AEDES AEGYPTI

Crescimento de casos de dengue mantém autoridades sanitárias em alerta no RS

Segundo a SES, desde 2022 o Estado enfrenta uma alta nos casos no comparativo com anos anteriores

Publicado em: 10/01/2024 20:35
Última atualização: 10/01/2024 21:14

Em janeiro de 2023, Novo Hamburgo não teve nenhum registro de dengue, o que só aconteceu na cidade a partir de fevereiro. Mas, neste início de ano, a cidade já acumula 17 casos confirmados nos primeiros 10 dias de 2024, sem nenhuma vítima fatal. Em todo estado este número chega a 180 casos confirmados, também sem registro de óbitos até aqui.


Aplicação de inseticida em pontos estratégicos é uma das estratégias para prevenir proliferação do mosquito Foto: PMNH/Arquivo

Mesmo sem registros de mortes ao longo de 2023 e até o momento, o cenário preocupa e a cidade não é um caso isolado no Estado. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), desde 2022 os gaúchos enfrentam uma alta nos casos no comparativo com anos anteriores.

Com 66,81 mil casos confirmados e 66 mortes, o ano de 2022 encerrou como o mais letal e com mais casos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti desde o começo da série histórica, em 2007.

Diferente dos primeiros anos de dengue no Estado, agora os casos não se limitam mais aos meses de verão. “Os últimos anos o número de casos confirmados tem ocorrido durante todos os meses do ano, demonstrando que não há mais sazonalidade de dengue, antes preocupante somente nos períodos de calor”, aponta a SES.

Gerente da Vigilância em Saúde de Novo Hamburgo, Débora Bassani, reforça que o vírus da dengue segue circulando durante todo ano, o que auxilia o aumento dos casos. Junto a isso, ela lembra que o ano passado teve condições climáticas propícias para os mosquitos colocarem suas larvas. “Teve um período bastante chuvoso, foi um ano um pouco atípico, e agora com altas temperaturas, a tendência é os casos aparecerem e continuarem aumentando”, aponta.

Ação de combate

O enfrentamento ao mosquito transmissor é a principal forma de evitar que a dengue se alastre. As estratégias mais adotadas pelos governos para combater o Aedes aegypti são a eliminação dos focos de ovos do mosquito e também a pulverização de inseticidas nas regiões da cidade.

A Vila Diehl concentra 60% dos casos de dengue registrados nesses primeiros dias em Novo Hamburgo. Uma ação de pulverização de veneno já está programada a próxima sexta-feira (12).

População precisa ajudar

Um dos grandes desafios para vencer o mosquito é a conscientização da população. De acordo com Débora, nos últimos anos foi possível perceber um número maior de imóveis fechados, que podem se tornar focos do transmissor.

“Tem uma quantidade expressiva de imóveis fechados que a gente não tem acesso, que a gente tem denúncias e que os imóveis estão descuidados”, aponta Débora. Os mosquitos buscam pontos com água parada e limpa para colocar os ovos. “Às vezes a gente não tem noção que um potinho de água do cachorro deveria ser lavado, higienizado com uma esponjinha, que isso pode estar sendo um criadouro”, lembra Débora ao falar sobre ações de prevenção.

A SES destaca a necessidade de que todos os municípios mantenham atualizados seus Planos de Contingência para o Enfrentamento das Arboviroses 2022/2023. Os casos suspeitos devem ser notificados em até 72 horas pelos municípios ao governo estadual.

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