ANGIOPLASTIA
Cirurgia cardíaca é feita com auxílio de inteligência artificial pela primeira vez no Brasil
Equipe médica do Instituto do Coração (InCor) de São Paulo operou paciente com o auxílio da tecnologia para introdução do stent
Última atualização: 26/02/2024 12:02
Todos os anos, cerca de 2,5 mil pacientes implantam stent cardíaco no Instituto do Coração (InCor) de São Paulo. Mas, na última semana, a equipe médica da instituição operou o primeiro paciente do Brasil e da América do Sul com o auxílio de inteligência artificial para introdução do stent.
O procedimento é chamado angioplastia, e é minimamente invasivo. O implante serve para desobstruir artérias coronárias entupidas (geralmente por placas de gordura ou calcificações).
A equipe médica insere, por meio do braço ou da virilha do paciente, um cateter que chega ao vaso cardíaco obstruído, possibilitando a colocação do stent, um componente metálico parecido com uma pequena mola que, após inserido, é expandido por meio de um balão operado pelos médicos, abrindo passagem para a circulação sanguínea.
Na maioria dos hospitais do País, a equipe usa um equipamento de raio X para visualizar os pontos de obstrução e guiar a implantação do stent. Em alguns centros especializados, como o InCor, os médicos têm à disposição também um aparelho que consegue visualizar o interior do vaso com resolução similar à de um microscópio, método chamado de tomografia de coerência óptica.
(Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)
Auxílio de software
O que a inteligência artificial faz é analisar as duas imagens conjuntamente e oferecer informações mais precisas. "Esse algoritmo faz uma fusão das imagens de raio X e da tomografia, e identifica os locais de maior gravidade da obstrução, as características da placa, se há calcificações, as espessuras e o ângulo dessas calcificações, além de avaliar, depois da colocação do stent, se está corretamente expandido", diz Carlos Campos, médico do Departamento de Cardiologia Intervencionista do InCor.
O algoritmo funciona por meio do software Ultreon 1.0, desenvolvido pela farmacêutica Abbott e que recebeu registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em janeiro. A empresa fez uma parceria com o InCor para ofertar de forma gratuita a tecnologia ao centro médico com a contrapartida de que o instituto atuasse na formação de outros profissionais do Brasil e do exterior.