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PREVISÃO DO TEMPO: Vem mais um ciclone por aí? Fenômeno vai se formar na costa do Uruguai e pode impactar clima no RS
Nebulosidade, queda das temperaturas e chuva devem marcar primeira metade desta semana
Última atualização: 22/08/2023 08:22
Após fim de semana de calor atípico durante o inverno, a semana começou com condições térmicas "radicalmente distintas" entre o norte e o sul do Estado. Segundo a MetSul Meteorologia, além da queda nos termômetros na maior parte do território gaúcho, os próximos dias também prometem chuva. A formação de um novo ciclone extratropical na costa do Uruguai também pode impactar o tempo no RS.
O sol aparece tímido entre as nuvens no norte e noroeste do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira (24). As regiões seguem com a influência de ar quente com alta temperatura.
Os meteorologistas explicam que, enquanto isso, o sul e a Campanha estão sob influência de ar mais frio e contam com a presença da chuva, que contribui para a queda dos termômetros mesmo durante a tarde.
Como a região metropolitana está na "zona intermediária", há muitas nuvens baixas e pode ter garoa isolada. À tarde, as marcas são muito inferiores às do fim de semana, quando o RS chegou aos 30°C.
Na terça (25), o dia já começa com muitas nuvens. Chove principalmente em cidades do oeste e do sul, mas as precipitações avançam para pontos do centro do Estado, bem como a Porto Alegre. A temperatura será amena a agradável na maior parte das regiões.
Terceiro ciclone de julho
Algumas famílias gaúchas ainda se recuperam da passagem dos outros ciclones, incluindo o fenômeno intenso que resultou em 16 mortes em junho. Os últimos trouxeram altos volumes de chuva, bem como alagamentos, inundações e queda de energia elétrica e de barreiras nas estradas.
Segundo os meteorologistas, "ciclones extratropicais são absolutamente comuns e recorrentes em nosso clima". Na costa do sul do Brasil são menos frequentes, mesmo que suas formações e passagens não sejam consideradas raridade. No entanto, nesta região "tendem a ser mais graves em termos de chuva e vento pela proximidade do centro de baixa pressão profundo".
O ciclone desta semana vai ocorrer em uma área em que comumente se formam os ciclones, a sudeste do Chuí e na foz do Rio da Prata, mais ao Sul, de acordo com a MetSul. Os últimos três ciclones, que causaram transtornos no RS, tiveram sua formação mais ao norte.
O fenômeno começa a se formar na quarta-feira (26) e de acordo a meteorologista Estael Sias, "vai se formar sobre o mar e permanecer sobre o mar".
Impactos
Estael explica que os ciclones que se formam na área do Rio da Prata são capazes de gerar vento muito intenso, com rajadas acima de 100km/h e transtornos ao Estado. Contudo, esse não será o caso do fenômeno desta quarta, visto que a massa de ar frio e a alta pressão continental não serão intensas.
Os impactos com relação a chuva e vento serão menores no RS. A meteorologista diz ainda que "não se trata de um cenário de elevado perigo meteorológico".
A região mais afetada será o sul e leste do Uruguai. Mesmo sem previsão para vento intenso, no entanto, há preocupação com o sul gaúcho. Como a rede elétrica da área foi muito afetada pelo último ciclone, rajadas moderadas a fortes podem causar impacto.
No litoral sul, as rajadas mais fortes serão de 50km/h a 70km/h. Em Porto Alegre e no litoral norte, embora o tempo fique "mais ventoso" no fim da quarta e no começo de quinta (27), as rajadas terão média de 40km/h a 60km/h, com rajadas superiores na Lagoa dos Patos e beira-mar.
Caminho do ciclone
Conforme a MetSul, o fenômeno começa a se formar na quarta-feira (26), a leste do Chuí, sobre o Oceano Atlântico. À tarde, estará na foz do Rio da Prata, cerca de 300 quilômetros a sudeste de Montevidéu, capital do Uruguai, já como "um ciclone configurado e em intensificação".
No final do dia, o centro do fenômeno estará mais intenso, sobre o Oceano Atlântico, mas se distanciando do continente, a cerca de 500 quilômetros do país uruguaio.