Saúde
Descoberta científica pode ajudar a diminuir doenças do envelhecimento
Queda na capacidade de processar cálcio por parte de um tipo de glóbulo branco está ligada ao aumento de doenças crônicas, aponta pesquisa
Última atualização: 12/12/2023 09:28
Uma pesquisa publicada no final de julho pela Universidade de Virgínia, nos EUA, abre um novo caminho na prevenção de doenças ligadas ao envelhecimento. Isso teria efeitos na melhoria de qualidade de vida na terceira idade, até mesmo ajudando a prolongar a vida.
Cientistas descobriram um fator decisivo para a inflamação crônica que acelera o envelhecimento. Ele estaria na origem, por exemplo, das doenças cardíacas fatais e nos problemas neurológicos que roubam os idosos de suas faculdades mentais.
O que causa a inflamação é a sinalização incorreta de cálcio dentro das mitocôndrias de algumas células imunológicas. As mitocôndrias são as geradoras de energia em todas as células, e elas dependem da sinalização de cálcio.
A pesquisa
A pesquisa, liderada por Bimal N. Desai, descobriu que mitocôndrias nas células imunológicas chamadas macrófagos perdem sua capacidade de absorver e usar cálcio com a idade. Isto, os pesquisadores dizem, leva à inflamação crônica responsável por muitos dos males que acometem as pessoas na velhice.
Os cientistas acreditam que melhorando a absorção de cálcio pelas mitocôndrias dos macrófagos seria possível prevenir a inflamação danosa e seus efeitos negativos. Como há macrófagos em todos os órgãos do corpo humano, incluindo o cérebro, direcionar tratamento com medicamentos específicos para os macrófagos residentes em tecidos poderia permitir que sejam desaceleradas doenças neurodegenerativas, como aquelas que costumam estar associadas ao envelhecimento.
(Com informações da Science Daily)
O mecanismo molecular da doença crônica
“Penso que fizemos uma descoberta conceitual importante no entendimento das origens moleculares das inflamações ligadas ao envelhecimento”, disse o autor Bimal Desai. “Ilumina novas estratégias terapêuticas para interromper muitas cascatas inflamatórias que estão no coração de doenças cardiometabólicas e neurodegenerativas.”
Macrófagos são glóbulos brancos, células sanguíneas que desempenham papel fundamental em nosso sistema imunológico e, portanto, em nossa saúde. Eles engolem células mortas ou moribundas, permitindo que o corpo remova dejetos celulares. Também patrulham em busca de patógenos e outros invasores. Neste papel, são sentinelas importantes no sistema imunológico, acionando outras células imunes quando necessário.
Os cientistas já sabiam que os macrófagos se tornam menos efetivos com a idade, mas não era muito claro por que isso acontece. A nova descoberta aponta respostas.
Potencial
Desai e sua equipe dizem que a pesquisa identificou uma peça-chave no mecanismo responsável pelas mudanças relacionadas ao envelhecimento nos macrófagos. Estas mudanças, os cientistas acreditam, deixam os macrófagos suscetíveis a inflamações crônicas de baixa intensidade. E quando as células imunes encontram um invasor ou tecido danificado, elas se tornam hiperativas. Isto precipita uma inflamação perene que aumenta o envelhecimento.
Mais ainda, os pesquisadores acreditam que a descoberta possivelmente seja válida não só para macrófagos mas para muitas outras células imunes geradas pela medula. Isto significa que teoricamente seria possível estimular o funcionamento destas células também, potencialmente reforçando o sistema imunológico na terceira idade, quando se fica mais suscetível a doenças.
Desafios para reverter a degeneração celular
Solucionar as inflamações crônicas do envelhecimento não será tão simples quanto tomar um suplemento de cálcio. O problema não é a insuficiência de cálcio, mas sim a incapacidade dos macrófagos de usá-lo devidamente. Mas a descoberta aponta o mecanismo molecular preciso envolvido neste processo, então pode ser possível descobrir maneiras de estimular este mecanismo nas células velhas.
“Agora, pensando à frente, precisamos de um esforço ambicioso para descobrir o que controla este processo mitocondrial em diferentes tipos de macrófago e então manipular a resposta criativamente com efeito biomédico”, diz Bimal Desai.
Uma pesquisa publicada no final de julho pela Universidade de Virgínia, nos EUA, abre um novo caminho na prevenção de doenças ligadas ao envelhecimento. Isso teria efeitos na melhoria de qualidade de vida na terceira idade, até mesmo ajudando a prolongar a vida.
Cientistas descobriram um fator decisivo para a inflamação crônica que acelera o envelhecimento. Ele estaria na origem, por exemplo, das doenças cardíacas fatais e nos problemas neurológicos que roubam os idosos de suas faculdades mentais.
O que causa a inflamação é a sinalização incorreta de cálcio dentro das mitocôndrias de algumas células imunológicas. As mitocôndrias são as geradoras de energia em todas as células, e elas dependem da sinalização de cálcio.
A pesquisa
A pesquisa, liderada por Bimal N. Desai, descobriu que mitocôndrias nas células imunológicas chamadas macrófagos perdem sua capacidade de absorver e usar cálcio com a idade. Isto, os pesquisadores dizem, leva à inflamação crônica responsável por muitos dos males que acometem as pessoas na velhice.
Os cientistas acreditam que melhorando a absorção de cálcio pelas mitocôndrias dos macrófagos seria possível prevenir a inflamação danosa e seus efeitos negativos. Como há macrófagos em todos os órgãos do corpo humano, incluindo o cérebro, direcionar tratamento com medicamentos específicos para os macrófagos residentes em tecidos poderia permitir que sejam desaceleradas doenças neurodegenerativas, como aquelas que costumam estar associadas ao envelhecimento.
(Com informações da Science Daily)
O mecanismo molecular da doença crônica
“Penso que fizemos uma descoberta conceitual importante no entendimento das origens moleculares das inflamações ligadas ao envelhecimento”, disse o autor Bimal Desai. “Ilumina novas estratégias terapêuticas para interromper muitas cascatas inflamatórias que estão no coração de doenças cardiometabólicas e neurodegenerativas.”
Macrófagos são glóbulos brancos, células sanguíneas que desempenham papel fundamental em nosso sistema imunológico e, portanto, em nossa saúde. Eles engolem células mortas ou moribundas, permitindo que o corpo remova dejetos celulares. Também patrulham em busca de patógenos e outros invasores. Neste papel, são sentinelas importantes no sistema imunológico, acionando outras células imunes quando necessário.
Os cientistas já sabiam que os macrófagos se tornam menos efetivos com a idade, mas não era muito claro por que isso acontece. A nova descoberta aponta respostas.
Potencial
Desai e sua equipe dizem que a pesquisa identificou uma peça-chave no mecanismo responsável pelas mudanças relacionadas ao envelhecimento nos macrófagos. Estas mudanças, os cientistas acreditam, deixam os macrófagos suscetíveis a inflamações crônicas de baixa intensidade. E quando as células imunes encontram um invasor ou tecido danificado, elas se tornam hiperativas. Isto precipita uma inflamação perene que aumenta o envelhecimento.
Mais ainda, os pesquisadores acreditam que a descoberta possivelmente seja válida não só para macrófagos mas para muitas outras células imunes geradas pela medula. Isto significa que teoricamente seria possível estimular o funcionamento destas células também, potencialmente reforçando o sistema imunológico na terceira idade, quando se fica mais suscetível a doenças.
Desafios para reverter a degeneração celular
Solucionar as inflamações crônicas do envelhecimento não será tão simples quanto tomar um suplemento de cálcio. O problema não é a insuficiência de cálcio, mas sim a incapacidade dos macrófagos de usá-lo devidamente. Mas a descoberta aponta o mecanismo molecular preciso envolvido neste processo, então pode ser possível descobrir maneiras de estimular este mecanismo nas células velhas.
“Agora, pensando à frente, precisamos de um esforço ambicioso para descobrir o que controla este processo mitocondrial em diferentes tipos de macrófago e então manipular a resposta criativamente com efeito biomédico”, diz Bimal Desai.