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DOENÇA VIRAL

Lesões por herpes podem ter relação com crises de ansiedade? Entenda

Não há cura para a doença, mas pesquisas recentes investigam o que está atrelado à ocorrência das lesões em pessoas que têm o vírus

Publicado em: 18/05/2023 às 16h:02 Última atualização: 26/03/2024 às 19h:53
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Estima-se que mais de 3,7 bilhões de pessoas no mundo já tiveram manifestações do vírus da herpes. O número equivale a 67% da população mundial abaixo de 50 anos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Lesões por herpes podem ter relação com crises de ansiedade



Lesões por herpes podem ter relação com crises de ansiedade

Foto: Adobe Stock

Apesar dessa enorme prevalência, novas descobertas sobre os vírus HSV-1 ou HSV-2, que provocam, respectivamente, herpes simples tipo 1 e 2, não são comuns no meio científico, e muitas das práticas atuais para prevenção e tratamento da doença são as mesmas de décadas atrás.

Por se tratar muitas vezes de uma doença com sintomas leves a moderados, salvo na primeira ocorrência, o tratamento segue praticamente o mesmo, aponta a pesquisadora Daniele Rechenchoski, que atuou num estudo brasileiro sobre o herpes.

Segundo ela, o vírus é, na verdade, subestimado pela comunidade científica. “É um vírus com alta infecciosidade e que acomete milhares de pessoas ao redor do mundo. Além disso, em pacientes neonatos e imunocomprometidos, o vírus é capaz de causar sintomas graves, podendo ser até letal”, destaca Rechenchoski, doutora em Microbiologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

O que causa o aparecimento das lesões

Não existe vacina ou cura para o herpes. Fatores estressantes para a doença, como exposição solar, variações hormonais ou estresse, favorecem o aparecimento das lesões. Segundo a microbiologista Daniele Rechenchoski, uma das grandes dificuldades no desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o HSV é a capacidade do vírus de “evadir a resposta imune do hospedeiro”, ficando latente após o primeiro contato.

A cura do herpes parece distante, mas os pesquisadores tem se debruçado mais sobre os motivos que levam à ocorrência das lesões na pele de quem tem o vírus.  “Investigar o que está baixando a imunidade das pessoas que têm manifestações. Eu vejo o herpes muito mais como um sinal de um corpo que está precisando de ajuda”, explica Lilian Fiorelli, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein e especialista na área de sexualidade humana.

No ano passado, um estudo realizado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) investigou a relação do herpes simples e sintomas de ansiedade durante a pandemia de covid-19. A partir do acompanhamento de 347 estudantes de odontologia que já haviam apresentado episódios de herpes oral antes da pandemia, o estudo estabeleceu uma correlação entre ansiedade no nível grave, ou estresse nos níveis moderado e grave, e manifestações mais frequentes da doença.

Manifestação do vírus da herpes no organismo

O herpes é uma infecção causada pelo vírus Herpes simplex. Ele é transmitido pelo contato direto das lesões com a pele ou mucosa de uma pessoa não infectada.

Existem dois tipos de herpes: o tipo 1 é causado pelo vírus HSV-1 e provoca lesões principalmente na boca ou no nariz, e por isso é conhecido como herpes oral. Já o tipo 2 é associado ao vírus HSV-2 e afeta, majoritariamente, os órgãos genitais. Apesar disso, as duas doenças podem causar feridas também em outras partes do corpo.

Nos últimos anos, tem aumentado a ocorrência de lesões provocadas pelo herpes tipo 1 nos órgãos genitais, ou pelo tipo 2 na boca, segundo ginecologistas. “Devido ao alto grau de prática de sexo oral, tem se tornado mais comum ver o tipo de herpes que geralmente afeta a boca aparecendo nos genitais também”, explica Fiorelli, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Tratamento

Assim como os tratamentos não evoluíram muito nos últimos anos, a recomendações para evitar a transmissão do herpes também continuam as mesmas. Como o contágio ocorre principalmente por meio de feridas ativas, é importante evitar contato íntimo durante a fase aguda da doença, ou seja, enquanto as lesões estão visíveis – isso inclui beijos e relações sexuais.

Fonte: Agência Einstein

 

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