O nível do Rio Caí em São Sebastião do Caí vem baixando desde às 7 horas deste domingo (8), quando atingiu 11,42 metros. Na última medição, às 13 horas, as águas estavam em 11,20 metros, ainda 30 centímetros acima da cota de inundação, que é de 10,50 metros.
Conforme o coordenador da Defesa Civil do município, Ênio dos Santos, 15 famílias ribeirinhas foram retiradas de casa em uma ação preventiva e levadas para o Ginásio de Esportes do bairro Rio Branco. “O rio acabou entrando em algumas ruas ribeirinhas e residências. Nossa previsão é que eles retornem para suas residências a partir de terça-feira (10)”, afirma.
Apesar da água estar recuando e a situação não ser considerada preocupante, o coordenador garante que está com uma equipe da secretaria de Obras e Defesa Civil em prontidão, atendendo com alimentação e outras necessidades das pessoas que estão no nosso abrigo.
Em Sapiranga, o Rio dos Sinos está praticamente dentro da calha, conforme Sírio Baum, coordenador da Defesa Civil do município. As três famílias que estavam abrigadas no ginásio da escola Dr. Décio já voltaram para suas residências. “Acredito que desta vez não haverá transbordamento”, comenta Baum.
Já em Taquara, o Rio dos Sinos está fora da calha e a Defesa Civil está monitorando com atenção. O Rio da Ilha bloqueou estrada no sábado (7), mas o caminho já está liberado. Por fim, o Rio Paranhana está com altos níveis, mas sem agravos, de acordo com o responsável pela Defesa Civil, Alessandro Santos. “Graças a Deus não temos desabrigados”, comenta.
O Rio dos Sinos, em Novo Hamburgo, está oscilando entre 6,10 e 6,11 metros nas últimas 24 horas. Neste momento, conforme explica Arci Fetter Júnior, responsável pela Defesa Civil da cidade, o quadro é de “observação”, pois está abaixo de 6,30 metros — quando o quadro é classificado como sendo de “atenção”. Problemas surgem após os 6,60 metros, quando o quadro indica “alerta”, em locais mais pontuais. O ponto crítico começa após os 6,80 metros.
“Raramente o Sinos tem uma elevação acima de 2cm/h em nossa região, e para chegar nesse nível teríamos que ter agora mais 70 centímetros”, afirma.
Metsul prevê chuvas muito acima do normal e enchentes em outubro
De acordo com as previsões da MetSul Meteorologia, outubro ainda terá muita chuva, ultrapassando os volumes da média histórica para o mês no Sul do Brasil. Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem ser os mais atingidos, com acumuladores de 200 a 400 milímetros até o fim do mês, provocando enchentes maiores que as registradas no início do mês. Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na primeira semana de outubro o Rio Grande do Sul registrou acumulados entre 140 e 233 milímetros de chuva no Norte do Estado.
A MetSul projeta que, com o que já choveu e o que está previsto, os acumulados devem chegar a 500 milímetros na metade Norte do Rio Grande do Sul, não descartando marcas de 600 milímetros em alguns pontos até o fim do mês.
“Dois meses seguidos de chuva nestes patamares de 300 a 500 milímetros na Metade Norte do Rio Grande do Sul são incrivelmente raros. Pouquíssimas vezes na história, como em abril e maio de 1941, se observou tanta chuva por dois meses consecutivos”, diz a MetSul. O período de chuvas fora do comum deve-se ao fenômeno El Niño no Oceano Pacífico, mas estudos de atribuição climática podem identificar outras causas.
Já na metade Sul do Estado, a primeira metade do mês será de pouca chuva, com aumentos nos últimos quinze dias. No entanto, os acumulados não serão extremos como em setembro.
O Rio Caí aparece entre os rios com maior probabilidade de “novas e maiores cheias” nas próximas três semanas, assim como os rios Uruguai, Jacuí, e Taquari.
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