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BIOMARCADORES

Exame de sangue demonstra precisão para diagnóstico de Alzheimer

A partir de amostra simples de sangue, o teste identifica doença de maneira precoce sem utilizar métodos invasivos ou radioativos

SUSANA DA SILVA LEITE
Publicado em: 05/09/2024 às 17h:26 Última atualização: 05/09/2024 às 17h:27
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Por meio de um exame de sangue, que investiga proteínas que indicam a presença ou ausência de placas amilóides cerebrais, é possível diagnosticar a doença de Alzheimer.

Este avanço no diagnóstico da doença foi apresentado através do estudo “Biomarcadores sanguíneos para detectar a doença de Alzheimer em cuidados primários e secundários” publicado no Journal of American Medical Association (JAMA) e apresentado durante a conferência da Associação Internacional de Alzheimer.

Exame de sangue demonstra precisão para diagnóstico de Alzheimer | abc+



Exame de sangue demonstra precisão para diagnóstico de Alzheimer

Foto: Adobe Stock

O exame chamado PrecivityAD2 tem o potencial de diagnosticar a doença de Alzheimer com mais precisão do que a interpretação de médicos a partir de testes cognitivos e tomografias computadorizadas, dizem especialistas. No Brasil, o teste é disponibilizado com exclusividade pelo Grupo Fleury, e, no Rio Grande do Sul, pode ser realizado no Weinmann.

Maria Carolina Tostes Pintão | abc+



Maria Carolina Tostes Pintão

Foto: Divulgação

A médica de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Fleury, Maria Carolina Tostes Pintão, explica que o exame é realizado mediante o pedido do médico. “O teste é feito a partir de uma amostra de sangue que é analisada por espectrometria de massa (EM) de alta resolução e pela dosagem das proteínas que provocam alterações cerebrais relacionadas à doença de Alzheimer”, diz.

Maria Carolina explica que os resultados do teste são comparáveis às imagens PET-amiloide cerebral. “No entanto, o teste PrecivityAD2 é muito menos complicado do que o PET-amiloide cerebral e outros testes invasivos, como a análise do líquido cefalorraquidiano”, compara.

A doença de Alzheimer é definida patologicamente pela presença de placas amiloides e emaranhados neurofibrilares no cérebro. Para que um teste seja considerado suficiente para estabelecer o diagnóstico de Alzheimer, ele precisa ter uma boa correlação com as alterações neuropatológicas características da doença.

De acordo com a médica, o exame é indicado para pacientes acima de 55 anos de idade que apresentem sinais ou sintomas de comprometimento cognitivo leve ou demência, e que estão sendo avaliados para doença de Alzheimer ou outras formas de declínio cognitivo.

“A última revisão dos critérios diagnósticos para diagnóstico de Alzheimer, publicada no periódico Alzheimer’s and Dementia, em fevereiro 2024, pela associação para estudo de Alzheimer (Alzheimer’s Association Workgroup) estabelece os parâmetros para que um teste seja considerado diagnóstico para a doença e o teste PrecivityAD2 atende a estes critérios”, detalha Maria Carolina. 

Pesquisa teve mais de mil pacientes 

A pesquisa contou 1213 pacientes com sintomas de comprometimento cognitivo e mostrou que o exame de sangue foi preciso na identificação da doença de Alzheimer em 90% dos casos, enquanto especialistas em demência que utilizaram métodos padrões sem PET ou punções lombares invasivas foram precisos em 73% das vezes e os médicos de atenção primária usando esses métodos acertaram o diagnóstico em apenas 61% das vezes.

 

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