Dormir bem é fundamental para a saúde do corpo e da mente. Durante o sono, o organismo realiza funções essenciais, como a liberação de hormônios que regulam o metabolismo e a recuperação muscular.
No entanto, milhões de pessoas enfrentam dificuldades para dormir adequadamente, e uma das condições que mais afeta a qualidade desse descanso é a apneia obstrutiva do sono, popularmente conhecida como apneia do sono, problema respiratório que faz com que o corpo não absorva oxigênio adequadamente durante as horas de repouso.
Cerca de 30% da população brasileira sofre desse distúrbio, segundo o Ministério da Saúde, tornando-se o segundo problema mais comum que prejudica o sono, ficando atrás apenas da insônia.
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“A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) pode ser suspeitada tanto por sinais e sintomas noturnos quanto diurnos. Durante o sono, o ronco excessivo, o grande esforço respiratório e o relato de pausas respiratórias são indícios de um possível diagnóstico de SAHOS”, pontua Felipe Marques de Oliveira, médico otorrinolaringologista .
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“A má qualidade do descanso leva a sintomas diurnos, o que também nos faz suspeitar da doença. Entre eles, podemos citar cansaço excessivo, sonolência diurna, irritabilidade, cefaleia e dificuldade de concentração”, completa Oliveira, que atua na CCG Saúde, uma empresa da rede de atendimento da Hapvida NotreDame Intermédica.
Além disso, o médico alerta que, embora mais prevalente em adultos, a doença também ocorre em crianças, principalmente naquelas com aumento das amígdalas e adenoides.
Principais fatores de risco para a apneia do sono
A fisiopatologia da SAHOS envolve o colapso da via aérea superior durante a inspiração. Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver a doença, como:
•Idade avançada;
•Sexo masculino;
•Obesidade;
•Anomalias craniomaxilofaciais;
•Tabagismo;
•Histórico familiar positivo para a doença;
•Alterações nasossinusais.
Diagnóstico e tratamento do distúrbio
Segundo o especialista, o exame padrão ouro no diagnóstico da SAHOS é a polissonografia. Existem quatro tipos dessa análise, que podem ser realizadas em laboratórios do sono e até mesmo em casa.
O tratamento da SAHOS depende do grau de severidade da doença, que pode variar de leve a grave. Quando a apneia é de grau leve, é possível adotar mudanças nos hábitos de vida e interromper vícios. Nos casos moderados, pode-se recorrer ao uso de aparelhos de avanço mandibular ou aparelhos intraorais, confeccionados por dentistas.
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Já nos casos graves, a melhor opção é o uso do CPAP (Continuous Positive Airway Pressure ou Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas), que, por meio de um fluxo constante de ar, impede o colapso das estruturas orais envolvidas na fisiopatologia da doença. Além disso, existem várias opções cirúrgicas.
Consequências graves da apneia do sono não tratada
Quando não tratada, a apneia do sono pode ter consequências graves para a saúde física e mental do indivíduo, muitas vezes sendo subdiagnosticada e subvalorizada.
Entre os malefícios estão o aumento do risco cardiovascular, com maior incidência de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), além da dificuldade no controle da pressão arterial em pacientes hipertensos.
Do ponto de vista mental, é fundamental ter uma boa noite de sono, tanto para o bem-estar pessoal quanto para o relacionamento com parceiros. A apneia do sono é uma doença cada vez mais prevalente, e devemos dar a devida atenção a ela para conquistar uma longevidade com qualidade de vida.
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