TECNOLOGIA 4.0
Projeto MetaIndústria é lançado oficialmente no Tecnosinos, em São Leopoldo
Parque Tecnológico que fica dentro da Unisinos terá um dos dois laboratórios do programa no Brasil
Última atualização: 20/10/2023 11:23
O Parque Tecnológico de São Leopoldo (Tecnosinos) agora é também sede de um projeto inédito no País e que visa aumentar a maturidade digital da indústria brasileira, a partir da combinação de tecnologias 4.0, incluindo o conceito metaverso. Numa parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e SPI Integração de Sistemas, e com apoio de mais de 30 instituições, o MetaIndústria Lab Sul foi anunciado, nesta quinta-feira (19), na sede da SPI, no Tecnosinos.
Entre as metas do projeto, está a capacitação de gestores de 100 empresas até 2025. Para tanto, dois laboratórios foram desenvolvidos e receberão as indústrias que quiserem participar: um em São Caetano do Sul (SP) e o lançado nesta quinta, em São Leopoldo.
“A MetaIndústria reúne o melhor das tecnologias, no sentido de propiciar às empresas informações sobre o retorno das tecnologias, risco tecnológico e a necessidade de treinamento e capacitação de pessoas”, destacou o gerente da Unidade de Difusão de Tecnologias da ABDI, Bruno Jorge, salientando a importância do programa para um polo industrial forte como o visto na região Sul. “Esse projeto vem complementar, porque já temos institutos de tecnologia, faculdades que trabalham a indústria 4.0, mas esse é um projeto concreto, uma consultoria especializada para que as empresas aqui do Sul participem desse processo”.
Inovação para melhorar processos
CEO da SPI, Marcos Barbosa falou sobre o projeto estar inserido dentro da Unisinos, ressaltando que seus idealizadores dão valor a essa integração entre indústria e universidade. “Nosso propósito é estar sempre fazendo essa ponte entre a indústria e a universidade porque tem muito conhecimento na universidade que muitas vezes não atravessa essa ponte e vice-versa”, argumentou.
Ele também lembrou que as tecnologias habilitadoras da indústria 4.0 estão avançando cada vez mais. “Mas muitas vezes estamos usando esse conceito só no discurso, não na prática. Nosso objetivo era trazer essas tecnologias, inclusive, de vanguarda, mais de uma forma prática”, reforçou.
“A intenção é que, através dessas experiências, usuários finais, clientes finais, possam experimentar essas tecnologias de maneira prática e enxergar o que elas podem trazer de inovação para os processos deles. É uma visão diferente. É enxergar como essa inovação pode melhorar o meu processo em busca da eficiência operacional e da inovação”, enfatizou o CEO da SPI, Marcos Barbosa.
5G como tecnologia de conectividade habilitadora
A partir do uso de redes 5G, como tecnologia habilitadora, e da aposta no ambiente digital do Omniverse, o projeto permitirá que os gestores acompanhem ciberfisicamente, ou seja, tanto no metaverso quanto em laboratórios físicos, em tempo real, como as soluções de tecnologias funcionarão e poderão beneficiar as linhas de produção.
Diretora de Desenvolvimento de Negócios da Nokia, uma das empresas parceiras para a realização do projeto, Vanessa Vieira comentou sobre a disponibilização do 5G como tecnologia de conectividade. “O 5G habilita conectar todas as aplicações disruptivas que estão sendo trazidas aqui para auxiliar na transformação digital das indústrias. Ele habilita conectar diversas aplicações diferentes de forma simultânea numa única rede, sem a necessidade de criação de pequenas microrredes cada uma para atender uma aplicação específica. Isso simplifica o gerenciamento do ambiente industrial”, ponderou.
“E, além disso, ele vai trazer mais velocidade, um tempo de resposta menor, quase instantâneo, garante um ambiente confiável em termos de cibersegurança, garante um ambiente disponível, que é o que a indústria precisa no final das contas”, concluiu.
O parque conectando pessoas
Para o gestor executivo do Tecnosinos, Silvio Bitencourt da Silva, a vinda do projeto para o espaço é fundamental, porque cada vez mais um parque tecnológico tem que funcionar como um hub, conectando pessoas. “A partir da SPI, que é uma empresa que já está no parque, nós abrimos a possibilidade de nos aproximarmos da ABDI e de um universo de empresas de tecnologia. Com a atração do MetaIndústria, não só nós transbordamos o parque para toda a cidade, atendendo o setor industrial, que é pujante, representativo na economia, mas também com as tecnologias que estão aqui, habilitamos novos empreendedores, que vão poder conhecer e testar a tecnologia”, disse, destacando ainda que, numa terceira camada de beneficiados, se encaixam os estudantes. “A possibilidade dos alunos da universidade, das escolas técnicas, de virem aqui e conhecerem esse ambiente, se depararem com uma tecnologia que é referência global, tem uma capacidade transformadora, de transbordar o parque”, avaliou.
Demonstradores de tecnologia
Tanto no laboratório de São Leopoldo, quanto no de São Caetano do Sul – que será lançado no dia 30 de novembro –, sete demonstradores de tecnologia estarão disponíveis, por meio de empresas colaboradoras do projeto. Os demonstradores são: Factory 5.0. Process 5.0; Manufacturing 5.0; Teamwork 5.0; Logistic 5.0; Management 5.0; e Network 5G.
Como as empresas podem se inscrever
Para fazer parte do projeto, é necessário que a empresa faça a inscrição, preencha o formulário e atenda a alguns critérios básicos para integrar o programa, como certificações básicas de ciclos de revisão de processos, entre outros. As inscrições são gratuitas e os selecionados terão despesas apenas com deslocamento, alimentação e hospedagem durante as etapas do projeto. As inscrições devem ser feitas pelo portal do MetaIndústria.