No funcionamento normal do coração, as quatro válvulas cardíacas abrem e fecham, regulando o fluxo sanguíneo em todo o corpo. Quando não funcionam corretamente, pode surgir sensação de falta de ar, dor torácica e síncope (desmaio). Os sintomas são mais evidentes após esforços.
Em certos casos, é indicada a operação. Na cirurgia tradicional, o paciente sofre incisão no peito. Já com a evolução da medicina intervencionista, despontam métodos minimamente invasivos sem cortes e com utilização de cateter (tubo fino) que podem frear os casos e simplificar a cura das patologias estruturais do coração. Esse é o tema de simpósio internacional em Porto Alegre, centro de referência na área.
De 17 a 19 de abril no Centro de Convenções do Hotel Hilton, Porto Alegre sedia o Simpósio TVI – Transcatheter Valve Intervention (Intervenção de Válvula Transcateter) que aborda o tratamento por cateter das doenças das válvulas cardíacas.
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Durante três dias, equipe multidisciplinar e multiprofissional de várias partes do mundo e do Brasil – cardiologistas clínicos, cardiologistas intervencionistas, cirurgiões cardiovasculares, ecocardiografistas, especialistas em angiotomografia e ressonância e outros profissionais – se reúne para debater o método menos agressivo que corrige o fluxo sanguíneo comprometido por lesões nas válvulas do coração.
Correção do fluxo sanguíneo menos invasiva
A técnica consiste na introdução do cateter através de uma punção (sem cortes), geralmente na artéria da virilha, com anestesia local. Com apoio de imagens, navegando por dentro dos vasos sanguíneos, o cateter leva a válvula artificial comprimida na ponta.
No local afetado, a prótese é liberada, expandida e instalada, substituindo a válvula lesionada. O curso do sangue é normalizado.
“O procedimento transcateter pode ser realizado com anestesia local, demanda menos dias de internação (em geral apenas dois), proporciona recuperação mais rápida, oferece mais conforto para o paciente e, principalmente, diminui a ocorrência de sequelas derivadas da cirurgia convencional”, explica o médico Eduardo Keller Saadi, cirurgião cardiovascular e coordenador do Simpósio TVI.
Inovação deverá ser incorporada ao SUS
Está em fase de implementação pelo SUS a TAVI – Transcatheter Aortic Valve Implantation (sigla em inglês para Intervenção de Válvula Aórtica Transcateter) recomendada para quem não pode ser submetido à cirurgia convencional ou idosos com riscos.
A válvula aórtica é a mais comumente substituída. As outras são a mitral, tricúspide e pulmonar. Com a ampliação e vantagens do moderno tratamento, mais profissionais da saúde precisam se especializar e conhecer os novos instrumentais.
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Atividades programadas no simpósio
Entre os cursos da programação científica do Simpósio, está o workshop específico de planejamento de TAVI em cenários complexos e avaliação da válvula mitral.
Durante o curso, ocorre a apresentação e lançamento nacional do app Redo-TAV com a presença de seu idealizador o médico Vinayak Bapat do Minneapolis Heart Institute (EUA).
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O aplicativo, que pode ser baixado gratuitamente, orienta especialistas qual tipo e tamanho de prótese a serem utilizadas em situações especiais.
A convite de Saadi, duas dezenas de renomados palestrantes estrangeiros vêm dos Estados Unidos, Europa (Alemanha, França, Holanda, Italia, Suiça) e América Latina (Argentina, Chile, Uruguai e Venezuela).
Apenas duas especialistas participam de forma online desde a Espanha e os Estados Unidos. Já o quadro de brasileiros é formado por 57 experts de vários estados
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Programação do TVI
No primeiro dia do TVI (17/4), em sessões de Hands On (manipulação), os participantes podem exercitar o passo a passo com simuladores 3 D. Os dispositivos criam um cenário de realidade virtual muito semelhante ao de uma sala cirúrgica.
Os aparelhos permitem a execução dos manejos transcateter com diversos graus de dificuldades e diferentes tipos de próteses sem envolver pacientes. (Fotos anexas do Simpósio TVI 2023)
Nos dois dias seguintes (18 e 19/4), têm programação interativa e transmissões ao vivo de cirurgias em grandes centros dos Estados Unidos, América do Sul e Europa.
Após a exibição de cada uma das seis intervenções de média ou alta complexidade, os congressistas comentam a atuação dos colegas cirurgiões, discutem avanços e refinamentos técnicos.