A mulher de 29 anos suspeita de causar o acidente que matou a motociclista Patrícia Aguiar Cabral, 40, em Gramado, foi presa preventivamente no fim da manhã desta quarta-feira (19) em Lages, em Santa Catarina. Segundo o delegado Gustavo Barcellos, titular da Delegacia de Polícia de Gramado, a motorista do veículo que teria atingido a vítima se mudou há poucos dias para a cidade do estado vizinho.
Foto: Polícia Civil
O acidente aconteceu na madrugada do sábado 8 de julho, na Rua Leopoldo, no bairro Rosenfeld. Segundo as investigações, o veículo Chevrolet/Spin, de cor azul escuro, teria colidido na motocicleta conduzida por Patrícia. Apesar da batida, a condutora do carro não parou e fugiu sem prestar socorro à vítima, que foi levada ao hospital da cidade e depois transferida para a casa de saúde de Canela, onde morreu horas depois.
Ainda conforme a Polícia, na fuga a motorista presa teria se envolvido em outro acidente de trânsito. Dessa vez, na RS-115 e sem vítimas. Outra colisão. Um guincho teria sido acionado por um amigo da suspeita, que estava em outro veículo, e viu a segunda batida.
O carro com diversos danos causados pelas colisões foi encontrado na casa da suspeita em Três Coroas, onde residia até trocar de Estado. O veículo estava coberto por uma lona. Na ocasião, no interrogatório a mulher disse que não lembrava do acidente, pois naquela noite havia ingerido uma pequena quantidade de bebida alcoólica em um bar na cidade de Canela.
Segundo Barcellos, a investigação teve acesso a imagens que mostram o veículo dirigido pela suspeita circulando pela região antes e depois do acidente que matou Patrícia. A Polícia também analisou vídeos em que a motorista do Spin estava no interior do bar, onde aparece com bebida alcoólica. “Também foram ouvidas testemunhas, apurando-se que a investigada havia consumido relevante quantidade de bebida alcoólica antes do fato”, detalha o delegado.
Para a Polícia, as provas produzidas até o momento levam ao entendimento de que a suspeita, no mínimo, assumiu o risco de alcançar o resultado morte, caracterizando-se o dolo eventual, já que conduzia o veículo embriagada, em velocidade superior a permitida, sobremodo em razão da extensão dos ferimentos causados na vítima e dos danos verificados no veículo.
“Não bastasse, após o fato, deixou a vítima a própria sorte, fugindo do local do fato. Ou seja, deixou-a para morrer, o que efetivamente ocorreu”, finaliza Bermudes.
O nome da mulher presa não é divulgado por causa da Lei de Abuso de Autoridade. Após os trâmites legais, a suspeita foi recolhida ao sistema prisional.
Velório interrompido
O momento que era de despedida para familiares e amigos de Patrícia precisou ser interrompido. O velório começou ainda na tarde do sábado, porém, na manhã do domingo (9), por volta das 6 horas, o corpo de Patrícia foi retirado da cerimônia para ser levado para perícia.
A polícia afirma que investiga possíveis erros nos procedimentos, pois o corpo não poderia ter sido liberado sem a necropsia. Segundo o delegado, a investigação aguarda os resultados das perícias para conclusão do inquérito.
LEIA TAMBÉM
