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MÃO AMIGA

Solidariedade em meio ao caos: Conheça voluntários da região que levaram esperança ao Vale do Taquari

Grupo de Dois Irmãos se uniu a outros tantos voluntários neste fim de semana para auxiliar vítimas de enchente histórica no Rio Grande do Sul

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Publicado em: 10/09/2023 às 19h:00 Última atualização: 10/09/2023 às 21h:34
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O espírito de solidariedade mobilizou moradores de Dois Irmãos, no sábado (9), para auxiliar na limpeza das cidades do Vale do Taquari destruídas por uma enchente histórica no primeiro fim de semana de setembro. Nem duas horas depois de lançar a campanha para levar ajuda aos municípios atingidos, a prefeitura de Dois Irmãos reuniu 80 voluntários. “Nossa ideia era ir com um ônibus pequeno, mas, quando vimos, lotamos dois ônibus grandes”, comentou Mauro Hahn, representante da administração na missão.

A fonoaudióloga Bárbara Munhoz, de 39 anos, foi acompanhada da filha Evellyn, de 17. Em 2014, quando a família morava em Rondônia, no norte do País, uma enchente sem precedentes castigou o estado. “Na época, 12 mil famílias ficaram desabrigadas. Então, sei bem o que esses moradores do Taquari estão passando, e é por isso que estou aqui”, justificou.

Bárbara e Evellyn já sentiram na pele o drama vivido pelos moradores do Vale do Taquari e, por isso, decidiram ajudar | Jornal NH



Bárbara e Evellyn já sentiram na pele o drama vivido pelos moradores do Vale do Taquari e, por isso, decidiram ajudar

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Também tiveram famílias inteiras que abriram mão de passar o sábado descansando para poder ajudar. O analista de sistemas Carlos Telles, 29, acompanhado da esposa, da mãe e de dois irmãos, estava entre os voluntários. 


Estender a mão para quem está desiludido é o mínimo que podemos fazer. Muito mais do que força de trabalho, estamos aqui para trazer esperança para essas famílias.

Depois de oito horas de muito trabalho, a volta para Dois Irmãos foi tomada por um sentimento diferente: “Estou muito mais agradecido pelas coisas que temos”, refletia Carlos durante o trajeto.

Carlos Telles (calça preta) e a família dedicaram o sábado (9) para ajudar moradores de Muçum | Jornal NH



Carlos Telles (calça preta) e a família dedicaram o sábado (9) para ajudar moradores de Muçum

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Havia ainda na lista voluntários “solitários”. O mecânico industrial Joel Fábio Visineski, 40, era um deles. Ele foi um dos tantos que viajou sem estar ao lado de algum familiar ou amigo, nem por isso deixou de se colocar à disposição.

“Nunca vi na vida algo parecido com o que vi aqui (em Muçum), o mais próximo foi na empresa em que trabalho, que foi inundada no ciclone de junho. A diferença é que aqui foram cidades inteiras destruídas, com vidas perdidas”, comparou.

Joel Visineski: "Nunca vi na vida algo parecido" | Jornal NH



Joel Visineski: “Nunca vi na vida algo parecido”

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Mobilização de milhares

Já nas primeiras horas de sábado, as ruas de Muçum, cidade com pouco mais de 4,5 mil habitantes e que fica a cerca de 150 km de Novo Hamburgo, estavam tomadas por voluntários de diferentes municípios gaúchos. Com pás, enxadas, rodos, vassouras e todo tipo de material de limpeza, eles tentavam vencer o lamaçal que cobria casas, comércios e ruas.

A realidade, contudo, é desafiadora e exigirá muitos dias de trabalho. A camada espessa de lodo, o mau cheiro e os danos estruturais em casas e prédios comerciais causados pela força da água destruiu 80% de Muçum, conforme estimativa do prefeito Mateus Trojan. Porém, o gestor reconhece que a força do voluntariado irá acelerar o processo de reconstrução do município. “Solidariedade evita solidão”, garantiu em entrevista exclusiva ao Jornal NH na tarde de sábado. (Veja o vídeo).

A administração não soube precisar o número de pessoas mobilizadas para ajudar na limpeza da cidade. “Mas, com certeza, são milhares”, estimou.

Ruas estavam tomadas por voluntários como os dois-irmonenses Débora Schuh e Alan Kuhn | Jornal NH



Ruas estavam tomadas por voluntários como os dois-irmonenses Débora Schuh e Alan Kuhn

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Diário de bordo

  • O grupo saiu às 5 horas de sábado (9) de Dois Irmãos. Em dois ônibus cedidos pela empresa Wendling, os voluntários seguiram rumo ao Vale do Taquari.
  • No meio do caminho, na BR-386, em Canoas, um ônibus com 12 voluntários de Esteio se juntou ao comboio.
  • A primeira parada foi na prefeitura Encantado, onde foi montado o Centro de Comando de Incidentes da Defesa Civil. É dali que estão saindo todas as orientações e decisões das ações em prol das cidades afetadas.
  • O Centro de Comando direcionou o grupo do Vale do Sinos para auxiliar os moradores de Muçum.
  • Na entrada de Muçum, uma barreira da polícia fazia a triagem. A partir dali, só entrava no município quem tinha autorização do Centro de Comando. Passava das 9 horas quando o grupo desembarcou em Muçum.
  • Depois de oito horas de trabalho, às 17 horas, os voluntários de Dois Irmãos embarcaram de volta para o Vale do Sinos.

FOTOS: Sábado foi mais um dia de limpeza em Muçum





Grupo de Novo Hamburgo esteve em Roca Sales

O espírito de solidariedade mobilizou moradores de Dois Irmãos, no sábado (9), para auxiliar na limpeza das cidades do Vale do Taquari destruídas por uma enchente histórica no primeiro fim de semana de setembro. Nem duas horas depois de lançar a campanha para levar ajuda aos municípios atingidos, a prefeitura de Dois Irmãos reuniu 80 voluntários. “Nossa ideia era ir com um ônibus pequeno, mas, quando vimos, lotamos dois ônibus grandes”, comentou Mauro Hahn, representante da administração na missão.

A fonoaudióloga Bárbara Munhoz, de 39 anos, foi acompanhada da filha Evellyn, de 17. Em 2014, quando a família morava em Rondônia, no norte do País, uma enchente sem precedentes castigou o estado. “Na época, 12 mil famílias ficaram desabrigadas. Então, sei bem o que esses moradores do Taquari estão passando, e é por isso que estou aqui”, justificou.

Bárbara e Evellyn já sentiram na pele o drama vivido pelos moradores do Vale do Taquari e, por isso, decidiram ajudar | Jornal NH



Bárbara e Evellyn já sentiram na pele o drama vivido pelos moradores do Vale do Taquari e, por isso, decidiram ajudar

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Também tiveram famílias inteiras que abriram mão de passar o sábado descansando para poder ajudar. O analista de sistemas Carlos Telles, 29, acompanhado da esposa, da mãe e de dois irmãos, estava entre os voluntários. 


Estender a mão para quem está desiludido é o mínimo que podemos fazer. Muito mais do que força de trabalho, estamos aqui para trazer esperança para essas famílias.

Depois de oito horas de muito trabalho, a volta para Dois Irmãos foi tomada por um sentimento diferente: “Estou muito mais agradecido pelas coisas que temos”, refletia Carlos durante o trajeto.

Carlos Telles (calça preta) e a família dedicaram o sábado (9) para ajudar moradores de Muçum | Jornal NH



Carlos Telles (calça preta) e a família dedicaram o sábado (9) para ajudar moradores de Muçum

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Havia ainda na lista voluntários “solitários”. O mecânico industrial Joel Fábio Visineski, 40, era um deles. Ele foi um dos tantos que viajou sem estar ao lado de algum familiar ou amigo, nem por isso deixou de se colocar à disposição.

“Nunca vi na vida algo parecido com o que vi aqui (em Muçum), o mais próximo foi na empresa em que trabalho, que foi inundada no ciclone de junho. A diferença é que aqui foram cidades inteiras destruídas, com vidas perdidas”, comparou.

Joel Visineski: "Nunca vi na vida algo parecido" | Jornal NH



Joel Visineski: “Nunca vi na vida algo parecido”

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Mobilização de milhares

Já nas primeiras horas de sábado, as ruas de Muçum, cidade com pouco mais de 4,5 mil habitantes e que fica a cerca de 150 km de Novo Hamburgo, estavam tomadas por voluntários de diferentes municípios gaúchos. Com pás, enxadas, rodos, vassouras e todo tipo de material de limpeza, eles tentavam vencer o lamaçal que cobria casas, comércios e ruas.

A realidade, contudo, é desafiadora e exigirá muitos dias de trabalho. A camada espessa de lodo, o mau cheiro e os danos estruturais em casas e prédios comerciais causados pela força da água destruiu 80% de Muçum, conforme estimativa do prefeito Mateus Trojan. Porém, o gestor reconhece que a força do voluntariado irá acelerar o processo de reconstrução do município. “Solidariedade evita solidão”, garantiu em entrevista exclusiva ao Jornal NH na tarde de sábado. (Veja o vídeo).

A administração não soube precisar o número de pessoas mobilizadas para ajudar na limpeza da cidade. “Mas, com certeza, são milhares”, estimou.

Ruas estavam tomadas por voluntários como os dois-irmonenses Débora Schuh e Alan Kuhn | Jornal NH



Ruas estavam tomadas por voluntários como os dois-irmonenses Débora Schuh e Alan Kuhn

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Diário de bordo

  • O grupo saiu às 5 horas de sábado (9) de Dois Irmãos. Em dois ônibus cedidos pela empresa Wendling, os voluntários seguiram rumo ao Vale do Taquari.
  • No meio do caminho, na BR-386, em Canoas, um ônibus com 12 voluntários de Esteio se juntou ao comboio.
  • A primeira parada foi na prefeitura Encantado, onde foi montado o Centro de Comando de Incidentes da Defesa Civil. É dali que estão saindo todas as orientações e decisões das ações em prol das cidades afetadas.
  • O Centro de Comando direcionou o grupo do Vale do Sinos para auxiliar os moradores de Muçum.
  • Na entrada de Muçum, uma barreira da polícia fazia a triagem. A partir dali, só entrava no município quem tinha autorização do Centro de Comando. Passava das 9 horas quando o grupo desembarcou em Muçum.
  • Depois de oito horas de trabalho, às 17 horas, os voluntários de Dois Irmãos embarcaram de volta para o Vale do Sinos.

FOTOS: Sábado foi mais um dia de limpeza em Muçum





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