O filho da modelo Bárbara Evans, o Antônio, de apenas 6 meses, foi internado na Unitade de Tratamento Intensivo, em um hospital, no último domingo (2). A também atriz contou nas redes sociais o diagnóstico: bronquiolite.
A doença é a terceira maior causa de mortes infantis no Brasil, segundo relato de caso publicado pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), com dados de 2009 até 2019.
Inclusive, é preciso tomar ainda mais cuidado com os bebês durante as épocas de outono e inverno, visto que os vírus acabam tendo uma maior circulação, conforme o alerta dos pediatras.
O que é bronquiolite
A bronquiolite é a inflamação da parte final dos brônquios, chamados bronquíolos, que distribuem o ar para os pulmões, segundo pediatra infectologista do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Márcio Nehab, e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Ela atinge, principalmente, bebês menores de dois anos, inclusive os recém-nascidos.
O que causa bronquiolite
A bronquiolite é causada por vírus respiratórios e o mais comum é o Vírus Sincicial Respiratório (VSI). Entretanto, “outros vírus também podem causar este quadro como: adenovírus, vírus parainfluenza, vírus influenza, rinovírus” e mais, segundo a SBP.
Os bebês acabam se contaminando pelas secreções respiratórias e pelo contato. Assim, “crianças que passam o dia em locais fechados com outras pessoas, como creches, estão mais propensas à infecção”, explica Nehab à Fiocruz.
Sintomas
Os sintomas começam como um resfriado:
- nariz trancado;
- coriza clara;
- tosse;
- febre;
- bebê recusar mamar;
- irritabilidade.
Depois de dois dias, a tosse fica mais intensa e a criança pode ter dificuldade para respirar, além da respiração ficar mais rápida e ter a presença de chiado no peito.
Por vezes, os sintomas da bronquiolite podem ficar mais graves, como:
- sonolência;
- gemência;
- cianose (lábios e extremidades roxos);
- pausas respiratórias.
Existe tratamento para bronquiolite?
Apesar de não existir tratamento para a causa da bronquiolite, é possível tratar os sintomas. Quando não há faltar de ar ou tosse com chiado, o bebê pode ser cuidado em casa, com bastante hidratação, uma boa alimentação e controlando a febre.
Quando é preciso internar por bronquiolite?
Apesar de ser uma doença perigosa, a maioria das crianças nem precisam ir à emergência. “E, daquelas que procuram, uma pequena quantidade precisa ser internada”, explica Nehab.
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Geralmente, os bebês acabam sendo internados, como o filho de Bárbara, para ter cuidados específicos, como controlar a oxigenação no sangue com o uso de oxigênio.
Ainda, há casos de crianças que precisam se alimentar por sondas ou necessitam de hidratação com soro. “Em casos mais graves, o bebê pode precisar de ventiladores mecânicos não invasivos ou invasivos para que o desconforto seja atenuado.”
Como prevenir a bronquiolite?
Não há uma fórmula mágica para a prevenção da bronquiolite, mas o diretor científico da SPRS, Ilson Enk, explicou 10 passos para proteger melhor os bebês, publicados pela organização. Confira:
- incentivo ao aleitamento materno;
- restringir visitas, sobretudo de pessoas com sintomas respiratórios;
- visitas breves e contato físico mínimo com os bebês;
- evitar ao máximo as saídas de casa, sobretudo a ambientes com aglomerados humanos;
- lavagem repetida de mãos e, se possível, uso de álcool gel por todas as pessoas que lidam com as crianças;
- casa higienizada e ventilada;
- exposição ZERO ao tabaco;
- bebês com sintomas respiratórios não devem frequentar a creche, nem receber “xaropes para a tosse” sem orientação médica;
- crianças maiores, ainda que irmãos, não devem ter contato direto com bebês, se apresentam sintomas respiratórios agudos;
- a avaliação com o pediatra é necessária sempre ante os sintomas respiratórios, especialmente acessos persistentes de tosse ou qualquer sinal de dificuldade respiratória.
Fontes: SPRS; SBP; IFF/Fiocruz.
Entre 2009 e 2019 foram registrados 419.980 óbitos infantis no Brasil, sendo as doenças por aparelho
respiratório, a terceira maior causa em incidência, com 20.529 casos.