Ferida precisa "respirar"? Saiba como tratar lesões na pele sem atrapalhar a cicatrização

Cortes na pele em processo de cicatrização exigem cuidado correto para evitar complicações. Uma das principais recomendações, conforme o enfermeiro Gabriel Teixeira, da Equipe de Referência em Curativos (ERC) do Hospital Regina, é na hora do banho. Outro ponto que merece atenção é quanto à limpeza da ferida.

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“Durante o banho, realizamos movimentos de fricção na pele e, com isso, podemos retirar parte dessas bactérias. Assim, elas podem se deslocar e penetrar na ferida. Diferente de quando estão na pele íntegra, e que não nos fazem mal, na ferida estas bactérias podem provocar uma infecção”, detalha.

É preciso proteger a ferida

O enfermeiro explica ainda que a ferida precisa se manter na mesma temperatura do corpo, pois isso contribui para o processo de cicatrização. Dessa forma, se molhar a ferida durante o banho, a ferida se resfria em relação à pele. Logo, desacelera a cicatrização.
“O que se pode fazer é proteger o curativo com um saco plástico ou filme PVC para que não molhe e depois do banho realizar o curativo”, recomenda Gabriel Teixeira.

Ferida não precisa "respirar"

A ideia de que o machucado precisa ficar exposto para “respirar” não colabora para o processo de cicatrização. É um mito. O enfermeiro Gabriel Teixeira explica como deve ser tratado um corte ou machucado na pele que acarreta em ferida.

• Primeiro é preciso entender que tipo ferimento ocorreu e o local dessa lesão no corpo. “Nesse primeiro momento, deve ser feito a limpeza com soro fisiológico 0,9% no ferimento. Não pode aplicar iodo, água oxigenada, clorexidina ou álcool, pois ressecam a ferida e destroem o tecido sadio, além da possibilidade de alergia.”
  
• O ideal é manter a ferida hidratada, indica o enfermeiro. “Após a limpeza, aplicar uma gaze por cima do ferimento e fechar com micropore ou atadura.”
  

Micoses precisam ser tratadas para evitar problemas maiores

Nesta época do ano, com temperaturas mais frias, torna-se mais comum o surgimento de micoses, principalmente nos pés. É preciso ter atenção com essas lesões porque, se não forem tratadas corretamente, podem ser “porta de entrada” para outras infecções.
“Se não forem diagnosticadas e tratadas corretamente, essa infecção pode se alastrar atingindo tecidos mais profundos, e pode entrar na corrente sanguínea, evoluindo para um quadro séptico e ocasionando, em algumas situações, óbito. Então caso observe algum sinal de fungo nas unhas ou na pele, deve procurar ajuda de um profissional de saúde para promover o diagnóstico e o tratamento correto”, alerta Teixeira.

Recomendação especial para diabéticos

Pacientes diabéticos devem ter uma atenção especial para ocorrência de feridas nos pés. O enfermeiro Gabriel Teixeira recomenda que pessoas com diabetes tenham o hábito de examinar os pés em busca de sinais e infecção , calosidade, fungo nas unhas, rachaduras, frieiras. “Não pode andar descalço devido à perda da sensibilidade nos pés, e deve utilizar meias brancas e sem costuras, pois caso ocorra algum sangramento conseguirá visualizar na meia.”

*Com informações Comunicação Hospital Regina