Os ovários ditam muito mais do que a fertilidade quando se trata de saúde da mulher e, com o tempo, param de exercer suas funções propriamente.
Agora, cientistas podem ter encontrado uma forma de aumentar a longevidade da função dos ovários, algo que pode ser revolucionário na vida das mulheres.
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Ovários: muito mais que uma fábrica de óvulos
Os ovários não são apenas uma parte do sistema reprodutor feminino. Eles são como uma fábrica de óvulos que, ao ficarem maduros, são liberados até chegarem nas trompas e seguirem para o útero. Lá, eles recebem níveis de hormônios que desempenham um grande papel na saúde das mulheres: o estrogênio e a progesterona.
Esses hormônios impactam diretamente na saúde mental das mulheres, assim como do coração, pele, metabolismo, qualidade de sono e mais, de acordo com o Ministério da Saúde.
Com o passar dos anos, as mulheres vão envelhecendo e ele também. Aos poucos, os níveis dos hormônios, assim como a ovulação, vão sofrendo mudanças, principalmente com a chegada da menopausa – quando a menstruação cessa por mais de 12 meses. E é aí que entram os problemas.
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“A idade média em que a menopausa chega continua a mesma com o passar dos anos, mas as mulheres vivem décadas a mais por conta dos avanços médicos e de saúde”, disse uma das autoras do estudo, professora de obstetrícia e ginecologia na universidade Francesca Duncan.
O estudo, publicado nesta terça-feira (16), na revista científica GeroScience, foca em maneiras de melhorar o ambiente dos ovários para que ele continue produzindo esses hormônios muito além na vida das mulheres.
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O que acontece com os ovários quando envelhecem?
Com o tempo, os níveis de progesterona e estrogênio diminuem. Isso acelera a perda de massa óssea, o que aumenta os riscos de osteoporose.
Essa deficiência tamém causa o afinamento das paredes vaginais, o que leva à dores e desconforto sexuais, além de incontinência urinária.
A diminuição nos hormônios também afeta negativamente funções cognitivas e o humor, assim como aumenta as chances de doenças cardiovasculares.
Outro estudo, no qual a autora participou, demonstrou que, ao envelhecer, os ovários ficam extremamente inflamados, fibrosos e rígidos, parecido com o que seriam cicatrizes em outros tecidos.
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Isso acaba favorecendo o desenvolvimento de células cancerosas, já que elas preferem ambientes rígidos e ricos em colágeno.
Além disso, esse enrijecimento também afeta a qualidade dos óvulos, o que pode explicar porque a fertilidade da mulher decai na faixa dos 30 e 40 anos.
Tratamento revolucionário? É possível
Os cientistas da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, podem ter descoberto um novo tratamento para fazer com que as funções do ovário continuem por mais tempo.
No estudo, eles usaram um remédio chamado Pirfenidona, normalmente utilizado para o tratamento da fibrose pulmonar idiopática, em ratos de laboratório.
Os resultados mostraram que a medicação conseguiu não apenas reverter a fibrose ovariana e ainda restaurar parcialmente a ovulação e os níveis dos hormônios.
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E os testes em humanos?
Entretanto, a medicação não pode ser usada em testes clínicos com mulheres, já que possui muitos efeitos colaterais, podendo causar danos ao fígado, o que não foi visto nos animais.
“Porém, nós comprovamos um conceito: nós podemos modular a fibrose ovariana e melhorar os resultados. Agora, nós estamos ativamente trabalhando para encontrar um remédio seguro e efetivo para fazer isso em humanos”, afirmou Francesca para a universidade.
Outros estudos, que ainda estão em andamento, estão tentando encontrar remédios que atuem na fibrose ovariana e possam ser usados em testes clínicos em mulheres.
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E a fertilidade?
Apesar de haver a possibilidade de aumentar a janela de fertilidade das mulheres, Francesca disse que isso não é o objetivo do estudo. “Nem todo mundo está preocupado em ter filhos.”
Ela ainda afirmou que, ainda assim, os métodos atuais de prolongar o tempo fértil, como o congelamento de óvulos, “são um band-aid” e que eles ainda serão inseridos em mulheres mais velhas.
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Há ainda outros estudos tentando aumentar o tempo de vida útil dos ovários e retardar a menopausa. Uma pesquisa da Universidade de Columbia está testando, já em humanos, o remédio sirolimus após perceber que ele conseguiu retardar o envelhecimento dos ovários de ratos. Normalmente, o remédio é prescrito como um imunossupressor.
Neste caso, eles estão focados no aumento do tempo que o relógio fértil feminino tem para que elas consigam engravidar. No mês passado, os cientistas afirmaram para o jornal The Guardian que os resultados estavam sendo positivos, até então.