OPERAÇÃO FANDANGO

Vereadores avaliam abrir processo de cassação de prefeito investigado por corrupção

Inclusive aliados do prefeito esperam documentos para decidirem de abrem ou não uma comissão processante

Publicado em: 18/10/2023 06:15

Vereadores governistas e de oposição avaliam se abrem um processo de impeachment contra o prefeito de Cachoeira do Sul, José Otávio Germano (PP), afastado judicialmente do cargo por 180 dias no âmbito da Operação Fandango. Ele é investigado pelo Ministério Público e pela Divisão de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil por corrupção e fraude em licitação.


Agentes do Ministério Público e da Polícia Civil cumprem mandados na Prefeitura de Cachoeira Foto: Divulgação/MP

Ex-deputado estadual e federal e ex-secretário estadual de Segurança, Germano foi eleito prefeito de Cachoeira do Sul em 2020. Há meses vinha sendo alvo de acusações de irregularidades na Prefeitura, até que no fim do mês passado foi alvo da Operação Fandango, do MP com apoio da Polícia Civil. Cinco secretários municipais e três assessores também foram afastados dos cargos por 180 dias. Desde então, quem administra a cidade é a vice de Germano, Ângela Schuh (PP).

No dia da operação, policiais e promotores foram até a casa de José Otávio Germano cumprir mandado de busca e apreensão e o encontraram dormindo. No quarto havia um prato com pequena quantidade de cocaína. Por meio de nota divulgada no dia seguinte à operação, o prefeito afastado disse que os agentes confundiram pó pelotense que ele usa para feridas com cocaína.

Logo após a Operação Fandango os vereadores de Cachoeira do Sul receberam pedido de abertura de uma CPI, o que acabou não prosperando por falta de informações acerca da investigação. O procedimento corre em segredo de Justiça junto à 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, em Porto Alegre.

A possibilidade de impeachment também chegou a ser analisada, mas a tendência é que seja aberta uma comissão processante que pode resultar na cassação do prefeito. Na sessão desta segunda-feira (16) os vereadores decidiram pedir alguns documentos à Polícia Civil e ao MP para decidirem os próximos passos. Um caminho é ligar o uso de drogas à uma possível quebra de decoro por parte de Germano.

O presidente da Câmara, Magaiver Dias (PSDB), já pediu à Justiça que o Legislativo passe a ser parte do processo contra José Otávio. No momento o pedido está sob análise do Ministério Público na capital. A abertura de uma comissão processante que pode resultar na cassação de José Otávio Germano precisa de apenas cinco assinaturas na Câmara, número que é dado como certo inclusive por vereadores governistas.

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