Os desafios e oportunidades de parcerias entre Brasil e Alemanha, além de um panorama das relações econômicas já existentes entres os dois países, foram o foco do Momento do Empreendedor, realizado nesta quinta-feira (27), pela Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia (Acist-SL), em sua sede social, no bairro Jardim América, em São Leopoldo. A agenda teve como intuito celebrar o mês da Imigração Alemã no Brasil – na terça-feira, 25 de julho, São Leopoldo completou 199 anos da chegada dos primeiros imigrantes.
“A Alemanha é um dos principais países que investe no Brasil. Temos investimentos diretos que alcançam 18 bilhões de euros, o que representa praticamente 100 bilhões de reais. E esses investimentos são voltados principalmente para inovação, alta tecnologia, infraestrutura, energias renováveis, agricultura, transporte e logística”, iniciou o presidente da Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul (AHKRS), Cleomar Prunzel, que ministrou a palestra principal do evento.
“Aqui no Brasil está localizado o maior parque fabril de empresas alemãs fora da Alemanha. São mais de mil empresas, que representam 10% do PIB industrial e empregam 250.000 colaboradores”, disse, exemplificando a dimensão da relação Brasil-Alemanha.
Evento visou destacar a força da imigração alemã na cidade
Na abertura do evento, o presidente da Acist-SL, Felipe Feldmann falou sobre a importância da programação pensada pela entidade e organizada para homenagear a imigração alemã, lembrando que aqueles primeiros imigrantes contribuíram para a história, a cultura e o desenvolvimento regional. “Acho importante, num momento como esse, juntar autoridades do estado, do município, representantes da região, pra que a gente consiga fazer, no ano que vem, um evento muito bonito, destacando a importância da imigração dos povos alemães que vieram para cá”, colocou.
Um balanço dos desafios e oportunidades entre os dois países
Para que a relação econômica entre os países possa aumentar, porém, o presidente destacou os desafios do panorama, especialmente do RS: as adversidades climáticas; o lento ritmo de crescimento do PIB; queda no crescimento da economia mundial; alta burocracia; manutenção do estreitamento das relações com a Alemanha; desafio logístico; e a assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia.
Num resumo das oportunidades entre os dois países, Prunzel salientou as áreas da educação; o olhar estratégico do governo do RS; a armazenagem de grãos; infraestrutura; saneamento; alternativa à China; e o agronegócio, forte setor brasileiro.
Prunzel ponderou que a Alemanha necessita do potencial brasileiro de produzir energias renováveis e aposta numa relação mais estreita para os próximos anos. “Cooperação é a palavra quer melhor resume o relacionamento econômico de quase 200 anos entre os dois países”.
Bicentenário
Sobre as ações para a comemoração do bicentenário da imigração alemã, em 2024, Prunzel lembrou que a Câmara participa do comitê estadual formalizado para tal e que a Acist participa também do comitê municipal. Em paralelo, o presidente ressaltou que está sendo gravado um documentário sobre os 200 anos da imigração, além da elaboração de um livro. “Estamos junto com a prefeitura de São Leopoldo e o governo do Estado na busca de marcar os 200 anos de forma inesquecível.”
Sobre a Câmara Brasil-Alemanha
A Câmara Brasil-Alemanha possui três redes no Brasil: uma com sede em São Paulo, outra no Rio de Janeiro, e a terceira e mais nova, tendo completado 68 anos neste mês de julho, em Porto Alegre.
Prunzel explicou que o papel da Câmara é brigar pelos interesses de seus associados e que ela representa, aqui no Brasil, o Ministério da Economia da Alemanha. Para isso, elas recebem um subsídio a fim de fomentar os negócios e colaborar no desenvolvimento econômico nos dois países.
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