NOVO MÊS
PREVISÃO DO TEMPO: Sob influência do El Niño e chegada da primavera, saiba como será o clima em setembro
Historicamente, o Rio Grande do Sul costuma registrar altos volumes de chuva no mês, apesar das temperaturas mais amenas; confira o que esperar para este ano
Última atualização: 30/08/2023 17:02
O mês de setembro, que começa nesta sexta-feira, terá influência do fenômeno El Niño, que agirá com uma forte intensidade no clima, de forma que não era sentida desde 2015. Contudo, com o início da primavera, setembro também traz um aumento das temperaturas.
O inverno astronômico vai até as 3h50 do dia 23 de setembro, mas a primavera meteorológica tem início já em 1º de setembro, pois compreende o trimestre que vai de setembro a novembro. Além disso, historicamente no Rio Grande do Sul o mês costuma ter altos volumes de chuva e muitos episódios de cheias de rios e enchentes. Neste ano, não será diferente.
Chuvas
De acordo com a MetSul Meteorologia, a região Sul do País deve registrar precipitação acima da média em diversas localidades durante o mês. Em algumas áreas, os acumulados podem chegar de 300 a 500 milímetros apenas em setembro - ou seja, metade ou mais da metade do que costuma chover em toda a primavera.
Assim, já para o início do mês é esperado um episódio significativo de chuva no Sul, no qual muitas cidades devem superar a média histórica de precipitação de setembro ainda na primeira semana. A precipitação excessiva pode causa cheias de rios e enchentes, além de prejudicar o começo do plantio da safra de verão.
Tempestades
Para o mês, também é esperado um aumento dos episódios de tempo severo na região. "O risco é principalmente agravado com incursões tardias de ar frio à medida que a presença de ar quente se torna mais comum sobre o Sul do País com o fim do inverno", diz a MetSul, que ressalta que não necessariamente os temporais serão mais intensos, porém devem acontecer com mais frequência.
Desta forma, o encontro de massas de ar frio e quente vai gerar tempestades severas, principalmente na chegada de frentes frias. O fenômeno também é favorecido pela ação do El Niño, que torna a atmosfera mais quente, úmida e instável, com maior influência de ar tropical.
Além disso, há maior propensão para a formação de ciclones extratropicais no Atlântico Sul em setembro, especialmente nos litorais da Argentina e Uruguai, e às vezes na costa do Sul do Brasil. Por isso, episódios de frio mais intenso vão depender da formação de ciclones também de grande intensidade. Contudo, em 2023, a tendência é que os ciclones mais intensos se posicionem mais ao Sul do continente, perto da Antártida e da Patagônia.
Temperaturas
Temperaturas agradáveis ou amenas, próximas aos valores médios históricos, devem ser recorrentes durante o mês no Sul do Brasil, conforme análise da MetSul. No entanto, há também tendência de que alguns locais registrem marcas acima da média. Mas, de fato, o frio deve ir embora.
"A MetSul espera um baixo número de dias de frio agora em setembro deste ano no Sul do País, embora sejam previstos alguns dias de temperatura baixa e com formação de geada. Por outro lado, dias quentes, alguns de calor intenso, são muito comuns no mês de setembro e já houve ano em que a temperatura atingiu marcas perto dos 40°C na Grande Porto Alegre. Não são projeta, porém, um alto número de dias de forte calor com o padrão climático mais chuvoso", explicam os especialistas.
El Niño
O fenômeno que teve início ainda em julho, marcará o primeiro setembro em oito anos no qual o Pacífico Equatorial estará superaquecido. A última vez que isso aconteceu foi em 2015, ano do Super El Niño, que durou até o começo de 2016.
"Conforme o último boletim semanal da NOAA (National Oceanic & Atmospheric Administration), a anomalia de temperatura da superfície do mar era de 1,5ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central, que é usada oficialmente para definir se há El Niño ou La Niña e qual sua intensidade. O valor atingiu pela primeira vez a faixa de El Niño forte (+1,5ºC a +1,9ºC), mas serão precisos várias semana neste patamar para se classificar o fenômeno como forte", explica o portal de meteorologia.