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CRISE FINANCEIRA

PAQUETÁ: Crise financeira de calçadista também afeta indenizações de ex-funcionários; "Só recebi as primeiras três parcelas"

Empresa já havia parcelado rescisões de ex-colaboradores em junho

Juliana Dias Nunes
Publicado em: 24/07/2023 às 12h:49 Última atualização: 17/10/2023 às 16h:30
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A crise financeira da Paquetá The Shoe Company, que tem sede em Sapiranga, afeta também o pagamento de indenizações de ex-colaboradores. Há relatos de atrasos de pelo menos três meses.

Paquetá enfrenta recuperação judicial desde 2019 | Jornal NH



Paquetá enfrenta recuperação judicial desde 2019

Foto: Jefferson Bernardes/Preview

“Passei 12 anos e oito meses na empresa, fui desligado em 2015. Ganhei a causa na justiça depois de sete anos. Minha indenização foi dividida em 12 parcelas. Só recebi as primeiras três parcelas. Está na Comarca de Sapiranga. Meu advogado entra em contato com a Paquetá, mas não respondem”, conta um morador de Recife, que atuou na Esposende, marca comprada pela companhia em 2010 e que foi vendida pela Paquetá ao Grupo DOK no ano passado.

Segundo o Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e Região, os processos de indenizações e rescisões que estavam com atraso e que passam pela entidade estão sendo pagos. “Na semana passada, por exemplo, saíram vários pagamentos. Claro, falo pelos processos que estão com o jurídico do sindicato. E tem alguns parcelamentos que a empresa fez diretamente com os funcionários. Mas ouvi sim relatos de atraso de outros pagamentos de indenizações”, relata o secretário-geral do sindicato, Leandro Rodrigues dos Santos.

Ainda conforme Leandro, os salários dos colaboradores que estão na fábrica de Sapiranga seguem sendo pagos de forma parcelada. Os valores de junho foram quitados na última sexta-feira (21). “Eles pagam, mas com atraso”, comenta Leandro dos Santos.

Empresas de diferentes regiões do País e que têm negócios com a calçadista gaúcha também estão apreensivas com a situação. 

A Paquetá foi procurada, mas, até o momento, não retornou aos questionamentos e nem comentou sobre a situação geral da empresa. 

O leilão

Para tentar sair da grave crise financeira que acumulou uma dívida estimada pelos administradores judiciais em R$ 428 milhões e cerca de 12 mil credores, a Paquetá tenta vender 63 lojas do grupo. Um leilão, na modalidade stalking horse, irá definir o comprador e o valor de base está em R$ 90 milhões.

O processo pode durar até três meses e o principal interessado é a Oscar Calçados, do interior de São Paulo. 

Representante da Oscar Calçados informou que a rede aguarda o parecer do juiz.

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