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RISCOS À POPULAÇÃO

Entenda o impacto da fumaça das queimadas à saúde e confira alerta de pneumologista

Onda de calor também tem contribuído para que gaúchos tenham sentido dificuldade para respirar

Laura Rolim
Publicado em: 10/09/2024 às 19h:20 Última atualização: 11/09/2024 às 17h:04
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As queimadas que atingem o Brasil, especialmente a região sul da Amazônia, têm deixado o céu do Rio Grande do Sul acinzentado e encoberto de fumaça desde agosto. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 60% do território brasileiro está sendo afetado pelas fumaças. Com isso, além dos impactos ao meio ambiente, o fenômeno também traz riscos à saúde da população.

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Fumaça das queimadas atinge Rio Grande do Sul | abc+



Fumaça das queimadas atinge Rio Grande do Sul

Foto: Isaias Rheinheimer/GES-Especial

Há dias, a coloração do céu tem sido impactada pelas fumaças, o que inclui a redução de visibilidade e sol laranja ou avermelhado. Além disso, a poluição afeta também a qualidade do ar. A Metsul Meteorologia alertou ainda no final de semana para as condições de qualidade do ar ruins a muito ruins no Rio Grande do Sul, que devem prosseguir ainda nesta semana no estado.

Somado à onda de calor que atinge o RS, em que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê temperaturas acima da média até esta quinta-feira (11), os gaúchos têm sentido dificuldade para respirar, já que o tempo seco e a fumaça das queimadas têm afetado a qualidade do ar.

Conforme a meteorologista Estael Sias, as fumaças chegam ao Estado por conta do vento norte, que impacta também no ar quente. Segundo o Inpe, a fumaça chega a uma extensão de quase 5 milhões de quilômetros quadrados. “De quinta para sexta, com a passagem de uma frente fria, a expectativa é de que a atmosfera comece a limpar. Pode até ter chuva preta, por conta da instabilidade, que traz essa fumaça para a superfície”, observa a meteorologista.

A previsão é de que as fumaças continuem afetando o Rio Grande do Sul nos próximos dias, mas haverá uma melhora na qualidade do ar com a chuva que está prevista de quinta para sexta. “Fim de semana terá vento sul, que é vento contrário à trajetória da fumaça, então também vai barrar a chegada da fumaça por aqui, trazendo alívio”, observa.

Fepam diz que qualidade do ar é boa

Apesar do alerta feito por portais de meteorologia em relação à qualidade do ar, a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) informa que “a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) está em constante monitoramento da qualidade do ar na região metropolitana, e apenas a estação de Triunfo apresentou qualidade ruim nos dias 15 e 16 de agosto. As demais estações localizadas na região metropolitana apresentam boa qualidade do ar, conforme Resolução CONAMA Nº 506/2024”.

Pneumologista alerta para os cuidados

Enquanto o Rio Grande do Sul estiver sob os efeitos das queimadas, é preciso estar atento aos cuidados com a saúde, já que as partículas suspensas no ar são poluentes e podem irritar as vias aéreas, aumentando a incidência de sintomas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a exposição à poluição atmosférica por pelo menos dois dias consecutivos aumenta a probabilidade de sintomas, agravos e internações hospitalares de doenças cardiorrespiratórias.

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A pneumologista, doutora em Ciências Pneumológicas (UFRGS) e professora de Pneumologia na Universidade Feevale, Simone de Leon Martini, explica que a queimada traz uma perda da biodiversidade, o que afeta a liberação do material particulado chamado de PM2.5, que são partículas minúsculas. Quando inaladas, elas entram nos pulmões e podem trazer danos irreversíveis à saúde.

“Quando nós inalamos esses poluentes, isso irrita muito as vias aéreas e aumenta a incidência de várias doenças respiratórias. Pessoas que têm asma brônquica, terão riscos maiores de ter crises de asma, o mesmo acontece para quem tem doença pulmonar obstrutiva crônica, que vão ter piora do sintoma, inclusive com possibilidade de hospitalização”, pondera Simone.

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A pneumologista alerta para os danos à saúde, que podem, inclusive, aparecer a longo prazo. “Toda e qualquer pessoa que estiver exposta às fumaças terão um maior risco de infecção respiratória e a longo prazo desenvolver a DPOC, que é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. E claro que, além disso, todas as pessoas que já têm uma doença prévia vão ter um dano muito maior”, constata Simone.

Como se cuidar durante os efeitos da fumaça?

Durante esse período, com a presença de fumaça no ambiente, o tempo seco e o calor previstos para a região, a médica recomenda que a população busque se prevenir, minimizando ao máximo o contato direto com a fumaça.
“Todas as pessoas têm que tentar se expor o mínimo. Uma dica importante é fechar portas e janelas quando estiver em casa, para evitar a entrada da fumaça no interior da residência”, recomenda.
Além disso, ela destaca que a hidratação é muito importante para prevenir doenças. Outra orientação é em relação à prática de atividade física em locais abertos. “A prática de esportes ao ar livre não é aconselhável, pois a pessoa estará inalando substâncias extremamente tóxicas”, completa.

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Segundo a médica, as particulares poluentes presentes no ar por conta da fumaça das queimadas podem causar inflamações sistêmicas, com aumento nos riscos de doenças cardíacas e vasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. 

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Quais os sintomas?

A pneumologista orienta também para que a população procure atendimento médico no caso de apresentar sintomas, especialmente os grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e gestantes. “Com as queimadas, mais o aumento de temperatura, se as pessoas não tomarem cuidados, terão muitos mais malefícios”, afirma Simone.

Os sintomas incluem:

– tosse;
– falta de ar;
 – e aperto no peito.
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