A brasileira Claudia Albuquerque Celada, de 23 anos, estava fazendo um intercâmbio quando sentiu falta de ar, tontura e a visão turva e foi internada em um hospital, nos Estados Unidos, em 17 de fevereiro deste ano. Em 24 horas, ela já estava completamente paralisada, respirando por aparelhos.
Foto: Redes Sociais/Reprodução
Os médicos demoraram cerca de 15 dias para chegar a um diagnóstico e a resposta pegou todos de surpresa: botulismo.
O que é botulismo e como se pega
O botulismo é uma doença neuroparalítica grave e rara, de acordo com o Ministério da Saúde. Ela é causada por uma toxina da bactéria Clostridium botulinum (C botulinum) que pode causar um “envenenamento grave em questão de horas” se ingerida.
Há mais de uma forma de transmissão, mas geralmente ela ocorre ao comer alimentos contaminados, produzidos ou conservados de forma inadequada. As também pessoas podem se infectar por ferimentos abertos e, no caso de crianças entre 3 e 26 semanas, ao consumir mel de abelha.
Essa bactéria está em lugares da natureza como o solo, em lagos e mares, e pode sobreviver em ambientes com pouco oxigênio. Ela costuma estar presente “na água não tratada e em produtos agrícolas, como legumes, vegetal e mel, e em intestinos de mamíferos, peixes e vísceras de crustáceos”.
Apesar disso, a doença é tão rara que os médicos tiveram que estudá-la, conforme afirmou a irmã Luisa Albuquerque, de 28 anos, ao jornal O Globo.
Os sintomas de botulismo
Os sintomas mais comuns de botulismo são:
dores de cabeça;
vertigem;
tontura;
sonolência;
visão turva;
visão dupla;
diarréia;
náuseas;
vômitos;
dificuldade para respirar;
paralisia descendente da musculatura respiratória, braços e pernas;
comprometimento de nervos cranianos;
prisão de ventre;
infecções respiratórias.
O que o botulismo pode causar
Por afetar o controle motor, as complicações do botulismo podem ir da dificuldade de falar até a insuficiência respiratória. São elas:
dificuldade para falar;
dificuldade para engolir
fraqueza de longa duração;
fadiga;
pneumonia por aspiração e infecção;
problemas no sistema nervoso em geral.
Botulismo mata? Em quanto tempo?
Todas as formas de botulismo podem levar matar se não forem tratadas. No geral, a insuficiência respiratória é a forma mais comum de morte causada pela doença. Por isso é tão importante que as pessoas tenham atendimento médico o quanto antes.
Quais são os alimentos que causam botulismo?
Os alimentos que mais estão ligados aos casos de botulismo são:
conservas vegetais, principalmente as artesanais, como palmito, picles, pequi;
produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal, como salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura;
comidas pescadas defumadas, salgadas e fermentadas;
queijos e pasta de queijos e, raramente, em alimentos enlatados industrializados.
Melhora e a ambulância aérea de U$ 200 mil
Chamada de Cacau pela irmã, ela estava fazendo um intercâmbio de trabalho em Aspen, no Colorado. Ela contraiu a bactéria e a suspeita é que tenha sido ao comer algo comprado nos EUA.
Apesar de ter um seguro de viagem, contratado para emergências com a saúde durante a estadia da pessoa fora do País, ele não está mais cobrindo as despesas. “Já acabou há muito tempo e as contas do hospital só estão aumentando”, escreveu nas redes sociais.
Claudia está no hospital há mais de 50 dias e “cada dia de internação custa em média U$ 10 mil dólares”, explicou. Felizmente, a jovem está apresentando melhoras.
“Ela está melhorando, as melhoras são visíveis, mas não são tão rápidas”, explicou. Com o quadro de saúde mais estável, a família acredita que a melhor opção é contratar uma ambulância aérea para transportar Claudia dos EUA para o Brasil.
A ambulância aérea custa U$ 200 mil dólares, mas não é mais um problema. Luisa contou pelo Instagram que o hospital irá cobrir os gastos e essa parte será de graça. Mas a família ainda tem que pagar a conta do hospital.
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Claudia está fazendo fisioterapia, terapia respiratória e fonoaudiologia. “Ela conseguiu, por alguns minutos durante o dia, começar a falar e ainda é uma voz completamente rouca”, explicou a irmã no Instagram.
Luisa ainda riu, contando como a irmã está levando essa recuperação. “Ela mesmo brincou falando que parece a voz de um monstro, é uma coisa super diferente.”
Depois de uma semana paralisada, a jovem voltou a conseguir escrever o próprio nome e a respirar por pelo menos 1 hora sem a ajuda dos aparelhos. Agora, a preocupação é o custo da internação.
Ajudando Claudia
Antes do hospital decidir que pagaria a ambulância aérea, Luisa organizou uma vaquinha nas redes sociais para conseguir voltar para o Brasil com a irmã. Agora, ela explicou que todo dinheiro doado será usado para pagar as contas hospitalares.
Na vaquinha, já foram doados R$ 197 mil de R$ 1 milhão. As doações podem ser feitas de três formas: pelo site da vaquinha, em reais pelo Pix, e outra em dólares pelo Venmo.
Site Vakinha: Ajude a Cacau a voltar para o Brasil
Chave Pix: 11 97202-5421
User Venmo: @cacaucelada
Fontes: Ministério da Saúde;
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