CIÊNCIA
Estudo mostra que causa do autismo pode ter relação com cordão umbilical
Cientistas analisaram mais de 200 crianças e mães para chegarem ao resultado
Última atualização: 02/08/2024 17:24
Após anos de dúvidas sobre o que poderia causar o Transtorno de Espectro Autista (TEA), um novo estudo descobriu o que pode ser um dos fatores cruciais para o transtorno.
LEIA TAMBÉM: Família perde casa na enchente e luta pelo tratamento de menina autista
Eles encontraram uma ligação entre os níveis de um ácido graxo específico, presente no sangue do cordão umbilical, e o autismo.
Apesar de não haver uma causa comprovada, há evidências de que o autismo estaria ligado com neuroinflamações.
Outras pesquisas encontraram provas de que as moléculas dos ácidos graxos poliinsaturados (PUFA) regulados pelo citocromo P450 (CYP) afetam o desenvolvimento dos camundongos enquanto ainda são fetos.
FIQUE DE OLHO: Projeto fixa prazo para início do tratamento de pessoa com autismo no SUS e na rede privada
A partir disso, os pesquisadores da Universidade de Fukui, no Japão, resolveram estudar se o mesmo valeria para seres humanos. Para isso, eles analisaram o sangue no cordão umbilical de bebês. Participaram 200 crianças e mães.
Logo após ao nascimento, o sangue do cordão umbilical era coletado e preservado. Quando as crianças completaram 6 anos, os sintomas de TEA foram avaliados.
Resultados
Os cientistas descobriram que um composto no sangue do cordão umbilical, os ácidos di-hidroxieicosatrienoicos (diHETrE), estava fortemente ligado à gravidade do TEA.
"Essas descobertas sugerem que a dinâmica do diHETrE durante o período fetal é importante na trajetória de desenvolvimento das crianças após o nascimento”, disse o professor Matsuzaki, que participou do estudo, à Universidade de Fukui.
Inclusive, quanto mais alto o nível de 11,12-diHETrE, maiores os impactos nas interações sociais. Enquanto os níveis baixos de 8,9-diHETrE, afetavam os comportamentos repetitivos e restritivos.
SIGA O ABCMAIS NO GOOGLE NOTÍCIAS!
Outra descoberta interessante é que essa ligação foi mais específica para as meninas do que para os meninos.
O estudo foi publicado na revista Psychiatry and Clinical Neurosciences. Ele pode ajudar na detecção das possibilidades de TEA ainda no nascimento no bebê, mas mais estudos são necessários.