O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) pediu à Justiça, nesta sexta-feira (21), que seja determinada a quebra de sigilo de dados ex-deputado federal Jean Wyllys, bem como a exclusão da publicação no Twitter em que ele critica o governador Eduardo Leite. A decisão ocorre dois dias de Leite denunciar o ex-político ao órgão pela postagem, a qual ele classificou como “ato de preconceito, discriminação e homofobia”.
O post em questão, feito por Wyllys no último dia 14 de julho, desaprovava a decisão do governador de manter o programa estadual de escolas cívico-militares no Rio Grande do Sul. “Gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes”, escreveu o ex-parlamentar. Leite usou a mesma rede social para rebater o comentário: “Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções.”
Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… e que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. @jeanwyllys_real, eu lamento a sua ignorância. pic.twitter.com/AuBpKRst8N
— Eduardo Leite (@EduardoLeite_) July 14, 2023
De acordo com o promotor de Justiça David Medina da Silva, as alegações feitas por Wyllys representam ofensas homofóbicas e que incitam discriminação e preconceito contras as minorias. “O suspeito manifestou-se, em seu perfil do Twitter, de forma criminosa”, declara.
“Através da manifestação efetuada pelo suspeito, é possível afirmar que, inobstante críticas ao governo sejam inerentes à Democracia, Jean Wyllys ultrapassou os limites da liberdade de expressão, ofendendo a dignidade e o decoro do Governador do Estado, sobretudo considerando o alcance da publicação, que, em 20.07.2023, às 18h, contava com 543 retweets, 297 tweets com comentários e 5.218 curtidas, além de mais de um milhão de visualizações”, ressalta o promotor.
Pela situação, o órgão investiga Wyllys por injúria contra funcionário público e por praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Caso a medida seja aprovada judicialmente, o ex-deputado poderá ter que pagar uma multa diária no valor de R$ 100 mil caso descumpra a ordem. O valor foi solicitado pelo MP.
LEIA TAMBÉM