A semana que começa ensolarada no Rio Grande do Sul também tem alerta para enchente e formação de ciclone extratropical. Nesta segunda-feira (11), completam sete dias do volume excessivo que devastou Muçum e Roca Sales, as cidades mais afetadas pelas chuvas no Vale do Taquari. Até o momento, o Estado soma 46 óbitos por enchentes.
Segundo a MetSul Meteorologia, os acumulados de precipitação de 200 mm a 400 mm atingiram grande parte da metade norte gaúcha. Uma estação particular da região de Passo Fundo, por exemplo, chegou a anotar 390 mm.
Desta vez, cidades do sul e oeste gaúcho devem registrar volumes de 100 a 200 mm entre esta segunda e quinta-feira (14) – com pontos que podem alcançar marcas isoladas de 250 mm a 300 mm.
Conforme a meteorologista Estael Sias, isso significa que as cidades podem atingir valores entre a média e o dobro da média do mês inteiro. As médias históricas de setembro, de acordo com a série histórica 1991-2020, são de 97,0 mm em Santa Vitória do Palmar, 110,8 mm em Rio Grande, 128,7 mm em Pelotas, 155,3 mm em Santa Maria e 160,4 mm em Encruzilhada do Sul.
Tempo nesta segunda
Ainda de acordo com a MetSul, o sol aparece em todo o RS nesta segunda. O ingresso de ar quente pela condição pré-frontal traz muito calor para os gaúchos com máximas à tarde de 31°C a 34°C em muitas cidades e até ao redor de 35°C em alguns pontos.
No final do dia, uma frente fria alcança o oeste e o sul gaúcho com chuva forte e temporais com raios e risco de granizo e/ou vento forte em alguns pontos. Segundo Estael, esta frente vai estar associada a um ciclone em intensificação no Leste da Argentina que se tornará intenso ao se afastar do continente, sem jamais se aproximar ou chegar perto do Rio Grande do Sul.
Alerta de inundações, alagamentos e enchentes
A MetSul Meteorologia adverte que os excessivos acumulados desta semana devem agravar a condição hidrológica dos rios que já passam por cheias e podem gerar novas cheias de rios com quadro de enchentes. Os rios que preocupam são o Quaraí, Ibirapuitã, Jaguarão, Piratini e Camaquã, no oeste e no sul. No Centro do Estado, atenção maior com os rios Ibicuí e Jacuí.
Estael chama atenção que os excessivos acumulados de chuva se somam ao registrados dias atrás e podem gerar o extravasamento de alguns açudes. “Preocupa que esta chuva volumosa coincidirá com a Lagoa dos Patos com volume alto em Pelotas e Rio Grande, o que aumenta o potencial de alagamentos nestas cidades”, explica, acrescentando que os canais em Pelotas, que já estão altos, tendem a ter aumento ainda maior. “O vento por vezes forte, com a lagoa alta, é outro fator que pode agravar a condição para alagamentos.”
Ainda segundo a meteorologista, algumas estradas, particularmente municipais e rurais, devem se tornar intransitáveis com prováveis trechos e pontilhões cobertos pela água. “Com a perspectiva de forte correnteza, trechos alagados devem se terminantemente evitados por motoristas sob perigo de acidentes fatais”, alerta.
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