Cerca de 10% da população mundial, totalizando 859 milhões de pessoas, vive com alguma doença renal crônica, de acordo com a Organização Internacional World Kidney Day. É para espalhar informações de como prevenir essas doenças que o Dia Mundial do Rim é comemorado toda 2ª quinta-feira de março. Em 2024, nesta quinta-feira (14).
No Brasil, são mais de 140 mil pessoas fazendo diálise e o transplante de rim representa 70% dos transplantes de órgãos feitos no País, segundo o Ministério da Saúde. Podem parecer apenas números, mas são pessoas que vivem com alguma doença renal, que, se não for tratada da forma correta, pode ser fatal.
O primeiro passo para prevenir os problemas, continuar com uma boa saúde dos rins e até evitar casos fatais, é conhecer quais doenças podem atacar o órgão, os sintomas e as maneiras de prevenção.
Os rins e sua função
Um órgão muito importante que fica mais para a parte de trás do corpo, nos dois lados da coluna vertebral. Os rins têm mais de uma função. Eles regulam a pressão arterial, filtram o sangue, eliminam as toxinas do corpo, controlam a quantidade de sal e água no organismo, produzem hormônios que evitam anemia e doenças ósseas, entre outras, de acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) do Ministério da Saúde.
Qual médico cuida dos rins?
Os médicos especialistas nos rins são os nefrologistas. Eles são os mais recomendados para prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças renais císticas, crônica e aguda. Assim como de pressão alta, infecções urinárias, nefrites e pedras nos rins, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
Quais doenças podem afetar o rim?
Existem algumas doenças que podem afetar os rins, como: insuficiência renal aguda; lúpus; pedras nos rins; glomerulopatias; infecção urinária; diabetes e pressão alta.
O que é Doença Renal Crônica (DRC)?
A Doença Renal Crônica é a perda progressiva da função renal, podendo levar meses ou anos até o estágio mais avançado. Isso acontece quando os filtros existentes no órgão são danificados até pararem de funcionar. Eles se chamam néfrons.
Por um tempo, os néfrons que ainda estão saudáveis conseguem assumir o lugar dos outros, mas não para sempre. Depois de um certo período, eles perdem a capacidade de filtrar o sangue, segundo a BVS.
Quais os sintomas da Doença Renal Crônica?
É importante lembrar que a DRC é uma doença silenciosa. Uma pessoa pode perder até 90% de todas as funções dos rins antes de ter sintomas. A melhor forma de detectar, antes de avançar de forma que o tratamento seja apenas diálise ou até o transplante renal, é fazer exames de dosagem de creatina no sangue e de urina.
Já nas fases mais avançadas, os sintomas incluem:
- inchaço nos tornozelos;
- fadiga;
- dificuldade de se concentrar;
- diminuição no apetite;
- sangue na urina;
- urina espumosa.
O que é insuficiência renal aguda?
A insuficiência renal aguda acontece quando os rins perdem a capacidade de filtrarem os sais e líquidos do sangue. Assim, esses resíduos acabam chegando a níveis perigosos e podem desequilibrar a química do sangue, segundo a SBN.
Geralmente comum em pacientes que já estão hospitalizados por outras condições, é a fase avançada da DRC. Ela pode se desenvolver rapidamente, como em horas ou dias, chegando a ser fatal. Por vezes, não tem sintomas e o tratamento precisa ser intensivo.
Os sintomas da insuficiência renal aguda:
- pouca urina, ocasionalmente continuando normal;
- retenção de líquidos;
- pernas, pés e tornozelos inchados;
- sonolência;
- perda do apetite;
- falta de ar;
- maior fadiga;
- confusão;
- náusea;
- vômitos;
- dor ou pressão no peito;
- em casos graves, convulsão ou coma.
Fatores de risco para desenvolver doenças renais
Os principais fatores de risco são a hipertensão, diabetes e outras doenças familiares, além da obesidade. Fumar e usar medicações nefrotóxicas, entre eles o ibuprofeno, diclofenaco e antibióticos, também podem aumentar as chances de lesão nos rins.
Como prevenir as doenças renais
Além de cuidar da saúde no geral, uma recomendação dos nefrologistas é que pessoas com mais de 40 anos procurem se consultar com um médico especialista uma vez ao ano, repetindo exames de dosagem da creatina no sangue e de urina anualmente.
O mesmo vale, com um intervalo menor de tempo, para pessoas com diabetes, pressão alta ou histórico de problemas renais, tanto em si quanto na família. Entre as formas de prevenir também estão:
- praticar exercícios físicos regulares;
- evitar o excesso de sal, carne vermelha e gorduras;
- controlar peso, pressão arterial, colesterol e glicose;
- não fumar ou tomar bebidas alcoólicas;
- evitar o uso de anti-inflamatórios não hormonais;
- cuidado com a desidratação;
- não usar medicamentos sem prescrição médica.
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Fontes: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); Ministério da Saúde; Agência Nacional de Saúde Suplementar; Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).