O homem de 42 anos que manteve a companheira, de 29 anos, e o filho dela, de sete, em cárcere privado parcial e sob torturas durante cerca de seis meses segue foragido da Justiça. Até esta quarta-feira (18), quase dois meses após a Polícia Civil tomar conhecimentos das torturas que ele cometia, ele ainda não havia sido encontrado.
Ele foi denunciado em 28 de agosto deste ano, após mãe e filho conseguirem fugir de casa, em Taquara, no Vale do Paranhana. A investigação foi concluída em setembro. Segundo o delegado Valeriano Garcia Neto, o agressor foi indiciado pelos crimes de tortura, maus-tratos, estupro, estupro de vulnerável e cárcere privado.
Embora o homem esteja foragido, o nome dele não é divulgado pela reportagem para preservar a identidade da criança, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O inquérito policial foi enviado ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) que vai decidir se oferece uma denúncia contra ele. Caso o MP o acuse, o caso será encaminhado à Justiça e, se a denúncia for aceita pelo judiciário, ele vira réu no processo.
Conforme o delegado, “não há dúvida” de que ele cometeu todos os crimes relatados pela mulher à Polícia. Agora, segundo ele, “a prisão é uma consequência esperada”.
Tortura e estupro de mulher e criança
A vítima e o vendedor ambulante natural de Ipubi, em Pernambuco, se conheceram pelas redes sociais. Depois de um ano de relacionamento ela se mudou com o filho para a casa dele. Desde então, as agressões passaram a ser rotineiras.
À Polícia, a mulher falou que o homem batia nos dois com cabos de vassoura, dava choques, estuprava ambos e chegou a arrancar um dente dela com alicate entre outros tipos de violência.
Mãe e filho fugiram com ajuda de professora
Ela e o menino conseguiram fugir do local em agosto. A jovem disse ao então companheiro que tinha uma reunião na instituição de ensino do menino. Ao chegar lá, ela relatou a situação para uma professora, que solicitou uma viagem por aplicativo para que as vítimas fugissem.
Após a fuga, os dois chegaram a ficar em situação de rua, até pedirem ajuda da Brigada Militar (BM). O caso, então, foi registrado na Polícia Civil e, depois de prestar depoimento, a mulher e o filho foram levados para um abrigo.
Denúncias
Policiais foram até a casa onde a família morava, mas não encontraram o agressor. No local, contudo, foram apreendidos materiais e instrumentos que o homem usava para torturar mãe e filho. Entre os itens recolhidos estão fios desencapados que eram utilizados para dar choques elétricos e cabos de vassoura.
“Com 13 anos de Polícia, nunca vi algo com tamanha brutalidade”, afirmou o delegado .
Quem tiver qualquer pista sobre o paradeiro dele pode entrar em contato com a Delegacia de Taquara pelo telefone (51) 98443-3481. O sigilo do denunciante é garantido pela instituição.
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