PREJUDICIAIS À SAÚDE?
Absorventes contém metais tóxicos que podem aumentar até o risco de demência
Durante a vida, quase 10 mil absorventes são usados por uma única mulher e muitos estão cheios de metais como chumbo e arsênio, de acordo com estudo
Última atualização: 01/08/2024 12:37
Em um mês, uma mulher brasileira usa em média 20 absorventes, de acordo com uma pesquisa do Atlas do Plástico, de 2020. Durante a vida, são quase 10 mil utilizados. Agora, um estudo traz uma questão preocupante: eles contém metais pesados e tóxicos, como chumbo e o cancerígeno arsênio.
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O estudo foi feito pelos pesquisadores da Escola Mailman de Saúde Pública da Universidade de Columbia e UC Berkeley e publicado na Science Direct.
A descoberta é preocupante porque estar exposto a metais pesados como estes, principalmente da forma como as pessoas que usam absorventes ficam, pode prejudicar exponencialmente a saúde.
Isso porque a pele da vagina possui um maior potencial de absorção de químicos do que qualquer outra parte do corpo, e os absorventes são produtos usados por horas.
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16 metais foram encontrados
Os pesquisadores testaram 16 metais em 30 absorventes de 14 marcas diferentes dos Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido.
Todos os produtos, sendo orgânicos, não-orgânicos, e independente da marca, tinham metais. A única diferença entre os tipos de absorvente era a quantidade diferente de metais em cada.
Foram encontrados níveis diferentes de arsênio, bário, cálcio, cádmio, cobalto, cromo, cobre, ferro, magnésio, mercúrio, níquel, chumbo, selênio, estrôncio, vanádio e zinco.
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Exposição a metais aumenta riscos para a saúde
Exposição à metais pesados, como os encontrados nos absorventes, aumenta o risco doenças como a demência, diabetes e câncer. E pode amplificar as chances de infertilidade.
Além disso, prejudica o fígado, rins, cérebro, e os sistemas cardiovascular, nervoso e endócrino, de acordo com a Universidade de Columbia.
"Não existe um nível de exposição segura ao chumbo", explicam os cientistas no estudo. Ele está associado com efeitos prejudiciais para a saúde além das doenças cardiovasculares e neurológicas, mas até cognitivos, afetando a memória, atenção e até a habilidade de aprender.
A exposição do arsênio pela vagina, de acordo com outro estudo feito com ratos, mostrou que o componente tem efeitos oxidantes no útero e ovários. Além do químico ser cancerígino e aumentar o risco de doenças dermatológicas, entre outras.