Centro Humanitário
A médica supervisora da equipe de saúde da Ulbra no Centro Humanitário, Karoline Brambatti, destaca a diversidade da população atendida. "Esperávamos encontrar principalmente idosos com doenças crônicas, mas nos deparamos com uma população jovem, vulnerável, e com muitos problemas de saúde mental agravados pelas enchentes," afirma.
"É uma experiência única. Nunca havia convivido com uma população tão necessitada de auxílio em saúde. São famílias que, até então, estavam invisíveis para o sistema de saúde."
CONFIRA ESTE ASSUNTO: Veja lista de doenças com potencial epidêmico divulgada pela OMS
Fernanda Machado Mota, médica residente em Medicina de Família e Comunidade na Ulbra, descreve o trabalho no Centro Humanitário como um desafio e uma oportunidade de aprendizado inestimável.
"Planejamos todo o atendimento como se estivéssemos montando um posto de saúde do zero. Fizemos o mapeamento das áreas e das condições de saúde das pessoas para oferecer um cuidado mais abrangente. É uma experiência médica gratificante," relata.
CONFIRA ESTA NOTÍCIA: Veja 5 maneiras de aliviar os suores noturnos durante a menopausa
Impacto na formação dos acadêmicos
A estagiária Emanuela da Silva Foletto, estudante do 9º semestre de Medicina da Ulbra Canoas, compartilha a experiência ao prestar atendimentos no Centro Humanitário, enfatizando o impacto positivo na sua formação profissional.
Ela destaca como esses atendimentos, voltados a uma população afetada emocionalmente pelas enchentes, são enriquecedores do ponto de vista médico e humano.
Para ela, essa vivência está sendo "construtiva, principalmente para entender várias realidades que vamos enfrentar após formados" e que, apesar da situação ser triste, sente-se grata pela oportunidade de crescimento pessoal e profissional.
Além do atendimento médico, o Centro Humanitário oferece uma estrutura completa para as famílias, com banheiros, refeitório, lavanderia coletiva, berçário, fraldário, policiamento 24 horas e espaços multiuso. As crianças, que compõem uma parcela significativa dos abrigados, recebem atenção especial.
O Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, localizado na Avenida Guilherme Schell, em Canoas, é um símbolo da resiliência e da solidariedade da sociedade gaúcha.
Este é mais um exemplo de como a união entre a Ulbra e a comunidade pode trazer alívio e esperança em tempos de crise. A Universidade permanece comprometida em fazer a diferença.
FIQUE POR DENTRO: Conhece o suco roxo? Entenda os benefícios para a saúde dos rins e como preparar
Detalhes do Centro Humanitário
• O Centro Humanitário de Acolhimento foi inaugurado em julho de 2024.
• O espaço tem 126 casas modulares e capacidade para abrigar até 630 pessoas.
• As famílias recebem assistência médica, social e psicológica, além de acesso a serviços essenciais como água, saneamento, energia elétrica e wi-fi.
• A equipe de Medicina da Ulbra atende, em média, cem pessoas por semana no Centro Humanitário.
• A Ulbra mobilizou seu campus de Canoas como uma central de solidariedade durante a crise climática, em maio.