SAÚDE
Desvendada perda de olfato longa da Covid
Cientistas descobriram motivo pelo qual retorno demora para alguns
Última atualização: 17/01/2024 15:25
A razão pela qual algumas pessoas não recuperam o sentido do olfato após a Covid-19 está ligada a um ataque imunológico prolongado às células nervosas olfatórias e um declínio associado no número dessas células. É a conclusão de um estudo da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, EUA.
A descoberta foi publicada no fim de dezembro no jornal científico Science Translational Medicine. Ela oferece uma importante compreensão sobre um problema embaraçoso que atingiu milhões de pessoas que não recuperaram totalmente seu olfato após a Covid-19.Além de focar na perda de olfato, a descoberta também lança luz sobre causas subjacentes para outros sintomas prolongados de Covid - incluindo fadiga generalizada, falta de fôlego e confusão mental -, que podem ser disparados por mecanismos biológicos similares.
Sintoma precoce
"Um dos primeiros sintomas tipicamente associados com a Covid-19 é a perda de olfato", explica o principal autor do estudo, Bradley Goldstein, professor associado na Universidade Duke.
"Felizmente, muitas pessoas que tiveram alteração no sentido do olfato durante a fase aguda da infecção viral se recuperam após uma a duas semanas, mas algumas não", diz Goldstein. "Precisamos compreender melhor por que esse subgrupo prossegue com perda de olfato persistente por meses até anos depois de ser infectado", explica o médico.
No estudo, um grupo das universidades de Duke, Harvard e Califórnia analisou amostras de tecido epitelial olfatório coletadas de 24 biópsias, incluindo nove pacientes que sofreram perda de olfato prolongada após a Covid-19. (Science Daily)
Como o estudo descobriu o problema
A análise do material das biópsias efetuada pelo grupo de cientistas, usando análises avançadas de células individuais, revelou infiltração disseminada de células T envolvidas em uma resposta inflamatória no epitélio olfatório, o tecido no nariz onde as células nervosas do olfato estão localizadas.
Esse processo inflamatório único persistiu mesmo durante a ausência de níveis detectáveis de infecção por sars-cov-2.
Adicionalmente, o número de neurônios sensórios olfatórios diminuiu, possivelmente devido a danos ao delicado tecido por conta da inflamação continuada.
"Os achados são impactantes", aponta Goldstein. "Quase lembra algum tipo de processo autoimune no nariz." O médico explica que aprender quais locais estão danificados e quais tipos de células estão envolvidos é uma etapa decisiva para desenvolver tratamentos.
O cientista apontou que os pesquisadores foram encorajados pela descoberta de que os neurônios aparentam manter alguma habilidade de reparação mesmo após o ataque autoimune prolongado.
"Temos esperança de que modular a resposta imune anormal ou processos de reparação dentro do nariz desses pacientes pode ajudar a pelo menos parcialmente recuperar o sentido do olfato", disse Goldstein, acrescentando que este trabalho está atualmente sendo desenvolvido em seu laboratório.
Ele acrescenta que os achados podem também ajudar pesquisas sobre outros sintomas de Covid-19 que envolvam processos inflamatórios semelhantes.
Grupo com 15 pesquisadores
O estudo sobre a anosmia (perda de olfato) prolongada envolveu equipes de três universidades (Duke, Harvard e Universidade da Califórnia) e a pesquisa envolveu um grupo de quinze pessoas. Entre as fontes de financiamento estavam verbas federais norte-americanas.
A razão pela qual algumas pessoas não recuperam o sentido do olfato após a Covid-19 está ligada a um ataque imunológico prolongado às células nervosas olfatórias e um declínio associado no número dessas células. É a conclusão de um estudo da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, EUA.
A descoberta foi publicada no fim de dezembro no jornal científico Science Translational Medicine. Ela oferece uma importante compreensão sobre um problema embaraçoso que atingiu milhões de pessoas que não recuperaram totalmente seu olfato após a Covid-19.Além de focar na perda de olfato, a descoberta também lança luz sobre causas subjacentes para outros sintomas prolongados de Covid - incluindo fadiga generalizada, falta de fôlego e confusão mental -, que podem ser disparados por mecanismos biológicos similares.
Sintoma precoce
"Um dos primeiros sintomas tipicamente associados com a Covid-19 é a perda de olfato", explica o principal autor do estudo, Bradley Goldstein, professor associado na Universidade Duke.
"Felizmente, muitas pessoas que tiveram alteração no sentido do olfato durante a fase aguda da infecção viral se recuperam após uma a duas semanas, mas algumas não", diz Goldstein. "Precisamos compreender melhor por que esse subgrupo prossegue com perda de olfato persistente por meses até anos depois de ser infectado", explica o médico.
No estudo, um grupo das universidades de Duke, Harvard e Califórnia analisou amostras de tecido epitelial olfatório coletadas de 24 biópsias, incluindo nove pacientes que sofreram perda de olfato prolongada após a Covid-19. (Science Daily)
Como o estudo descobriu o problema
A análise do material das biópsias efetuada pelo grupo de cientistas, usando análises avançadas de células individuais, revelou infiltração disseminada de células T envolvidas em uma resposta inflamatória no epitélio olfatório, o tecido no nariz onde as células nervosas do olfato estão localizadas.
Esse processo inflamatório único persistiu mesmo durante a ausência de níveis detectáveis de infecção por sars-cov-2.
Adicionalmente, o número de neurônios sensórios olfatórios diminuiu, possivelmente devido a danos ao delicado tecido por conta da inflamação continuada.
"Os achados são impactantes", aponta Goldstein. "Quase lembra algum tipo de processo autoimune no nariz." O médico explica que aprender quais locais estão danificados e quais tipos de células estão envolvidos é uma etapa decisiva para desenvolver tratamentos.
O cientista apontou que os pesquisadores foram encorajados pela descoberta de que os neurônios aparentam manter alguma habilidade de reparação mesmo após o ataque autoimune prolongado.
"Temos esperança de que modular a resposta imune anormal ou processos de reparação dentro do nariz desses pacientes pode ajudar a pelo menos parcialmente recuperar o sentido do olfato", disse Goldstein, acrescentando que este trabalho está atualmente sendo desenvolvido em seu laboratório.
Ele acrescenta que os achados podem também ajudar pesquisas sobre outros sintomas de Covid-19 que envolvam processos inflamatórios semelhantes.
Grupo com 15 pesquisadores
O estudo sobre a anosmia (perda de olfato) prolongada envolveu equipes de três universidades (Duke, Harvard e Universidade da Califórnia) e a pesquisa envolveu um grupo de quinze pessoas. Entre as fontes de financiamento estavam verbas federais norte-americanas.
A descoberta foi publicada no fim de dezembro no jornal científico Science Translational Medicine. Ela oferece uma importante compreensão sobre um problema embaraçoso que atingiu milhões de pessoas que não recuperaram totalmente seu olfato após a Covid-19.Além de focar na perda de olfato, a descoberta também lança luz sobre causas subjacentes para outros sintomas prolongados de Covid - incluindo fadiga generalizada, falta de fôlego e confusão mental -, que podem ser disparados por mecanismos biológicos similares.