A evolução do implante de válvula aórtica está mais próxima dos pacientes brasileiros. Uma portaria do Ministério da Saúde, publicada no dia 11 de abril, inclui na Tabela de Procedimento, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde (SUS), o Implante Percutâneo de Válvula Aórtica (Tavi), por via transfemoral, para tratamento da estenose aórtica grave em pacientes com contraindicação cirúrgica, no âmbito do SUS.
Essa técnica permite a troca de válvula no coração sem a necessidade de abrir o peito do paciente. É um procedimento minimamente invasivo, feito por anestesia local e que permite ao paciente uma recuperação mais rápida. Os detalhes sobre troca válvula cardíaca por meio do transcateter está sendo discutida em Porto Alegre, entre médicos brasileiros e estrangeiros.
Encerra-se nesta sexta-feira (19) Simpósio TVI – Transcatheter Valve Intervention (nome em inglês para Intervenção de Válvula Transcateter), realizado no Hotel Hilton, em Porto Alegre. Pelo segundo ano consecutivo, o encontro científico na capital gaúcha recebe especialistas internacionais e de vários estados do país para debater os avanços no tratamento das doenças cardíacas estruturais valvares.
Nos dois primeiros dias do evento, explica o cirurgião cardiovascular e coordenador do Simpósio, Eduardo Keller Saadi, ocorreram as sessões “Hands On”, em que os os participantes puderam exercitar o passo a passo do implante de válvula aórtica com simuladores 3 D. A programação também teve transmissões ao vivo de cirurgias em centros como Estados Unidos, América do Sul e Europa.
Ajustes à Portaria serão necessários
O implante de válvula aórtica via cateter começou a ser aplicado em 2002, mas chegou ao Brasil em 2008. No ano seguinte, ocorreu o primeiro procedimento em Porto Alegre, no qual Saadi participou. Hoje em dia apenas o Hospital de Clínicas de Porto Alegre realiza esse tipo de intervenção, por meio de convênio.
A partir da Portaria do Ministério da Saúde, a expectativa é que mais hospitais no Estado possam se habilitar ao Tavi. No entanto, Saadi argumenta que serão necessários alguns ajustes na Portaria para adequar os valores para custeio do procedimento.
Atualmente o custo da troca de válvula cardíaca por cateter pode girar em torno de R$ 80 mil a R$ 100 mil. A maioria dos insumos é importada. A expectativa é de que os governos federal e estaduais possam negociar valores com as empresas fornecedoras para que, baixando o custo do procedimento, mais pessoas possam se beneficiar desse novo procedimento.
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