ONCOLOGIA
Câncer de boca chega a mais de 15 mil novos casos a cada ano
Doenças bucais afetam cerca de 3,5 bilhões de pessoas. Entre os problemas mais comuns estão cáries, lesões bucais, mau hálito e gengivite
Última atualização: 29/02/2024 09:07
Na última semana, foi comemorado em todo mundo o dia da saúde bucal, data que serve como alerta para a sociedade sobre a importância da higiene oral. Segundo a World Dental Federation (FDI), as doenças bucais afetam cerca de 3,5 bilhões de pessoas e entre os problemas mais comuns estão cáries, lesões bucais, mau hálito e gengivite.
No entanto, a conscientização deve ser mais abrangente se levarmos em conta a incidência do câncer de boca, uma doença que pode surgir de maneira silenciosa e, por isso, merece atenção, principalmente porque boa parte dos óbitos ocorre pela demora no diagnóstico. Para ser ter uma ideia do problema, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no Brasil mais de 15 mil novos casos surjam a cada anos, sendo 11 mil apenas em homens.
“Consideramos como boca ou cavidade oral as estruturas da língua e assoalho da boca, gengiva e dentes, mucosa da bochecha e céu da boca (palato duro). É importante não confundir com as estruturas que ficam mais próximas da garganta, como as amígdalas, palato mole e a parte de trás da língua que pertencem à orofaringe”, explica Juliana Scheffer, oncologista e gestora técnica da Oncoclínicas Canoas – instituição especializada no diagnóstico e tratamento oncológico.
De acordo com o cirurgião de Cabeça e Pescoço Claurio Roncuni, integrante da Oncoclínicas, o câncer de boca se apresenta como uma ferida, muito semelhante a uma afta, que não cicatriza e que possui crescimento progressivo. Em casos avançados, o paciente poderá apresentar sintomas como dor, dificuldade para mastigar e engolir e ínguas no pescoço.
A médica Juliana Scheffer reforça que o principal câncer que acomete a boca é o carcinoma de células escamosas. “Esse é o tumor relacionado ao consumo de cigarro e álcool. Costuma ser precedido de alterações na mucosa da boca, como leucoplasias (lesões brancas) e eritroplasias (lesões vermelhas).”
O diagnóstico pode ser realizado através do exame clínico, mas para que o câncer seja de fato confirmado, é necessário biópsia. O tratamento é cirúrgico, sendo feito pelo cirurgião de cabeça e pescoço. Em casos avançados, o paciente poderá realizar radioterapia e quimioterapia após a cirurgia.
Fatores de risco da doença
Os principais fatores de risco da doença são o tabagismo, alcoolismo, trauma crônico na cavidade oral causado por líquidos extremamente quentes ou próteses dentárias mal ajustadas, HPV e idade avançada. Somado a isso, a exposição solar também é risco para o câncer de boca no lábio. Já o sexo oral, lembra Juliana, aumenta o risco de câncer na garganta e na boca em aproximadamente de 22%, segundo um estudo publicado em janeiro pelo Journal of the American Medical Association. “Quando realizado de forma desprotegida, o sexo oral aumenta o risco do contágio pelo Papiloma Vírus Humano(HPV)”, completa.
Formas de prevenção ao câncer
Entre as atitudes para prevenir a doença estão não fumar, vacinar a população infantil para o HPV e ter cuidados com a exposição solar, além de revisar o ajuste de próteses dentárias. Aliás, uma dica é ir frequentemente ao dentista, pois o profissional consegue identificar lesões suspeitas. E, caso se manifeste alguma ferida que não cicatrize ou nódulos no pescoço, deve-se procurar um profissional de saúde para avaliar. ”Ao persistirem os sintomas por mais de 15 dias, procurar imediatamente o especialista”, frisa Roncuni.
Mitos relacionados ao câncer de boca
A prótese dentária causa câncer?
MITO. A utilização de próteses dentárias não provoca câncer bucal, mas se a prótese não estiver bem ajustada à boca, há possibilidade de gerar irritações, ferimentos
e lesões que podem evoluir para o câncer.
O câncer de boca é mais comum nas mulheres?
MITO. O câncer de boca é mais frequente em homens. De acordo com estimativas (INCA), foram diagnosticados 15.190 novos casos de câncer na cavidade oral em 2021, sendo 11.180 em homens e 4.010 mulheres.
Exposição ao sol pode ser fator de risco para o câncer de boca?
VERDADE. Os casos de câncer de lábio são mais frequentes em profissionais que trabalham ao ar livre, expostos à radiação ultravioleta do sol. Protetor labial com filtro solar ajuda na prevenção.
Na última semana, foi comemorado em todo mundo o dia da saúde bucal, data que serve como alerta para a sociedade sobre a importância da higiene oral. Segundo a World Dental Federation (FDI), as doenças bucais afetam cerca de 3,5 bilhões de pessoas e entre os problemas mais comuns estão cáries, lesões bucais, mau hálito e gengivite.
No entanto, a conscientização deve ser mais abrangente se levarmos em conta a incidência do câncer de boca, uma doença que pode surgir de maneira silenciosa e, por isso, merece atenção, principalmente porque boa parte dos óbitos ocorre pela demora no diagnóstico. Para ser ter uma ideia do problema, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no Brasil mais de 15 mil novos casos surjam a cada anos, sendo 11 mil apenas em homens.
“Consideramos como boca ou cavidade oral as estruturas da língua e assoalho da boca, gengiva e dentes, mucosa da bochecha e céu da boca (palato duro). É importante não confundir com as estruturas que ficam mais próximas da garganta, como as amígdalas, palato mole e a parte de trás da língua que pertencem à orofaringe”, explica Juliana Scheffer, oncologista e gestora técnica da Oncoclínicas Canoas – instituição especializada no diagnóstico e tratamento oncológico.
De acordo com o cirurgião de Cabeça e Pescoço Claurio Roncuni, integrante da Oncoclínicas, o câncer de boca se apresenta como uma ferida, muito semelhante a uma afta, que não cicatriza e que possui crescimento progressivo. Em casos avançados, o paciente poderá apresentar sintomas como dor, dificuldade para mastigar e engolir e ínguas no pescoço.
A médica Juliana Scheffer reforça que o principal câncer que acomete a boca é o carcinoma de células escamosas. “Esse é o tumor relacionado ao consumo de cigarro e álcool. Costuma ser precedido de alterações na mucosa da boca, como leucoplasias (lesões brancas) e eritroplasias (lesões vermelhas).”
O diagnóstico pode ser realizado através do exame clínico, mas para que o câncer seja de fato confirmado, é necessário biópsia. O tratamento é cirúrgico, sendo feito pelo cirurgião de cabeça e pescoço. Em casos avançados, o paciente poderá realizar radioterapia e quimioterapia após a cirurgia.
Fatores de risco da doença
Os principais fatores de risco da doença são o tabagismo, alcoolismo, trauma crônico na cavidade oral causado por líquidos extremamente quentes ou próteses dentárias mal ajustadas, HPV e idade avançada. Somado a isso, a exposição solar também é risco para o câncer de boca no lábio. Já o sexo oral, lembra Juliana, aumenta o risco de câncer na garganta e na boca em aproximadamente de 22%, segundo um estudo publicado em janeiro pelo Journal of the American Medical Association. “Quando realizado de forma desprotegida, o sexo oral aumenta o risco do contágio pelo Papiloma Vírus Humano(HPV)”, completa.
Formas de prevenção ao câncer
Entre as atitudes para prevenir a doença estão não fumar, vacinar a população infantil para o HPV e ter cuidados com a exposição solar, além de revisar o ajuste de próteses dentárias. Aliás, uma dica é ir frequentemente ao dentista, pois o profissional consegue identificar lesões suspeitas. E, caso se manifeste alguma ferida que não cicatrize ou nódulos no pescoço, deve-se procurar um profissional de saúde para avaliar. ”Ao persistirem os sintomas por mais de 15 dias, procurar imediatamente o especialista”, frisa Roncuni.
Mitos relacionados ao câncer de boca
A prótese dentária causa câncer?
MITO. A utilização de próteses dentárias não provoca câncer bucal, mas se a prótese não estiver bem ajustada à boca, há possibilidade de gerar irritações, ferimentos
e lesões que podem evoluir para o câncer.
O câncer de boca é mais comum nas mulheres?
MITO. O câncer de boca é mais frequente em homens. De acordo com estimativas (INCA), foram diagnosticados 15.190 novos casos de câncer na cavidade oral em 2021, sendo 11.180 em homens e 4.010 mulheres.
Exposição ao sol pode ser fator de risco para o câncer de boca?
VERDADE. Os casos de câncer de lábio são mais frequentes em profissionais que trabalham ao ar livre, expostos à radiação ultravioleta do sol. Protetor labial com filtro solar ajuda na prevenção.